PF indicia Allan Turnowski que responderá pelo crime de violação de sigilo funcional
O ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, foi indiciadopela Polícia Federal nesta quinta-feira (17/02), pelo crime de violação de sigilo funcional. O crime prevê pena de seis meses a dois anos de detenção, sendo que a pena pode aumentar para seis anos se for comprovada que a ação resultou em dano à administração pública.
Turnowski é acusado de ter passado informações sobre a Operação Guilhotina, da Polícia Federal, a um policial civil, preso na ação. O ex-chefe da Polícia Civil esteve nesta quinta-feira na superintendência da Polícia Federal, na zona portuária do Rio, onde prestou depoimento por aproximadamente três horas.
Na saída, ele desqualificou o indiciamento aplicado pelo delegado da PF, Allan Dias. Segundo Turnowski, a medida foi tomada sem que constasse nos autos uma declaração do secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.
O ex-chefe da Polícia Civil disse à imprensa que durante seu depoimento ligou para Beltrame e gravou a conversa, com a autorização de Allan Dias. Turnowski perguntou ao secretário se ele o havia avisado sobre a Operação Guilhotina e o mesmo respondeu negativamente.
Acusação
O ex-chefe da Polícia Civil é acusado de ter repassado informações sobre a Operação Guilhotina ao inspetor Christiano Gaspar Fernandes, preso no último sábado. Ele nega ter vazado dados.
Turnowski alega que, durante a investigação da PF, em 2010, foi informado por um policial federal que uma escuta telefônica havia registrado a prisão de um criminoso por Christiano. Ele teria entrado em contato com o inspetor para pedir que o preso fosse levado à delegacia. O ex-chefer da Polícia Civil disse que acreditava que o telefone do bandido estava grampeado, e não a linha do policial.
Afastamento
Turnowski deixou a chefia da Polícia Civil três dias depois da Polícia Federal ter deflagrado a Operação Guilhotina. A ação desarticulou um grupo criminoso formado por policiais civis e militares acusados de envolvimento com tráfico de drogas, de armas e de munições, além de atuação em milícias, na segurança de pontos de jogos clandestinos e na venda de informações sigilosas.
Entre os presos está Carlos de Oliveira, homem de confiança de Turnowski, que comandava a Delegacia de Repressão a Armas e Explosivos (Drae). O ex-chefe da Polícia Civil chegou a ser interrogado por policiais federais, na condição de testemunha.
Na ocasião, o secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame enfatizou que Turnowski contava com sua total confiança. “Não vou fazer julgamento precipitado. Vou escutar os esclarecimentos dele e, se for o caso, tomaremos as medidas cabíveis ao seu tempo”, afirmou.
Operação no Rio gerou confronto entre PF e Polícia Civil
Os bastidores da Operação Guilhotina, deflagrada no dia 11 no Rio, revelam situações de confronto entre a Polícia Federal, no comando das ações, e a cúpula da Polícia Civil, alvo da investigação.
A partir da operação, 44 pessoas – entre elas 32 policiais civis e militares– foram denunciadas à Justiça sob suspeita de cometerem crimes como desvio de armas apreendidas e vazamento para criminosos de informações.
Também resultou no indiciamento do ex-chefe da Polícia Civil Allan Turnowski, que deixou o cargo na semana passada suspeito de passar informações sobre a Operação Guilhotina. Turnowski nega.
A operação começou a ser montada em setembro de 2009. Naquela época, o vazamento de informações sobre a Operação Paralelo 22, que a PF faria contra traficantes da Rocinha, intrigou os agentes. A PF havia pedido o apoio das polícias Civil e Militar.
A Polícia Federal solicitou ajuda para prender Magno Pereira, policial da Dcod (Delegacia de Combate às Drogas) infiltrado no tráfico. Os federais descobriram que ele tinha se transformado em um informante dos traficantes. Recebia R$ 100 mil por mês.
Segundo a PF, o então chefe da Polícia Civil, Allan Turnowski, foi incumbido de organizar a busca por Pereira. Ele foi preso em 27 de agosto. A partir dos depoimentos de Pereira, a PF passou a trabalhar com escutas telefônicas. Uma das gravações mostra Turnowski conversando com um inspetor investigado – ele pede cuidado ao policial, dizendo que a Polícia Civil “era a bola da vez”.
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