Contraventor Aniz Abraão David é preso em Copacabana no Rio de Janeiro
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O contraventor Aniz Abraão Davi, o Anísio, foi preso na manhã desta quarta-feira (11/01) em Copacabana, no Rio de Janeiro. A prisão de Anísio foi decretada na noite desta terça-feira (10), depois de o relator de um dos processos a que ele responde ter cancelado o pedido de liberdade (habeas corpus) que havia sido concedido no dia 24 de dezembro.
Anísio era um dos alvos da operação Dedo de Deus deflagrada pela Polícia Civil em dezembro do ano passado. Desde então, a defesa do bicheiro entrou com dois pedidos de habeas corpus preventivo: o primeiro pedido foi negado, enquanto o segundo havia sido aceito até ser revogado na terça.
Anísio foi preso quando caminhava na esquina da rua Joaquim Nabuco e da avenida Nossa Senhora de Copacabana. Segundo o advogado, ele já sabia que seria preso. Irônico, Guedes questiona a validade da prisão do seu cliente.
– Ele tinha certeza de que seria preso e ficou aguardando a prisão, o que mostra toda a periculosidade do Anísio. Qualquer pessoa que lê os autos vê que há motivo para a prisão. Dizer que o Anísio é dono do bicho em Teresópolis só pode ser brincadeira.
Segundo o TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), os advogados de Anísio entraram com novo pedido de liberdade (habeas corpus) na terça-feira (10), mas o desembargador ainda não decidiu sobre a questão.
Rapel para entrar em cobertura
No dia 15 de dezembro, policiais usaram um helicóptero para descer na cobertura de Anísio, em Copacabana, pois o apartamento tem uma porta blindada na entrada, de cerca de 10 cm de espessura. Se a Polícia Civil invadisse a casa pela porta da frente, levaria ao menos dois dias, segundo o corregedor da instituição, Gilson Emiliano.
– Se fossemos arrombar a porta, levaria ao menos dois dias. Com isso, todos os documentos que estavam no apartamento seriam destruídos. A casa estava cheia de trituradores de papel.
A ação surpresa – policiais desceram de rapel na cobertura – ocorreu para que os documentos não fossem destruídos, segundo Emiliano. Policiais pegaram documentos que serão anexados ao processo.
Operação Dedo de Deus
A operação Dedo de Deus busca, desde dezembro, suspeitos no Rio, Bahia, Maranhão e Pernambuco. Desde então, mais de 200 pessoas já foram presas. A polícia informou que a operação continua, no mínimo, até depois do Carnaval.
Entre os presos, estão o ex-prefeito da cidade de Teresópolis Mário Trincano, apontado como chefe do jogo ilegal na região serrana do Rio, e dois policiais militares da cidade de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
Também são alvo das investigações Hélio Ribeiro, presidente administrativo da Grande Rio e que atua na área de Duque de Caxias; Iude Soares, que também é ligado à Grande Rio e age na mesma região; e Luizinho Drumond, suspeito de explorar o jogo do bicho na Leopoldina e zona portuária da capital.
Anísio é suspeito de atuar no jogo do bicho na Baixada Fluminense, principalmente em Nilópolis, Mesquita e Queimados. Ele também é investigado como o provável dono dos R$ 3,9 milhões, apreendidos em 20 de dezembro do ano passado em uma mansão na Barra da Tijuca, na zona oeste. A casa é de um tio de Helinho. O dinheiro estava escondido no esgoto, em uma parece falsa e dentro de vasos sanitários, entre outros lugares, e seria lucro obtido com o jogo do bicho. A quantidade de dinheiro era tão grande que os agentes tiveram que usar um carrinho de supermercado para transportar.
Escutas revelam manipulação de resultados
Era no subsolo de um grande prédio da avenida Rio Branco, no centro do Rio, onde aconteciam os sorteios do jogo do bicho e a manipulação dos resultados por parte dos contraventores. De lá, o resultado – com ou sem alteração – era repassado para as bancas de todo o Estado.
Segundo investigação da Polícia Civil, quando os bicheiros sabiam que muitos apostadores haviam jogado em um único número, eles alteravam o resultado ou mesmo impediam que o número fosse sorteado para não causar prejuízo à banca.
De acordo com o delegado Glaudiston Galeano Lessa, da Coinpol (Corregedoria Interna da Polícia Civil), responsável pela investigação, a troca de um único número já era suficiente para beneficiar os banqueiros.
– A investigação revelou que os números eram manipulados, mas não para favorecer o apostador e sim o próprio jogo do bicho. Quanto menor fosse o número de prêmios e o valor, maior seria o lucro da banca.
Escutas telefônicas autorizadas pela Justiça flagraram quando um contraventor manda um suposto funcionário do jogo do bicho substituir o número 4, que havia acabado de ser sorteado pelos computadores, pelo número 9.
(*) Com informações do R7
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