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Universidade retifica e revoga expulsão de aluna

A universitária Geisy Arruda deu entrevista sobre o caso
A universitária Geisy Arruda deu entrevista sobre o caso

A Uniban (Universidade Bandeirante) revogou na noite desta segunda-feira a decisão do conselho universitário que expulsou a aluna Geisy Villa Nova Arruda. No último dia 22, ela foi perseguida e xingada por cerca de 700 pessoas nos corredores da instituição, no campus de São Bernardo, em São Paulo, por usar um vestido curto.

A decisão foi anunciada por meio de nota, que não trouxe mais detalhes sobre o caso.

“O reitor da Universidade Bandeirante – Uniban Brasil de acordo com o artigo 17 – incisos IX e XI, de seu regimento interno -, revoga a decisão do Conselho Universitário proferida no último dia 6 sobre o episódio do dia 22 de outubro, em seu campus em São Bernardo do Campo. Com isso, o reitor dará melhor encaminhamento à decisão.”

Os advogados da estudante ainda não foram informados. “Até o momento não fomos informados oficialmente. Por isso, ainda consideramos a aluna expulsa. Mesmo que a universidade revogue a expulsão o inquérito policial que já foi aberto continua. São coisas distintas para nós”, afirma João Ibaixe Jr.

Entrevistados pela reportagem do iG nesta segunda-feira, a maioria dos alunos da universidade atribuiu a Geisy a responsabilidade pelo ocorrido em 22 de outubro, mas é consenso que a decisão da direção de revogar a expulsão foi acertada. “Ela provocou a situação. Então acho que el deve ser punida. Talvez com uns 3 dias de suspensão”, disse o estudante de logística, de 38 anos, Marcelo Alves..

Os estudantes também disseram entender que expulsar Geisy contribuiu para denegrir o nome da instituição. Eles defendem que a aluna seja apenas punida e que o caso se encerre o quanto antes. “Acho que tanto ela quantos os alunos que a agrediram devem ser punidos igualmente. Mas não expulsos. Se for assim, as duas partes sairiam bem e o caso terminaria”, afirmou a estudante de Rádio e TV, SFT, que preferiu não se identificar.

Já a estudante, militante da UNE e da Marcha Mundial das Mulheres, Evelyn Lima, que esteve em frente a universidade para protestar nesta segunda-feira, a investigação contra os agressores não deve parar. “Acredito [que a decisão] não é mais do que a obrigação. Mas queríamos, na verdade, organizar uma comissão para investigar que fez isso [a agressão]. Desse jeito ela não vai mais quer voltar para a faculdade”, afirmou.

Uma nota da Uniban anunciando a expulsão de Geisy foi publicada em forma de informe nos principais jornais de São Paulo no final de semana. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, os advogados da estudante afirmaram que vão processar a universidade por sete crimes: difamação, injúria, ameaça, constrangimento ilegal, cárcere privado, incitação ao crime e ato obsceno.

Geisy, que participou da entrevista, diz que gostaria de terminar o semestre. “Só quero entrar na sala, sentar e estudar.”






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