A prefeitura de Itaperuna, através da Secretaria de Ação Social, Trabalho e Habitação realizou no dia 24 de março, no auditório do SEBRAE, audiência pública para discutir o futuro dos moradores de rua de Itaperuna. O encontro contou com a participação de representantes da sociedade civil, religiosos, Polícia Militar, Defesa Civil, Faculdade Redentor e outros segmentos da sociedade.

A audiência teve início com o Sr. Heitor Antônio da Silva, reitor da Faculdade Redentor de Itaperuna, que destacou o alcoolismo como principal problema entre a população de rua. “O alcoolismo devasta! Eu sou um exemplo vivo, pois meu pai era um alcoólatra. É uma droga tão fácil de comprar e tem efeitos tão grandes em nossas vidas. Os moradores de rua em 99% dos casos têm esse vício, são doentes e têm que ser tratados. Não adianta construir um albergue, ditar as regras e achar que eles vão obedecer. O mundo deles é a rua e muitas vezes, eles constroem famílias e amigos. Ganham a segurança que não tiveram em um local familiar. A situação é séria e temos que descobrir a melhor forma de cuidar dessas pessoas”, argumenta.

Para o tenente Jonas do 29º BPM de Itaperuna, “em muitas situações a força policial fica de mãos atadas perante esses cidadãos”. O tenente ainda lembrou que todos temos o direito de ir e vir, e que todos temos o dever de ajudá-los. “Essas pessoas não nasceram nas ruas, mas aprenderam a viver nelas e a tirar o quê podemos chamar de sustento. Não podemos dar o peixe e sim ensiná-los a pescar”. De acordo com Franciney França, secretário de Ação Social, a Secretaria já está trabalhando com essas pessoas. “Já conseguimos empregos e reunir alguns moradores com as suas famílias. Havia um morador que estava há oito anos sem ver sua família e conseguimos através de um grande esforço, descobrir sua residência e levarmos para casa”, diz.

Segundo Jonatas Magalhães, coordenador do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS), é preciso que haja uma política municipal que possa promover as pessoas que vivem em situação de rua e que cada um possa assumir o seu papel social. “A sociedade tem uma compreensão que o papel de resolução desse problema compete só à

Secretaria de Ação Social e não é bem assim. Na verdade a Secretaria tem limitações de leis. Precisamos buscar parceiros em toda a sociedade itaperunense. Diversos órgãos foram convidados para reunião e é preciso que cada um possa entender esse processo e oferecer o apoio para trabalhar com essa situação”, finaliza.

Estudos revelam que as pessoas em situação de mendicância são em sua maioria, indivíduos saudáveis e alfabetizados que abandonaram suas casas por problemas com álcool, drogas ou por terem perdido o emprego.  Para ajudar, não dê esmolas; não ofereça qualquer tipo de ajuda como roupas e comidas; ligue para o CREAS, através do telefone (22) 3824-6301.