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Incêndio comprometeu 40% do programa antártico brasileiro, diz pesquisador


Incêndio comprometeu 40% do programa antártico brasileiro, diz pesquisador
Incêndio comprometeu 40% do programa antártico brasileiro, diz pesquisador

O incêndio que destruiu sábado (25/02) a Estação Antártica Comandante Ferraz, na Ilha Rei George, comprometeu 40% do programa antártico brasileiro. A avaliação é do diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Jefferson Simões, que já esteve 19 vezes no continente gelado, das quais cinco na Comandante Ferraz.

“Foram afetadas principalmente as áreas de biociência, algumas pesquisas sobre química atmosférica, de monitoramento ambiental, principalmente sobre o impacto da atividade humana naquela região do planeta. Infelizmente, isso também representou uma perda enorme em termos de equipamentos. Ainda não podemos estimar, mas ultrapassa a casa da dezena de milhões de dólares”, lamenta o pesquisador.

Segundo Simões, no entanto, o programa antártico continuará funcionando porque a Comandante Ferraz, apesar de concentrar uma parte importante das pesquisas brasileiras, não era a única estação científica brasileira. Ele explica que, pelo menos metade dos pesquisadores, trabalha em navios de pesquisa ou em acampamentos isolados na Antártica.

Além disso, Simões conta que, em janeiro deste ano, foi inaugurado um módulo de pesquisa no próprio Continente Antártico, chamado de Criosfera 1, localizado a 2.500 quilômetros ao sul da Comandante Ferraz, que está concentrando importantes pesquisas brasileiras. Segundo a Academia Brasileira de Ciências, essa é a estação de pesquisas latino-americana mais próxima do Polo Sul.

“É um módulo totalmente automatizado, que coleta dados meteorológicos, de química atmosférica, inclusive dióxido de carbono, e outros estudos. Essa expedição [de instalação do módulo] foi liderada por mim, com pesquisadores de sete instituições nacionais, como a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro”, disse.

De acordo com o pesquisador, a reconstrução da Estação Comandante Ferraz demorará, pelo menos, dois anos, em consequencia das condições geográficas da Ilha Rei George. “O processo de reconstrução, para voltar ao nível em que estava, demorará de dois a três anos. A logística é muito difícil e só podemos construir durante o verão antártico. E o inverno já está chegando”, disse.

Sobreviventes de incêndio na Antártida chegam ao Brasil

O avião da FAB (Força Aérea Brasileira) que foi resgatar os brasileiros que sobreviveram ao incêndio na Estação Comandante Ferraz, na Antártida, chegou na noite deste domingo (25) ao Brasil. O Hércules C-130 pousou em Pelotas, onde faz escala, e deve seguir para o Rio de Janeiro.

O avião traz ao Brasil os 30 pesquisadores, o alpinista, o representante do Ministério do Meio Ambiente, 12 funcionários do Arsenal de Marinha do Rio de Janeiro, além do primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, ferido no incêndio que destruiu a base brasileira na Antártida.

Segundo a Marinha, o chefe da estação e mais três integrantes do grupo já retornaram à base para uma avaliação inicial dos danos. De acordo com essa avaliação preliminar, aproximadamente 70% das instalações foram destruídas pelo fogo.

O prédio principal da base, onde ficavam a parte habitável e alguns laboratórios de pesquisas, foi completamente atingido pelo incêndio, tendo permanecidos intactos os refúgios (módulos isolados para casos de emergência), os laboratórios (de meteorologia, de química e de estudo da alta atmosfera), os tanques de combustíveis e o heliponto da estação, que são estruturas isoladas do prédio principal.

Foram encontrados na tarde deste sábado (25) os corpos dos dois militares brasileiros que estavam desaparecidos após o incêndio.

A informação foi confirmada por uma nota do Ministério da Defesa, que informa que o ministro Celso Amorim ficou sabendo que os corpos foram encontrados pelo almirante-de-esquadra Júlio Soares de Moura Neto.

Mais de 40 pessoas estavam na estação no momento do incidente. Os pesquisadores e os colaboradores também foram transferidos para a base chilena, de onde partirão em aeronave da Força Aérea Argentina para a cidade de Punta Arenas, no Chile.

A Estação Antártica Comandante Ferraz completou 30 anos em janeiro deste ano. A estação brasileira foi instalada na Baía do Almirantado, localizada na Ilha Rei George, em1984. A partir de 1986, passou a ser ocupada anualmente por pesquisadores e militares da Marinha do Brasil, podendo acomodar até 58 pessoas. A estação tem laboratórios destinados às ciências biológicas, atmosféricas e químicas.

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