Em 2 de julho de 1899 nascia em Itaperuna, mais precisamente no distrito de Santo Antônio de Carangola hoje Porciúncula, Eugênio de Proença Sigaud. Pintor, gravador, artista gráfico, professor e arquiteto.

Em 1904 seguiu com a família para Belo Horizonte, onde se diplomou em Engenharia e Agronomia (1920). Em 1921, o “pintor dos operários”, como foi conhecido, já no Rio de Janeiro, matriculou-se na antiga Escola Nacional de Belas Artes. Com grande domínio técnico, transitou pelo óleo, pela gravura, entre outras técnicas, destacando-se como muralista.

No Salão Nacional de Belas Artes conquistou medalha de bronze em 1936 e de prata em 1942, esta última na Divisão Moderna. Entre 1935 e 1937, estuda com Portinari no Instituto de Arte da Universidade do Distrito Federal, integrando o Grupo Portinari.

Essencialmente pintor de temas sociais, dos quais empresta por vezes uma emoção e uma grandeza excepcionais, Eugênio de Proença Sigaud é também um dos artistas brasileiros mais fundamente tocados pelo impacto do elemento religioso, não sendo assim de admirar que suas pinturas de inspiração sacra especialmente elaboradas para igrejas revistam-se de uma profundidade e de uma gravidade raramente vistas no meio artístico brasileiro.

Eugênio Sigaud desenvolveu uma temática claramente social. Ele sempre exaltou o operário anônimo, sempre denunciou a vida massacrada pelo sistema. Sempre teve consciência da função social da arte. Segundo ele, toda arte pode concorrer para ativar o debate político, melhorando assim, por via indireta, a vida do homem, por isso Sigaud será sempre cotidiano e imediato.

Ele dizia que só após a sua morte seria dado ao público tudo quanto escreveu, desenhou ou pintou, isso, se fosse julgado digno disso.

Defendeu o Modernismo brasileiro e a ideologia socialista. Era um pintor politizado e assim, se recusava a produzir arte desvinculada do contexto social no qual vivia. Mas isso não quer dizer que as cenas que representava eram meramente reproduções do cotidiano carregadas de cunho político.

Sigaud morreu no Rio de Janeiro em 17 de junho de 1979, aos 80 anos, vítima de complicações causadas por uma trombose cerebral.

Mesmo com todos estes pontos ao seu favor este itaperunense não tem sequer um nome de rua, praça ou monumento em sua homenagem. Itaperuna terra de grandes artistas plásticos tem como recuperar este tempo perdido, por que não criar uma comenda com o nome de Sigaud? Com isto estaremos agraciando aos nossos artistas contemporâneos, assim estaremos sendo duas vezes mais bairristas, uma com Sigaud e outra com os do nosso tempo.