Na noite desta quinta-feira (22/03) foi condenada a 43 anos de prisão Luciane Reis, pela morte da menina Lavínia Azeredo. A menina, de seis anos, foi barbaramente assassinada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Lavínia foi encontrada morta em um quarto de hotel no dia 2 de março do ano passado. Para praticar o homicídio a ré usou um cadarço de um tênis enrolado no pescoço. Luciene foi condenada pelos crimes de homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

A setença inclui ainda uma multa de 300 salários mínimos que Luciene terá que pagar para a família de Lavínia. De acordo com os advogados de defesa e acusação, no entanto, a multa passa a ser simbólica porque ambas as partes entendem que Luciene não tem condições de arcar com essa despesa.

Após a sentença, o pai da menina abraçou o promotor de Justiça e emocionado, chorou muito.

O julgamento, que teve início às 13h55 desta quinta-feira no Fórum de Duque de Caxias, durou cerca de 9 horas. Luciane foi julgada por júri popular, formado por quatro mulheres e três homens. No total, nove testemunhas foram ouvidas.

Durante o depoimento de defesa, o advogado de Luciene, Lélio Correa, afirmou que sua cliente é doente mental e chegou a pedir ao júri que optasse pela absolvição seguida de tratamento psicológico.

– Ela é doente. Merece um tratamento penal diferente. E ficar 30 anos no xadrez não vai ajudá-la. Ela representa, sim, perigo à sociedade, mas o cárcere não é remédio. Ela tem de ser tratada em um hospital psiquiátrico.

O pai da menina, Roni dos Santos de Oliveira, sétima testemunha a prestar depoimento, precisou ser retirado da sala. Transtornado, ele se levantou e, aos gritos, chamou Luciene de terrível, monstro e assassina. Ele teve que ser contido por três PMs, pelo advogado e familiares na sala de audiências do fórum de Caxias. Roni foi amante de Luciene e, antes do crime, tentava encerrar o relacionamento com ela.

O desespero do pai de Lavínia veio à tona enquanto ele falava de Luciene, após ser questionado pela defesa.

– O que mais me chamou a atenção foi quando ela chegou para mim na delegacia e perguntou porque eu estava me importando tanto com o sumiço da Lavínia, porque ela poderia me dar outro filho.

Roni contou que a ex-amante era muito possessiva e tinha ciúmes dele com Lavínia. Enquanto ele tentava terminar o romance, ela ameaçava cometer suicídio.

– Ela me ligava e dizia a todo instante que ia se matar. Fui até a casa dela, mas a encontrei no meio do caminho. Ela foi me levando para a casa dela e começou a brigar. Viu uma ligação da Andréia (mãe de Lavínia), ligou para ela e começou a xingar. Entrei na casa, ela trancou a porta, pegou uma faca e disse que ia se matar. Ela me agrediu. Teve um ponto em que eu tive que contê-la e usei a força. Ameaçou se cortar, se matar, uma gritaria.

Neste mesmo dia, após deixar a casa da ex-amante, Roni foi para sua casa e viu quando a mãe de Lavínia, Andréia, colocava a menina para dormir. No dia seguinte, a menina desapareceu.

– Eu acordava 5h40, mas a Andréia acordava antes de mim. Ela acordou e deu falta da Lavínia. Levantei, fiquei preocupado porque minha filha não era de sair. Fiquei desesperado. Imaginei que a assassina tinha alguma coisa a ver com isso. Ela não gostava de ver a foto da Lavínia no meu celular. Fui até a casa dela, mas ela não estava. Procurei vários parentes dela, rodei tudo.

Antes do julgamento, parentes e amigos de Lavínia fizeram manifestação em frente ao fórum. Munidos de cartazes e camisetas com pedidos de Justiça, eles esperam pela condenação de Luciene, que ficou conhecida como a “fera da baixada”. A avó de Lavínia, Marta dos Santos de Oliveira, estava muito emocionada.

– Eu espero que ela fique na cadeia para sempre. Ela foi muito cruel. Matou a minha neta com um cadarço no pescoço, uma menina de seis anos. Ela tem filhos. Será que não pensou nos filhos dela na hora de matar a minha neta? Que coração é esse?

(*) Com informações do R7

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