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Obama pede ao governo do Paquistão que investigue rede de apoio a Bin Laden


EUA querem sabem como Osama vivia sem ser percebido em uma das cidades mais seguras do Paquistão
EUA querem sabem como Osama vivia sem ser percebido em uma das cidades mais seguras do Paquistão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu que o governo do Paquistão investigue a rede de apoio ao líder e fundador da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Para Obama, havia apoio para manter Bin Laden escondido em Abbottabad, onde foi morto no último dia 1º.

Em entrevista ao programa 60 Minutes, do canal americano CBS, Obama afirmou que o governo paquistanês precisa descobrir se alguma autoridade do país sabia do paradeiro do líder da rede extremista.

Na entrevista, o presidente norte-americano disse que Bin Laden devia ter “algum tipo de rede de apoio” no Paquistão, mas acrescentou que não sabe se membros do governo paquistanês estariam envolvidos nessa rede.

“Não sabemos se havia algumas pessoas dentro do governo (paquistanês), pessoas de fora do governo, e isso é algo que temos que investigar e, mais apropriadamente, o governo paquistanês precisa investigar”, disse Obama, na entrevista gravada no último dia 4. “E nós já comunicamos isso a eles e eles indicaram que têm profundo interesse em descobrir que tipo de rede de apoio Bin Laden pode ter tido.”

Em outra entrevista, desta vez para um programa da rede americana NBC, o conselheiro de segurança do governo norte-americano, Tom Donilon, afirmou que o governo paquistanês precisa determinar como Bin Laden viveu durante seis anos ao lado de uma academia militar e a 100 quilômetros da capital, Islamabad.

Com a morte de Bin Laden, aumentaram as especulações de que o novo líder da rede Al Qaeda poderia ser o homem que é considerado o número 2, Ayman Al Zawahiri. “[Al Zawahiri] não chega nem perto de ser o líder que Osama Bin Laden foi”, disse Donilon.

Donilon também afirmou que as autoridades paquistanesas precisam dar aos Estados Unidos acesso às três viúvas de Bin Laden, que foram detidas depois da operação na qual o líder da Al Qaeda morreu.

Nessa operação foram apreendidos também arquivos digitais, de áudio e vídeo, além de material impresso, computadores, dispositivos de gravação e documentos escritos à mão. Entre os documentos estariam também cartas pessoais de Bin Laden a outros membros da rede. “A CIA [serviço secreto dos Estados Unidos] nos informou que é [o arquivo de informações secretas] do tamanho de uma biblioteca de uma pequena universidade”, disse Donilon.

Em meio aos documentos apreendidos estão também os cinco vídeos que o Pentágono divulgou no sábado, sem áudio, de Bin Laden lendo uma mensagem para os Estados Unidos e assistindo a um programa sobre ele mesmo na televisão.

Paquistão anuncia investigação sobre presença de Bin Laden

O primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, anunciou nesta segunda-feira que o Exército investigará como o líder da Al-Qaeda, Osama bin Laden, escondeu-se durante anos em seu país sem ser detectado.

“Estamos decididos a averiguar essa questão a fundo, esclarecer como, quando e o porquê da presença de Osama bin Laden em Abbottabad (a cidade onde foi morto na madrugada da segunda-feira – 2 de maio – pelas forças especiais dos EUA). Por isso abrimos essa investigação”, afirmou Gillani.

Gilani fez o anúncio durante um discurso perante o Parlamento, uma semana depois de uma operação dos Seals da Marinha americana na cidade de Abbottabad ter matado o terrorista. Para o premiê paquistanês, a morte de Bin Laden foi justa.

Em seu pronunciamento, ele rejeitou e classificou como “absurdas” alegações de que as autoridades paquistanesas foram incompetentes na busca por Bin Laden ou cúmplices em escondê-lo, expressando total confiança nas Forças Armadas paquistanesas e na agência de inteligência do país.

Segundo Gilani, seu país está determinado a lutar contra o terrorismo, recordando que a Al-Qaeda não nasceu no Paquistão. Gilani disse que a missão do governo é eliminar o terrorismo. “Nós não convidamos a Al-Qaeda para dentro do Paquistão”, afirmou o premiê.

O primeiro-ministro afirmou também que ações unilaterais como a realizada pelos Estados Unidos na semana passada trazem o risco de graves consequências. Segundo Gilani, o Paquistão reserva para si o direito de proteger a sua soberania. De acordo com o premiê, o serviço de inteligência paquistanês (ISI), acusado de colaborar com a Al-Qaeda, é um “bem nacional” e tem a total confiança do governo do Paquistão.

As declarações foram feitas no mesmo dia em que o ministro paquistanês do Interior, Rehman Malik, afirmou em entrevista ao canal Al-Arabiya que foi informado sobre a operação americana contra Bin Laden 15 minutos depois do início. “Fui informado da operação 15 minutos depois do início, mas não acreditava que esse era o objetivo”, declarou o ministro.

Polêmica quanto ao homem que aparece no vídeo

O Paquistão vem desmentir a Casa Branca, que garante ser Bin Laden um dos homens de aparência frágil e barba branca que aparece num dos vídeos apreendidos durante a operação contra Osama bin Laden divulgados pelo Governo dos Estados Unidos.

A imagem foi capa de jornais no Paquistão, mas um homem citado pela BBC garante que o indivíduo que aparece no vídeo é um vizinho seu e não Bin Laden.

A BBC garante ter ouvido pelo menos 50 pessoas em Abbottabad, no Paquistão, e apenas uma disse acreditar que o homem da foto é Bin Laden.






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