Viva Leroy Nash tinha 94 anos, era surdo e quase cego, estava paralisado e era demente
Leroy Nash estava à espera da morte desde 1983. Ela chegou na sexta-feira, mas não na forma de uma injeção letal ou pelo choque de uma cadeira elétrica, como sentenciou o tribunal. O mais velho dos condenados ao “corredor” americano: morreu vítima da idade.
Este condenado tinha 94 anos, estava surdo e quase cego, vivia agarrado a uma cadeira de rodas e era doente mental. O cadáver foi encontrado na ala clínica da prisão de Florence, no Arizona, para onde fora levado há semanas depois de um ataque cardíaco.
Nash foi preso pela primeira vez aos 15 anos, em 1930, e desde então quase só conheceu a vida atrás das grades. Thomas Phalen, advogado de defesa, que o conheceu de perto, descreve-o como um “fora-da-lei que parou nos tempos do Oeste selvagem e ainda usava linguagem de cowboy”.
“Nasceu em 1915 e conheceu a prisão logo em 1930”, contou Phalen. “Pensem nisto – ele passou os primeiros 15 anos da sua vida no Sul do Utah, no tempo em que o Utah e o Arizona eram as terras sem lei do Faroeste -, e viveu na prisão durante grande parte dos restantes 80 anos.”
Na América em 1930, que tinha no ladrão de bancos John Dillinger o inimigo número um, Nash foi apanhado a cometer um assalto à mão armada e atirado numa cela. Esta foi só a primeira entrada no seu longo cadastro.
Em 1947, matou um polícial no estado do Connecticut e por isso recebeu uma pena de 25 anos de prisão. Em 1982, foi condenado a duas penas de prisão perpétua por roubo e assassinato em Salt Lake City, Utah, mas evadiu-se em poucos meses.
No dia 3 de Novembro de 1982, entrou numa loja de moedas para fazer um assalto. O golpe não correu como planejado e Nash disparou três tiros à queima-roupa que mataram o empregado. Um outro empregado esteve debaixo de mira mas escapou ileso, segundo a polícia.
Nash fugiu da cena do crime, mas o dono de uma loja do bairro apontou-lhe uma arma e ordenou-lhe que parasse. O assassino tentou revidar, mas já estava a polícia chegou e o prendeu de novo.
Um ano depois, Nash foi condenado à morte por roubo, agressão e assassinato. Os pedidos de recurso foram sempre rejeitados. Phalen, o advogado, considera que ele era incapaz de se defender. Ontem disse estar feliz por Deus ter impedido o Arizona de matar Nash. “Não me esqueço das vítimas, mas ele não merecia a pena de morte.”
Comments are Closed