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Após renúncia de Berlusconi, Itália começa consultas para formar novo gabinete


Após renúncia de Berlusconi, Itália começa consultas para formar novo gabinete
Após renúncia de Berlusconi, Itália começa consultas para formar novo gabinete

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, deu início a consultas formais com líderes políticos do país para chegar à formação de um novo gabinete de governo, após a renúncia, no sábado (12/11) à noite, do agora ex-premiê Silvio Berlusconi. Espera-se que o economista e ex-comissário da União Europeia Mario Monti seja confirmado para o lugar de Berlusconi, e existe pressão para que isso ocorra ainda neste domingo (13/11), antes da abertura dos mercados, na segunda-feira (14).

Monti deve presidir um governo de tecnocratas cuja principal função será implementar o plano de austeridade aprovado pela Câmara ontem, condição para a renúncia de Berlusconi. A chamada Lei de Estabilidade, que contou com 380 votos a favor e 26 contra entre os deputados, contém medidas duras para economizar 59,8 bilhões de euros e equilibrar o Orçamento do país até 2014.

Entre elas estão o aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA), de 20% para 21%; o congelamento dos salários de servidores até 2014; a alta da idade mínima de aposentadoria para as trabalhadoras do setor privado, de 60 anos em 2014 para 65 em 2026; o aperto nas medidas contra a evasão fiscal; e um imposto especial para o setor de energia.

O ex-premiê italiano Romani Prodi, que liderou um governo de centro-esquerda entre dois mandatos de Berlusconi, elogiou a saída do polêmico magnata e disse que Monti é “o homem certo” para sucedê-lo. “Ele [Monti] é moderado e conhece o sistema financeiro internacional. Esse ataque especulativo contra os títulos da dívida italiana são em parte por causa de Berlusconi, não por causa da realidade”, afirmou Prodi.

Berlusconi, que ocupou o cargo por três vezes desde 1994 e dominou a política italiana pelos últimos 17 anos, entregou sua carta de renúncia ao presidente Napolitano na noite de ontem. Do lado de fora do palácio presidencial Quirinale, o agora ex-premiê foi recebido por manifestantes que gritavam “palhaço” e atiravam moedas em sua direção.

Preferido dos mercados e apontado como mais provável sucessor de Berlusconi, Mario Monti tem a vantagem, segundo analistas, de ter um bom trânsito entre os demais países europeus, graças à experiência no comando de dois comissariados da União Europeia, entre 1995 e 2004. Espera-se que Monti, nomeado senador vitalício na quarta-feira pelo presidente Giorgio Napolitano, indique um gabinete pequeno formado principalmente por especialistas tecnocratas para adotar medidas com o objetivo de tirar a Itália da crise.

No cargo de Comissário europeu, responsável por combater os monopólios e zelar por uma concorrência comercial saudável na União Europeia, entre 1999 e 2004, ele ganhou o apelido de “Super Mario”, pela tenacidade que mostrou ao se opor aos poderosos bancos regionais alemães e por impedir a fusão entre os gigantes do setor de energia General Electric e Honeywell. Antes disso, de 1995 a 1999, ele foi comissário europeu para mercado interno e serviços.









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