Juíza é executada na porta de sua casa em Niterói
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Na madrugada desta sexta-feira (12/08) foi executada de maneira impiedosa a juíza Patricia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo. Ela tinha acabado de chegar na porta de sua casa na localidade de Piratininga, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Patrícia já tinha sofrido ameaça de morte nos últimos dias.
Segundo as primeiras informações, dois homens que estavam em uma moto efetuaram vários disparos contra o carro da magistrada, um Fiat Idea.
O crime aconteceu entre a ponte do Timbau e a rua dos Corais, muito próximo à casa da vítima. As câmeras de segurança do condomínio onde ela morava registraram que duas motos e dois carros participaram da ação. Um veículo ficou parado no acesso à casa da juíza para que ela não conseguisse fugir.
De acordo com informações de testemunhas, pelo menos 15 disparos foram efetuados contra o carro, sendo oito no vidro do motorista. Policiais civis e militares foram para o local. A DH (Divisão de Homicídios) vai assumir o caso.
Uma das linhas de investigação da polícia vai apurar se ela pode ter sido vítima de crime passional. A juíza é ex-mulher de um Polícia Militar e teria sofrido agressões dele. A juíza também era conhecida por sua atuação rigorosa e tinha um histórico de julgar vários casos contra policiais com desvio de conduta. Em 2010, ela decretou a prisão de pelo menos quatro cabos da Polícia Militar e uma mulher que seriam integrantes de um grupo de extermínio da Marcha de Vans.
No início deste ano, a juíza mandou prender seis PMs suspeitos de forjar autos de resistência.
Patrícia fazia parte de uma lista com 12 nomes de pessoas supostamente marcadas para morrer, que foi apreendida com um integrante de um grupo de extermínio que atua em São Gonçalo. Ele é apontado como responsável por pelo menos 16 homicídios na cidade nos últimos três anos.
Comissão da Câmara acompanha investigações sobre assassinato de juíza
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados acompanha as investigações sobre o assassinato da juíza Patricia Lourival Acioli. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) passará o dia em conversas com familiares da juíza e autoridades que apuram o caso.
“A questão é gravíssima. Ela estava ameaçada. Recentemente tinha condenado policiais que fazem parte de milícias, de grupos de extermínio e isso deixava a 4ª Vara Criminal de São Gonçalo muito vulnerável”, disse.
Alencar disse ainda que pretende saber se houve falha na proteção da magistrada ou se foi ela mesma quem dispensou a segurança pessoal.
“De qualquer maneira, isso não fica na esfera pessoal. É preciso, independentemente da vontade da pessoa, ter a proteção, o cuidado”, comentou.
Para o deputado, a Comissão de Direitos Humanos pode pedir que o Ministério da Justiça coloque a Polícia Federal nas investigações em âmbito estadual.
“O Estado Democrático de Direito fica ameaçado por
esses bandos. Colocam em risco, não só magistrados, mas toda autoridade pública do estado”, acrescentou.
Juíza assassinada será enterrada nesta sexta-feira em Niterói
A juíza Patricia Lourival Acioli, assassinada no início da madrugada desta sexta-feira (12), será enterrada no Cemitério do Maruí, no Barreto, em Niterói, Região Metropolitana do Rio. O sepultamento está previsto para às 16h30 desta sexta-feira
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