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Caso do “Rei dos Passinhos”: suspeitos confessam o crime


Caso do "Rei dos Passinhos": suspeitos confessam o crime

O delegado titular da DH (Divisão de Homicídios), Rivaldo Barbosa, disse nesta quinta-feira (16/02) que os dois suspeitos que foram presos no último dia 10 de fevereiro, confessaram ter assassinado Gualter Damasceno Rocha, o “Rei dos Passinhos” do funk, que era também conhecido como Gambá.

Segundo o delegado titular da DH (Divisão de Homicídios), Rivaldo Barbosa, a confissão aconteceu antes mesmo da reconstituição do crime, que ocorreu também na tarde desta quinta-feira.

– Antes da reconstituição, fomos surpreendidos pelos advogados dos suspeitos. Eles pediram para seus clientes prestar novo depoimento. Foi então que os suspeitos confessaram a participação na ação criminosa.

Ainda de acordo com o delegado, durante a confissão, os suspeitos contaram que confundiram Gambá com um criminoso, achando que ele teria invadido a casa onde acabou sendo morto, na rua Pesqueira, em Bonsucesso, zona norte. Um deles, que trabalhava como vigia de uma empresa, viu pelo sistema de câmeras a movimentação do menino e, então, deixou seu posto e o perseguiu até a casa. O outro homem que confessou o crime, um vizinho, havia chegado ao local um pouco antes.

– Eles acharam que era um ladrão e entraram na casa. Confessaram que agrediram o Gualter. Então, concluímos que houve um excesso por parte deles, o que acabou culminando na morte do menino.

Barbosa contou que, na primeira versão apresentada pelos suspeitos, eles negaram o assassinato e disseram apenas ter visto Gambá passando pela rua.

– No primeiro depoimento eles mentiram, agora eles confessaram e, com isso, esperamos apenas o laudo da perícia para concluir o inquérito.

O inquérito deve ser concluído em 20 dias e, então, enviado ao MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Os suspeitos serão indiciados por homicídio doloso por asfixia.

Entenda o crime

O dançarino teria sido visto pela última vez em um baile funk na favela do Mandela, em Manguinhos, zona norte, na noite de Réveillon. Levado ao IML (Instituto Médico Legal) e sem identificação, o corpo foi enterrado como indigente três dias depois. Sem notícias de Gualter, um dos irmãos esteve no IML e reconheceu Gambá em fotos. O corpo apresentava diversos hematomas, o que pode indicar que ele tenha sido espancado até a morte.

Gambá foi enterrado no dia 12 de janeiro, no cemitério da Cacuia, na Ilha do Governador, diante de cerca de 300 pessoas. Duas horas antes, os pais do jovem acompanharam a exumação do corpo no cemitério de Santa Cruz, na zona oeste. Entre familiares e amigos, o sentimento era de tristeza, indignação e angústia sobre o que teria levado à morte do jovem, descrito por todos como um rapaz divertido, carismático e tranquilo.

Dedicação à dança

Exímio dançarino, Gualter fazia bicos como gesseiro e se preparava para dedicar-se exclusivamente à carreira na dança. Havia recebido convites para fazer apresentações em escolas e aparições nos shows da cantora Preta Gil, que esteve no enterro.

Ele pregava um funk sem violência, trouxe inovação no jeito de dançar funk com passos de balé
Ele pregava um funk sem violência, trouxe inovação no jeito de dançar funk com passos de balé

– Ele tinha um estilo diferente, que era só dele. Se estudasse dança, com certeza seria um grande bailarino. Ele vai dançar comigo para sempre e receber eternamente meu amor. Me apaixonei quando o vi dançando.

A juíza criminal Thelma Fraga, que também compareceu ao funeral, conta que conheceu Gambá como jurada da fase final do concurso batalha dos passinhos, em setembro do ano passado. Segundo a magistrada, Gualter “quebrou paradigmas” com sua forma peculiar e provocativa de dançar funk.

– Ele pregava um funk sem violência, trouxe inovação no jeito de dançar funk com passos de balé, kuduro [dança angolana] e com trejeitos femininos. Ele era uma pessoa irreverente, era brincalhão e dócil.

Amigos e parentes de Gualter usavam camisetas com uma foto do dançarino e palavras de conforto. Durante o velório improvisado, amigos bateram palmas em ritmo de funk.

Gualter era o terceiro de quatro irmãos e, segundo a família, morava com um primo na Vila Joaniza, na Ilha. A mãe de Gambá, a cozinheira Edite Damasceno, havia se mudado para Juiz de Fora, cidade natal da família, há apenas dois meses.

(*) Com informações do R7

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