Cinco acusados de participação na morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel, em janeiro de 2002, foram julgados nesta quinta-feira (10/05) no Fórum de Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. A sessão de julgamento presidida pelo juiz Antonio Augusto Galvão de França Hristov. Foram julgados Itamar Messias dos Santos Filho, Ivan Rodrigues da Silva, conhecido como Monstro, Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira, o Bozinho, José Edison da Silva e Elcyd Oliveira Brito, o John.

O júri popular condenou Ivan Rodrigues da Silva, José Edison da Silva e Rodolfo Rodrigo dos Santos Oliveira por homicídio no caso da morte do prefeiro de Santo André, Celso Daniel, assassinado em 2002. O júri era formado por quatro homens e três mulheres.

O juiz Antônio Augusto Hristoz sentenciou Ivan Rodrigues a 24 anos de reclusão por ter coordenado a ação que levou à morte do prefeito e por ser reincidente. José Edison foi condenado a 20 anos e Rodolfo Rodrigo a 18 anos. Este último era menor de idade na época do crime. O réu José Edison se encontra em liberdade por esse processo devido a um habeas corpus concedido pelo STF. Os outros dois estão presos.

Os advogados de Ivan Rodrigues e José Edison não irão recorrer da sentença. Já o defensor de Rodolfo Rodrigo ainda vai avaliar o texto completo da decisão da Justiça para saber se entrará com recurso.

O promotor Márcio Augusto Friggi de Carvalho se mostrou confiante e acredita que a decisão tomada hoje, que corrobora com a tese de que houve crime com motivação política, pode refletir nos próximos julgamentos. “Teve um cenário político por trás. Até aqui a Justiça vem chancelando a tese do Ministério Público”.

Mais cedo o promotor havia dito que o sequestro do prefeito foi forjado para encobrir a real motivação. “(Celso Daniel) foi torturado. Ele sabia demais”, disse o promotor.

Carvalho disse que o prefeito de Santo André pretendia tomar providências sobre os desvios na prefeitura e já havia confidenciado isso à sua família. Afirmou que Celso Daniel sabia que o dinheiro era desviado, “só não concordava com o desvio para gastos pessoais”. “Naquela época, o contexto era a eleição de um presidente da República que ficou oito anos no poder e cuja campanha foi financiada por aquele esquema”, disse o promotor. Em 2002, ano da vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Celso ia ser coordenador de campanha.

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