O secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, e o comandante-geral em exercício da Polícia Militar, coronel Álvaro Garcia, se reuniram na manhã de quarta-feira (28/09) com lideranças comunitárias e representantes do conselho distrital do Complexo da Maré para reabrir a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) 24 Horas da comunidade. O posto ficou fechado por uma semana, por orientação do comando geral da PM, devido a constantes operações contra traficantes que colocavam em risco a segurança dos profissionais e pacientes ali atendidos.

Ambos negaram relação entre a reabertura da unidade e a prisão do tenente-coronel Cláudio Oliveira, ex-comandante do 22° Batalhão (Maré). O coronel Álvaro Garcia informou que o policiamento está normalizado e não receberá reforço. Mas uma viatura será destacada e ficará à disposição da UPA da Maré 24 horas por dia.

– Nosso efetivo foi colocado de forma a dar segurança para que as pessoas possam ser atendidas e os profissionais venham trabalhar. Não haverá mais operação nas proximidades das UPAs. Onde houver falta de vigilância, a polícia vai estar presente e atuar, se houver necessidade – reiterou o coronel.

Segundo Côrtes, a decisão de retomar o atendimento só foi possível porque a Polícia Militar restabeleceu a segurança no local.

– Fizemos uma reunião com as lideranças comunitárias e o presidente do conselho distrital explicando que a UPA não é do Estado, mas da população. Não pode haver influência de marginais e traficantes. Toda vez que o Estado se sentir ameaçado vai reagir. Esses encontros serão semanais, para discutirmos problemas e soluções para suprir as demandas. Reorganizamos o funcionamento dessa unidade, deixando claro que iremos atender a população com toda a qualidade que vimos dedicando nos últimos anos – disse o secretário.

Novo coordenador da unidade da Maré, o major do Corpo de Bombeiros Max Pinheiro destacou que as reuniões servem para melhorar o atendimento.

– A nossa intenção é fazer uma gestão participativa, ter a contribuição dos líderes comunitários para atendê-los melhor e conhecer suas necessidades. Tivemos problemas relacionados ao número de médicos, que estavam se sentindo intimidados com a violência, mas o atendimento foi normalizado. Os moradores podem voltar a procurar o serviço tranquilamente – frisou.

O líder comunitário Waldir Francisco da Costa, que mora na Maré há 55 anos, acredita que a participação ativa da sociedade na gestão da saúde no local beneficiará ainda mais a população.

– Estamos felizes com a reabertura. Procuramos um meio consciencioso de ter um resultado favorável para a população. O que importa é que as pessoas sejam respeitadas, assistidas, acolhidas –afirmou Waldir.

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