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Polícia desocupa USP e prende 70 alunos que vão responder por dano ao patrimônio


Polícia desocupa USP e prende 70 alunos que vão responder por dano ao patrimônio
Polícia desocupa USP e prende 70 alunos que vão responder por dano ao patrimônio

A Polícia Militar atendendo à ordem de reintegração de posse invadiu na manhã desta terça-feira (08/11) a reitoria da USP em São Paulo e prendeu os 70 estudantes que ocupavam a sede da reitoria da USP (Universidade de São Paulo). Os estudantes foram presos durante a desocupação e vão ter que pagar uma fiança de cerca de R$1.050 para responder o processo em liberdade. Este valor estipulado pode sofrer alteração de acordo com a situação financeira de cada aluno.

Todos os detidos devem responder pelos crimes de dano ao patrimônio, desobediência e crime ambiental – porque o prédio da reitoria estava pichado. Ele ainda informou que os alunos vão passar por exames de corpo de delito e devem permanecer na delegacia até o pagamento da fiança.

Como foi um caso de flagrante, segundo o delegado seccional da Central de Flagrantes 2, Dejair Rodrigues, informou que a administração da universidade não precisa registrar boletim de ocorrência para que o caso seja registrado. Logo após a desocupação do prédio da reitoria, os estudantes foram levados para o 91º Distrito Policial em dois ônibus.

Estudantes picharam as paredes internas da reitoria
Estudantes picharam as paredes internas da reitoria

Na frente da delegacia, amigos e parentes reclamavam da ação da polícia e afirmavam que os alunos foram machucados durante a detenção. Um funcionário do Sintusp (Sindicato dos Funcionários da USP) também disse que eles ainda estavam trancados nos ônibus e não estavam sendo autorizados sequer a ir ao banheiro.

Reintegração

A ação de reintegração de posse, autorizada pela Justiça, foi iniciada por volta das 5h20 no campus na zona oeste de São Paulo. No total, 70 alunos foram detidos, a maior parte por se recusar a sair do imóvel. O acampamento era uma forma de protesto contra a presença da PM na área da universidade.

O prédio ficou com seu interior todo revirado e objetos destruídos pelos estudantes
O prédio ficou com seu interior todo revirado e objetos destruídos pelos estudantes

Todos os detidos – 24 mulheres e 46 homens – foram levados para o 91º Distrito Policial em dois ônibus. Antes, eles passaram por uma revista, na qual, segundo a polícia, não foram encontradas armas nem drogas. Duas viaturas foram apedrejadas no início da reintegração de posse. Cerca de 400 homens da polícia participaram da ação.

Após o esvaziamento do prédio, a perícia deve vistoriar o local. A polícia deve continuar no campus para garantir que não haverá novas invasões.

Agressão

Durante a madrugada, alguns dos estudantes agrediram os profissionais da imprensa que acompanhavam a invasão do prédio. Uma pedra foi arremessada contra a câmera do cinegrafista Marcos Vinícius, do SBT, e atingiu de raspão a cabeça de Fábio Fernandes, cinegrafista da TV Record. Ainda no empurra-empurra, o cinegrafista Alexandre Borba, também da TV Record, teve a alça da câmera puxada, causando a queda do equipamento.

Coquetéis molotov localizados pela PM após reintegração de posse na reitoria da USP
Coquetéis molotov localizados pela PM após reintegração de posse na reitoria da USP

O fotógrafo Cristiano Novaes, da agência CPN, foi agredido a chutes e teve a máquina tomada pelos invasores, que resolveram devolvê-la posteriormente ao repórter fotográfico. A confusão teve início durante uma discussão entre os jornalistas e os invasores do prédio.

Assim que a poeira abaixou um pouco, um dos estudantes, que se identificou como Eduardo, disse que repudiava a atitude dos agressores e que aquilo não representava o posicionamento do movimento em relação à imprensa.

Em nota divulgada no início desta madrugada, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que “a presença da PM não garante a segurança na universidade”.

No comunicado, o DCE também afirma: “Não é de hoje que temos propostas para um outro plano de segurança dos campi da USP: aumento da circulação de pessoas e integração da universidade com a sociedade (contra a “catracalização”), maior iluminação, aumento dos ônibus circulares, uma Guarda Universitária preventiva, gerenciada pela comunidade, com treinamento voltado para os Direitos Humanos e aumento do seu efetivo, principalmente feminino”.

Uma nova manifestação foi marcada para as 12h desta terça-feira, na frente do prédio da reitoria.

(*) Com informação do R7









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