Faperj apoiará o desenvolvimento da ovinocultura no Noroeste
A criação de ovinos e caprinos no Noroeste Fluminense receberá uma injeção de tecnologia que promete mudar a vida de pequenos e médios produtores – e inserir a região, de vez, neste competitivo e lucrativo mercado. O Diretor Tecnológico da Faperj, Prof. Rex Nazaré, esteve em Santo Antônio de Pádua no dia 27 de fevereiro para conhecer o projeto “Desenvolvimento da Ovinocultura no Noroeste Fluminense”, em uma reunião que aconteceu no Teatro Municipal Geraldo Tavares André.
O evento contou com a presença de produtores rurais e autoridades, como o vice-prefeito Ralph Kezen, o secretário municipal de agricultura Wagner Oliveira Souza, o subsecretário Leonardo Moura, o secretário de agricultura de São José de Ubá Magno Vicente, o diretor do SEBRAE/Pádua Zequinha Cosendey, o presidente da Associação Central de Produtores de Leite Alexandre Brasil, o presidente do Sindgnaisses João Batista Lopes, entre outros.

O projeto é de autoria de Umberto Ramos de Andrade, engenheiro renomado e produtor rural de Monte Alegre. Ele apresentou, com detalhes, a metodologia e as metas a serem alcançadas, com o objetivo ambicioso de organizar toda a cadeia produtiva de ovinos e caprinos na região noroeste – incluindo a industrialização dos produtos. “Queremos implantar, de forma eficiente, a criação, industrialização e comercialização desses produtos. Primeiro, fomentando a produção para resgatar a confiança dos produtores, depois estabelecendo a base para implantar um abatedouro de cortes finos”, afirmou Umberto.
Para ele, o segredo é o produtor ter acesso a tecnologia e assistência técnica que o ajudem a utilizar uma área relativamente pequena de forma eficiente. “Montaremos a rede inicial com 10 produtores modelo e 300 fêmeas, para começar. Mas a meta é chegar a 10 mil fêmeas, para estabilizarmos a produção e implantarmos o abatedouro”.

O projeto foi aprovado pela Faperj, através do programa de Apoio ao Desenvolvimento de Modelos de Inovação Tecnológica Social, que tem como público alvo pequenos produtores rurais, entre outros. A Fundação concederá 45 mil reais de subvenção para o desenvolvimento do projeto. Ressalta-se que a subvenção não é empréstimo; os produtores não terão de restituir o dinheiro. Mas a Faperj acompanhará a execução do projeto e cobrará os resultados. “O Governo do Estado, através da Secretaria de Ciência e Tecnologia e da Faperj, vem desenvolvendo um intenso programa de investimento no interior. Hoje verifiquei novas áreas potenciais que são fundamentais para o progresso da região”, disse o diretor Rex Nazaré.
O secretário de agricultura, Wagner Souza, afirmou que o município está de braços abertos para receber o apoio da Faperj, e que o prefeito José Renato Fonseca Padilha disponibilizará todos os meios necessários para o sucesso desta empreitada. “Esta reunião foi importantíssima para nós. A Faperj é um órgão sério, irá trazer tecnologia para o Noroeste aproveitando as nossas potencialidades. Temos de aproveitar esta oportunidade!”
Atividade Lucrativa

Segundo dados da Embrapa, um pequeno produtor com 300 fêmeas obtém, em média, 1500 reais de lucro por mês em Fortaleza, no Ceará. E lá é preciso reforçar a alimentação dos animais, devido às condições de clima e solo, o que não será preciso fazer aqui. O preço da carne de ovinos é maior que o da carne bovina, e o mercado interno é promissor: só o Estado do Rio importa 80% da carne de ovinos de países como a Argentina e o Uruguai.
Mas a competitividade é alta. Umberto afirma que a tecnologia será essencial para a qualidade dos produtos. “Os criadores precisam ter acesso às técnicas de manejo adequado. A criação tem de ser assistida e orientada por técnicos e veterinários para a melhoria dos índices zootécnicos e a garantia da sanidade dos produtos. Precisaremos implantar um moderno abatedouro, e depois articularmos a comercialização”.
Uma estatística mostra que o esforço compensa: em 1 hectare cria-se, em 3 anos, 1 bezerro ou 36 carneiros.
Sucesso do Programa Balde Cheio impressiona

O projeto do desenvolvimento da ovinocultura no Noroeste seguirá o modelo do Programa Balde Cheio, que otimizou a produção de leite de vaca e mudou a vida de pequenos produtores da região. O veterinário Luis Fernando De Cnop apresentou os resultados obtidos em propriedades de Pádua e Cambuci, inseridas no programa em 2004. Após a reunião, os participantes visitaram a propriedade de Antonio Carlos Bastos Mota, em Funil, e conferiram os bons resultados.
Carlos relatou que trabalhava como pedreiro, pois não conseguia sobreviver de sua produção. Hoje, dedica-se exclusivamente à produção de leite, e sua renda aumentou consideravelmente. O projeto é desenvolvido pela Embrapa, Faerj, Senar, SEBRAE, com apoio das prefeituras, e consiste em disponibilizar assistência técnica para que o produtor seja orientado corretamente. Não há empréstimo de dinheiro, ou outro tipo de financiamento.

No caso de Antonio Carlos, o resultado veio com o aproveitamento da área. Foram reservadas pequenas áreas para o plantio do pasto, com adubação e irrigação para garantir a boa qualidade da alimentação oferecida ao gado, separadas com piquetes. Logo ele percebeu que precisava investir também em bons animais, e comprou vacas melhores. A produção de leite deu um salto. Hoje, ele comemora a aquisição de uma ordenhadeira mecânica.
Ascom Pádua
Kellen Leal / Sandro Olivier
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