Millôr Fernandes morreu nesta terça-feira no Rio de Janeiro
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Aos 88 anos, morreu, na noite desta terça-feira (27/03), em seu apartamento, no Rio de Janeiro o escritor e jornalista carioca Milton Viola Fernandes, o Millôr Fernandes. Millôr teve falência múltipla de órgãos, segundo familiares. O jornalista nasceu em 16 de agosto de 1923, no Meier, mas só foi registrado em 27 de maio de 1924. Por isso, tinha duas datas de aniversário e, nos documentos, ainda tinha 87 anos.
O velório está marcado para a capela 2 do Memorial do Carmo, a partir das 15h desta quinta-feira (29), informou o cemitério. Millôr foi um dos maiores nomes do jornalismo brasileiro.
Vida e obras de Millôr Fernandes
Aos dez anos de idade vendeu o primeiro desenho para a publicação O Jornal do Rio de Janeiro. Recebeu dez mil réis por ele. Em 1938 começou a trabalhar como repaginador, factótum e contínuo no semanário O Cruzeiro. No mesmo ano ganhou um concurso de contos na revista A Cigarra (sob o pseudônimo de “Notlim”). Assumiu a direção da publicação algum tempo depois, onde também publicou a seção “Poste Escrito”, agora assinada por “Vão Gogo”.
Em 1941 voltou a colaborar com a revista O Cruzeiro, continuando a assinar como “Vão Gogo” na coluna “Pif-Paf”, o fazendo por 18 anos. A partir daí passou a conciliar as profissões de escritor, tradutor (autodidata) e autor de teatro.
Já em 1956 dividiu a primeira colocação na Exposição Internacional do Museu da Caricatura de Buenos Aires com o desenhista norte-americano Saul Steinberg. Em 1957, ganhou uma exposição individual de suas obras no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.
Dispensou o pseudônimo “Vão Gogo” em 1962, passando a assinar “Millôr” em seus textos n’O Cruzeiro. Deixou a revista no ano seguinte, por conta da polêmica causada com a publicação de A Verdadeira História do Paraíso, considerada ofensiva pela Igreja Católica.
Em 1964 passou a colaborar com o jornal português Diário Popular e obteve o segundo prêmio do Salão Canadense de Humor. Em 1968 começou a trabalhar na revista Veja, e em 1969 tornou-se um dos fundadores do jornal O Pasquim.
Nos anos seguintes escreveu peças de teatro, textos de humor e poesia, além de voltar a expor no Museu de Arte Moderna do Rio. Traduziu, do inglês e do francês, várias obras, principalmente peças de teatro, entre estas, clássicos de Sófocles, Shakespeare, Molière, Brecht e Tennessee Williams.
Depois de colaborar com os principais jornais brasileiros, retornou à Veja em setembro de 2004, deixando a revista em 2009 devido a um desentendimento acerca da digitalização de seus antigos textos, publicados sem autorização no acervo on-line da publicação.
Suas Obras
Prosa
Eva sem costela – Um livro em defesa do homem (sob o pseudônimo de Adão Júnior) – 1946 – Editora O Cruzeiro.
Tempo e contratempo (sob o pseudônimo de Emmanuel Vão Gogô) – 1949 – Editora O Cruzeiro.
Lições de um ignorante – 1963 – J. Álvaro Editor
Fábulas Fabulosas – 1964 – J. Álvaro Editor. Edição revista e ilustrada – 1973 – Nórdica
Esta é a verdadeira história do Paraíso – 1972 – Livraria Francisco Alves
Trinta anos de mim mesmo – 1972 – Nórdica
Livro vermelho dos pensamentos de Millôr – 1973 – Nórdica. Edição revista e ampliada: Senac – 2000.
Compozissõis imfãtis – 1975 – Nórdica
Livro branco do humor – 1975 – Nórdica
Devora-me ou te decifro – 1976 – L&PM
Millôr no Pasquim – 1977 – Nórdica
Reflexões sem dor – 1977 – Edibolso.
Novas fábulas fabulosas – 1978 – Nórdica
Que país é este? – 1978 – Nórdica
Millôr Fernandes – Literatura comentada. Organização de Maria Célia Paulillo – 1980 Abril Educação
Todo homem é minha caça – 1981 – Nórdica
Diário da Nova República – 1985 – L&PM
Eros uma vez – 1987 – Nórdica – Ilustrações de Nani
Diário da Nova República, v. 2 – 1988 – L&PM
Diário da Nova República, v. 3 – 1988 – L&PM
The cow went to the swamp ou A vaca foi pro brejo – 1988 – Record
Humor nos tempos do Collor (com L. F. Veríssimo e Jô Soares) – 1992 – L&PM
Millôr definitivo – A bíblia do caos – 1994 – L&PM
Amostra bem-humorada – 1997 – Ediouro – Seleção de textos de Maura Sardinha
Tempo e contratempo (2ª edição) – Millôr revisita Vão Gogô – 1998 – Beca.
Crítica da razão impura ou O primado da ignorância – Sobre Brejal dos Guajas, de José Sarney, e Dependência e Desenvolvimento na América Latina, de Fernando Henrique Cardoso – 2002 – L&PM
100 Fábulas Fabulosas – 2003 – Record
Apresentações – 2004 – Record.
Novas Fábulas E Contos Fabulosos (ilustrações de Angelisa) – 2007 – Desidratada.
Poesia
Papaverum Millôr – 1967 – Prelo. Edição revista e ilustrada: 1974 – Nórdica
Hai-kais – 1968 – Senzala
Poemas – 1984 – L&PM
Artes visuais
Desenhos – 1981 – Raízes Artes Gráficas. Prefácio de Pietro Maria Bardi e apresentação de Antônio Houaiss.
Teatro (em livro)
Teatro de Millôr Fernandes (inclui Uma mulher em três atos 1953, Do tamanho de um defunto 1955, Bonito como um deus 1955 e A gaivota 1959) – 1957 – Civilização Brasileira
Um elefante no caos ou Jornal do Brasil ou, sobretudo, Por que me ufano do meu país – 1962 – Editora do Autor
Pigmaleoa – 1965 – Brasiliense
Computa, computador, computa – 1972 – Nórdica
É… – 1977 – L&PM
A história é uma istória – 1978 – L&PM
O homem do princípio ao fim – 1982 – L&PM
Os órfãos de Jânio – 1979 – L&PM
Duas tábuas e uma paixão – 1982 – L&PM (nunca encenada)
Teatro (não editado em livro)
Diálogo da mais perfeita compreensão conjugal – 1955
Pif, tac, zig, pong – 1962
A viúva imortal – 1967
A eterna luta entre o homem e a mulher – 1982
Kaos – 1995 (leitura pública em 2001 – nunca encenada)
Espetáculos musicais
Pif-Paf – Edição extra! – 1952 (com músculos de Ary Bizarro)
Esse mundo é meu – 1965 (em parceria com Sérgio Ricardo)
Liberdade, liberdade – 1965 (em parceria com Flávio Rangel)
Memórias de um sargento de milícias – 1966 (com músicas de Marco Antonio e Nelson Lins e Barros)
Momento 68 – 1968
Mulher, esse super-homem – 1969
Bons tempos, hein?! – 1979 (publicada pela L&PM – 1979 – Pouso Alegre)
Vidigal: Memórias de um tenente de milícias – 1982 (com músculos de Carlos Lyraseso)
De repente – 1984
O MP4 e o Dr. Çobral vão em busca do mal – 1984
China! Outros 5000 – Uma Pope Ópera (com músculos de Toquinho e Paulo César Pinto)
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