O governador Sérgio Cabral vai implantar no Rio um modelo de assistência a pacientes politraumatizados similar ao do Centro de Trauma de Baltimore – referência nos Estados Unidos e que atende, inclusive, o presidente Barack Obama. O primeiro Centro de Trauma do estado será inaugurado em junho em São Gonçalo. Para isso, assinou na tarde desta quarta-feira (30/03), em Baltimore (EUA), um convênio de consultoria técnica entre a Secretaria de Estado de Saúde e Defesa Civil e o Centro de Trauma de Baltimore, unidade da Universidade de Maryland. Também na tarde desta quarta-feira, Cabral assinou com o governador de Maryland, Martin O’Malley, dois memorandos de entendimento para parcerias em Educação e Esportes.

– Vamos inaugurar em junho o Centro de Trauma trabalhando com a Universidade de Maryland em São Gonçalo. Isso é algo revolucionário e vai estimular muito os nossos profissionais. Eu conheci o método de trabalho deles aqui em Baltimore. Não é apenas a tecnologia da máquina. É tecnologia do conhecimento, da forma de proceder diante de um desafio tão grande que é o trauma. Que é o desafio de manter uma pessoa viva e se locomovendo. É realmente fascinante – disse o governador.

O acordo, assinado depois de o governador ter visitado o Centro de Trauma, à tarde, prevê capacitação de profissionais da secretaria, organização do fluxo de atendimento ao paciente de trauma, estabelecimento de protocolos clínicos e desenvolvimento de um sistema de registro e informação no estado do Rio. Ainda no fim de abril, seis enfermeiros e quatro médicos do Rio começarão a ser treinados no Centro de Trauma de Baltimore.

Durante os compromissos em Annapolis e Baltimore, o governador elogiou a parceria entre o Rio de Janeiro e Maryland:

– A parceria é completa e não está limitada ao setor público. A sociedade civil e o setor privado são encorajados a se manterem em contato, a trocar experiências, e atuar em conjunto sobre oportunidades de negócios que ambos os estados têm a oferecer. Não foi por acaso que trouxe comigo um ótimo time de empresários – disse o governador já em Maryland.

Com a consultoria, a Secretaria de Saúde – representada pela subsecretária-geral Monique Fazzi – vai aperfeiçoar o atendimento de pacientes politraumatizados nos hospitais estaduais Alberto Torres (São Gonçalo) e Adão Pereira Nunes (Saracuruna) e em duas unidades especializadas que serão inauguradas na Zona Oeste do Rio e em São Gonçalo. Quando estiver implementado, o modelo americano, adaptado à realidade fluminense, terá a mesma política de atendimento de trauma que permitiu a redução de 50% no número de óbitos entre as vítimas de Maryland: assistência integral ao paciente, desde o atendimento de urgência pré-hospitalar móvel (Samu ou Grupamento de Socorro de Emergência) até receber alta.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os traumas causam 5,8 milhões de mortes por ano mundo, mas pelo menos 2 milhões poderiam ser evitadas se houvesse melhora na capacidade de atendimento e na cultura de prevenção. No Centro de Trauma, a intervenção médica rápida é possível, com profissionais capacitados a realizarem cirurgias de emergência, ressuscitação do paciente em choque, cuidado intensivo e cuidado cirúrgico agudo.

Parcerias em Educação e Esportes

Além do acordo na área da Saúde, Cabral assinou com o governador O’Malley – que discursou com um botton da Rio 2016, presente de Cabral – memorandos de entendimento para parcerias entre o governo de Maryland – estado norte-americano líder no ranking de educação – e as secretarias estaduais de Esportes e Educação, para a troca de experiências em esportes náuticos e no ensino fundamental.

Cabral também está interessado em entender como Maryland conduz o seu sistema educacional, considerado o melhor dos Estados Unidos:

– É uma área fundamental, na qual temos forte interesse de cooperação – afirmou Cabral.

O governador considera essencial, ainda, a parceria para o esporte, “que tem o poder de manter os jovens longe de gangues, drogas e violência”.

– O Brasil é o país do futebol, mas queremos ampliar esse espectro e dar aos jovens oportunidade de acesso a outros esportes. E, baseado em nossa geografia, a vela pode ser um bom começo – avaliou Cabral.