Main Menu

Bombeiros presos por ordem do governador começam ser transferidos para quartéis


O Governador Sérgio Cabral e Secretários na coletiva de imprensa no auditório do Palácio Guanabara sobre o episódio dos bombeiros Foto: Marino Azevedo
O Governador Sérgio Cabral e Secretários na coletiva de imprensa no auditório do Palácio Guanabara sobre o episódio dos bombeiros Foto: Marino Azevedo

Uma oficial do Corpo de Bombeiros, que se encontrava entre os 439 manifestantes presos durante a invasão do quartel central da corporação, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira (03/06), foi transferida neste domingo (05/06) para o 2º Grupamento de Bombeiro Militar, no Méier, zona norte da cidade.

Quatro oficiais e cinco praças do grupo que havia sido levado no sábado (4) para a Corregedoria da Polícia Militar, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, foram transferidos para o Grupamento Especial Prisional (GEP) dos bombeiros, em São Cristóvão.

De acordo com informação divulgada neste domingo (5) pela assessoria de imprensa da Polícia Militar, os demais manifestantes presos na corregedoria estão sendo transferidos de forma gradativa para o Destacamento de Bombeiro Militar, situado no bairro de Charitas, em Niterói.

Os bombeiros prometem ficar aquartelados e reduzir ao mínimo a saída para as ruas. No quartel central da corporação, entretanto, a informação é que os serviços estão normalizados. Alguns bombeiros estão concentrados na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e buscam adesão do público para dar seguimento às manifestações de reivindicação por melhores salários.

No sábado (4), em entrevista coletiva, o governador do Rio, Sérgio Cabral, disse que está em vigor o plano de recuperação salarial dos bombeiros, cujo salário médio para soldados hoje é R$ 1,5 mil, devendo atingir R$ 2 mil no final do ano. Os detidos serão processados administrativa e criminalmente.

Bombeiros acampam em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro

Bombeiros, amigos e familiares continuavam acampados em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), no centro da capital, às 8h15 desta segunda-feira (6).

Bombeiros e familiares manifestam em frente a Alerj
Bombeiros e familiares manifestam em frente a Alerj

Eles iniciaram o protesto nas escadarias com muitas faixas e cartazes na manhã de domingo (5). A manifestação chegou a reunir 1.500 pessoas, segundo a Polícia Militar.

A principal reivindicação, além das melhorias de salário e condições de trabalho, é a liberação dos 439 bombeiros presos após a ocupação do Quartel Central na última sexta-feira (3).

Bombeiros assumem escadarias da Alerj em protesto
Bombeiros assumem escadarias da Alerj em protesto

Há a previsão do recomeço da manifestação a partir das 9h. Os presentes montaram barracas, improvisaram cozinhas e esticaram colchonetes nas calçadas.

Viaturas da Polícia Militar, com auxílio de Batalhão de Choque, permaneceram no local durante toda a madrugada. Nesta manhã, os policiais se concentram do outro lado da rua, em frente à Alerj. Não há registro de tumulto.

Os militares presos continuam no quartel da corporação em Charitas, Niterói, cidade da região metropolitana do Estado. A PM informou no domingo que não há previsão para a liberação.

Alguns amigos, familiares e advogados também fazem vigília em frente ao quartel na tentativa de se comunicar com os presos. Alguns montaram barracas de acampamento e enfrentaram o frio da madrugada na calçada em busca de notícias.

O governador divulgou nota sobre a questão dos Bombeiros do Estado do Rio de Janeiro.

Nota na íntegra:

“O Estado do Rio de Janeiro tem 17 mil bombeiros, que historicamente orgulham governo e população.

Um grupo de manifestantes da categoria conduziu um gesto de imensa irresponsabilidade ao invadir, na noite de 4/6, o quartel central dos bombeiros – um bem público e santuário da corporação.

Esse grupo qualificou de “manifestação pacífica” a invasão para a qual levou crianças junto a marretas, utilizadas em agressões. Ninguém planeja levar marretas para “manifestações pacíficas”. E é incomensurável a gravidade de unir armas a crianças – expondo-as a todo tipo de risco – por parte daqueles que se apresentaram como líderes da manifestação.

A imprudência dessas pessoas com seres inocentes, com a ordem pública, e com as suas próprias regras hierárquicas deve e está sendo punida.

Houve aqueles que, induzidos pelos que conduziram essa manifestação, aderiram inconsequentemente à invasão. Somando os ditos líderes da manifestação com os que se deixaram induzir por eles chega-se a 439 bombeiros presos pela irresponsabilidade de seus atos.

Bombeiros são homens bravos que salvam vidas. Repito: são 17 mil no estado. Bombeiros que honram a sua farda jamais levariam crianças como escudos humanos inocentes a um ato contra a ordem pública como este, iniciado com uma invasão do quartel central.

Invasão, por si só, já é um confronto.

Com marretas, é planejar uma possível batalha.

Com crianças, é um crime.

Os milhares de bombeiros, que orgulham o nosso estado e são leais à premissa do salvamento, têm e merecem do Governo do Rio de Janeiro o diálogo – sempre e reafirmadamente aberto – no caso, por meio da Secretaria de Saúde e Defesa Civil e do Comando Geral do Corpo de Bombeiros.

Sérgio Cabral”.







Comments are Closed