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Governo do Estado implode quatro antigos galpões da CCPL


Vice-governador Luiz Fernando Pezão aciona detonador. Prédios implodidos neste domingo, em Benfica, darão lugar a conjunto habitacional - Foto: Rogério Santana
Vice-governador Luiz Fernando Pezão aciona detonador. Prédios implodidos neste domingo, em Benfica, darão lugar a conjunto habitacional - Foto: Rogério Santana

Galpões que, por quase 10 anos, serviram de moradias para 1.273 famílias foram abaixo neste domingo (08/01). No local onde funcionava a antiga fábrica da Cooperativa Central dos Produtores de Leite (CCPL), na Avenida Dom Hélder Câmara, em Benfica, serão construídas 688 unidades habitacionais que abrigarão parte dos antigos moradores. Na área, de 50 mil metros quadrados, serão construídos 30 blocos e uma área de lazer, com praça arborizada, espaço para recreação infantil e quadra poliesportiva. A previsão é que as obras terminem em oito meses.

Os moradores do entorno foram retirados de suas casas por questões de segurança e recebidos em um ponto de apoio montado na Rua Abdalla Chama. Nas tendas de atendimento, foram disponibilizados lanche e água e uma unidade do Corpo de Bombeiros foi montada. A circulação de trens e metrô também foi interrompida.

Os quatro prédios foram invadidos em 2002 por famílias que viviam em condições precárias. Cerca de 70% delas tem renda de até um salário mínimo e o restante vive com no máximo três rendimentos. Na implosão, foram usados 250 quilos de dinamite, que geraram 80 mil toneladas de entulho. Os resíduos serão aproveitados para o aterro do terreno.

A construção do novo conjunto CCPL será executada pela Empresa de Obras Públicas (Emop), com investimento de R$ 54 milhões em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os 30 blocos terão prédios de quatro pavimentos com, em média, 24 apartamentos com sala, dois quartos, cozinha, banheiro e varanda. Estão previstas obras de pavimentação, iluminação, drenagem pluvial e a construção de praças, jardins, ciclovia e uma creche.

O vice-governador e coordenador executivo de Infraestrutura, Luiz Fernando Pezão, disse que o governo do Estado almejava desapropriar o terreno há anos e que o trabalho já realizado pelo PAC em Manguinhos e no Complexo do Alemão permitiu a reconquista da credibilidade junto à população.

– A operação foi um sucesso. Agora vamos começar a construir esses apartamentos e dar uma vida digna a essas famílias. Havia grande violência nesse local, onde quatro mil pessoas viviam em condições insalubres. Vamos entregar tudo o que assumimos, e nossa maior vitória é ganhar a confiança da população. Estamos recocupando locais abandonados e trazendo a paz, que é um sonho de todos nós – afirmou Pezão.

Outros terrenos selecionados pela Emop serão desapropriados para a realocação de mais quatro mil famílias que vivem na região. O governo do Estado entrará com recursos para promover a infraestrutura de saneamento, terraplanagem e iluminação para a construção de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida.

Famílias que moravam no prédio da CCPL que terão direito a um apartamento após a implosão para a construção de apartamentos populares - Foto: Salvador Scofano
Famílias que moravam no prédio da CCPL que terão direito a um apartamento após a implosão para a construção de apartamentos populares - Foto: Salvador Scofano

– Essas propostas serão apresentadas ao longo da semana e dependemos apenas da liberação dos recursos para começar as obras. Acredito que não leve mais que dois meses – estimou o secretário de Obras, Hudson Braga.

O presidente da Emop, Ícaro Moreno, adiantou que, em quatro anos, toda a região será revitalizada, em parceria com a prefeitura.

– Temos 20 terrenos disponíveis entre Benfica e a parte Baixa do Complexo do Alemão para atender 1.200 famílias que moram em galpões no Jacarezinho, outras 800 famílias do próprio Alemão, as 246 restantes da CCPL e outras da Conab, que está na nossa pauta há três anos. Dois já foram selecionados: o da antiga fábrica da Skol e o da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Ao todo, mais quatro mil famílias receberão novas moradias – calculou Ícaro.

Remoções começaram em 2011

Depois de cadastradas pelo Trabalho Social do PAC, coordenado pelo Escritório de Gestão de Projetos da Casa Civil (EGP-Rio), os moradores começaram a ser removidos em maio de 2011. Do total, 132 famílias já receberam apartamentos no Complexo do Alemão e 207 optaram por compra assistida e/ou indenização. Outras 934, que escolheram ser beneficiadas com moradias no novo conjunto, ainda recebem aluguel social de R$ 400.

Após a entrega das chaves, as famílias passarão por módulos de integração, promovidos pelo Trabalho Social do PAC, que incluem orientações sobre a eleição de síndicos e subsíndicos, ações de manutenção, melhorias ou promoção de oportunidades.

Expectativa pelas novas casas

Ansiosas pelo início da construção das novas unidades, as ex-moradoras do conjunto da CCPL convivem com um misto de tristeza e alegria à espera de sua primeira casa própria. A autônoma Dayse Baptista, 43 anos, acompanhou a demolição dos prédios com aperto no peito. Apesar das dificuldades que enfrentou com os sete filhos, ela diz que foi feliz no local.

– Vim para cá depois que me separei. Meu ex-marido vendeu a casa que tinha em Bangu e fui morar de aluguel. Mas tive que sair fugida, porque devia R$ 1 mil e não tinha como pagar. Uma de minhas filhas ficou sabendo da invasão e viemos com outras pessoas da família. Não tinha água, faltava luz, minha irmã tinha que trazer comida, porque não dava para cozinhar. Mas essa foi minha casa por oito anos, era único cantinho que eu tinha – disse Dayse, que mora em Manguinhos e vive com apenas R$ 700 por mês.

A pensionista Odete Maria Alves, 58, diz que a expectativa é grande para receber as chaves da nova casa. Ela morou nos galpões da CCPL por seis anos com dois dos quatro filhos – que também foram contemplados com apartamentos – e saiu de lá sem nenhum bem material.

– Quando chovia, entrava água, alagava tudo e tínhamos que conviver com ratos e baratas. Perdemos muita coisa por causa das enchentes. Com o aluguel social, alugamos uma casa toda mobiliada, porque não sobrou nada. Foi muito sofrimento, mas vai valer a pena, tudo vai ser recompensado quando recebermos o apartamento – espera a paraibana, que chegou ao Rio há 14 anos.

A filha dela, Aldione Alves, 34, afirma que o melhor de tudo é saber que as novas moradias vão oferecer mais qualidade de vida e segurança.

– Minha filha Vitória teve dengue quatro vezes em um ano, passei dias com ela no hospital. Minha mãe é hipertensa e tinha que carregar baldes de água para cozinhar e tomar banho. Sem contar que não havia segurança no entorno, ficava com medo de voltar para casa à noite. Agora não vou mais precisar me preocupar e sei que minha filha vai ter uma vida melhor – acredita a doméstica.

Conjunto Habitacional terá praça arborizada e quadra poliesportiva

Além do conjunto habitacional, na área de 50 mil metros quadrados será construída uma área com praça arborizada, espaço para recreação infantil e quadra poliesportiva. A previsão é que as obras terminem em oito meses.

A construção do novo conjunto CCPL será executada pela Emop, com investimento de R$ 54 milhões em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além dos 30 blocos de quatro pavimentos, com apartamentos de sala, dois quartos, cozinha, banheiro e varanda, estão previstas obras de pavimentação, iluminação e drenagem pluvial.

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