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Planejamento Estratégico e o Contexto das Políticas Públicas nas Cidades

Marcelo Damasceno Gomes (*)
Marcelo Damasceno Gomes (*)

A análise lógica de qualquer coisa passa essencialmente por instrumento de categorização, isto e, nosso pensamento ou nossa crítica estabelecem elementos de quantificação e qualificação das coisas. A partir disso, construímos a lógica dos fatos ou das ideias!

Pensar sobre as cidades e a forma como estas se relacionam ou dependem do planejamento e tentar entender a funcionalidade de um tema tão aceito por uns e tão odiado .por outros: o planejamento estratégico. Mas de que maneira pensar e entender os processos de planejamento estratégico das cidades? De que forma poderíamos relacionar este conceito tão “restrito” ao contexto empresarial na dinâmica complexa das políticas públicas?

Com O advento da globalização, mudaram-se os conceitos, as ideologias e certamente as políticas publicas! Entendo que isto não significa a extinção dos processos políticos, mas uma integração de contextos antes isolados e não significados conjuntamente. Entretanto, com essas mudanças, estabeleceu-se a ideia de que as cidades deveriam ser flexíveis em sua gestão propiciando O ambiente adequado para a instalação das indústrias, afinal, os espaços urbanos devem concentrar riquezas e possibilitar que essas aumentem com mais empresas na cidade!

Mas, esse pensamento oriundo do capitalismo atual e do neoliberalismo, essa maneira de ser “cidade empreendedora” tem levado os espaços urbanos a um crescente aumento da pobreza, desigualdade social e entregado o futuro das cidades não do capital privado.

Como entender então o papel das cidades no que se refere ao desenvolvimento e melhoria da qualidade de vida das pessoas? Nosso cuidado em relação a isso deve partir da premissa de que podemos estar planejando a pobreza!

A divisão do trabalho entre e economia e ciência regional, como afirma o grande planejador Milton Santos, onde este ultimo fundido ao planejamento racionaliza as estruturas internas de dominância e dependência, ajustando­-se aos interesses do sistema, contribuindo para a difusão do capital. A partir desse

pensamento, os processos de planejamento estratégico das cidades na verdade a colocam como mão de obra sob o domínio do capital privado concentrando a riqueza e aumentando a pobreza.

(*) Professor de Psicologia, Filosofia e Desenvolvimento Organizacional da FASAP Faculdade Santo Antonio de Pádua. Responsável pelo Estagio Supervisionado do Curso de Administração da FASAP Faculdade Santo Antonio de Pádua. Psicanalista, Pedagogo, P6s­graduado em Educação e Doutor Honoris Causa em Psicanálise. Mestrando em Planejamento Regional e Gestão de Cidades pela Universidade Candido Mendes. Membro da SPOB Sociedade Psicanalítica Ortodoxa do Brasil. Membro da ABE Associação Brasileira de Educação. Membro da SBHE Sociedade Brasileira de História da Educação. Professor da Escola de Psicanálise do Brasil nas cadeiras de teoria psicanalítica, psicopatologia e semiologia.

BORJA, J. & FORN. “Políticas da Europa e dos Estados para as cidades” In: Espaço e Debates, ano XVI, nº 39,1996.

____ “As cidades e 0 planejamento estratégico: uma reflexão européia e latino-americana”. In:

FISCHER, T. (org). Gestão Contemporânea cidades estratégicas e organizações locais. RJ:

FGV, 1997.






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