Na tarde desta quarta-feira (06/06) o delegado Jorge Carrasco, diretor do DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), disse que a mulher confessou o crime no apartamento na Vila Leopoldina, zona oeste de São Paulo. Segundo o delegado o corpo do empresário ficou aproximadamente dez horas em um dos quartos e só depois foi esquartejado pela esposa Elize Matsunaga.

Segundo Carrasco, a versão dada por Elize Matsunaga explicaria o fato de não haver muito sangue no apartamento, pois, depois de tanto tempo, o corpo fica rígido e o sangue coagula. Ainda de acordo com o delegado, a mulher teria apenas limpado as manchas de sangue provocadas pelo tiro dado na cabeça do empresário.

— Depois de dez horas que o corpo ficou no quarto e já estava com rigidez cadavérica, ela, por ser conhecedora de anatomia, por ter se formado em enfermagem e por ter trabalhado em um centro cirúrgico, pegou uma faca e cortou nas juntas, nas cartilagens. Depois, colocou em algumas malas e levou para a região de Cotia, região esta que ela conhecia porque eles frequentavam um sitio em Ibiúna.

O interrogatório de Elize durou mais de oito horas. Durante o tempo em que esteve no DHPP, ela relatou que atirou no marido em meio a uma briga por ciúmes.

— Ela disse que houve uma discussão conjugal porque ficou sabendo de infidelidade. Nessa desavença conjugal, parece que houve uma agressão a ela. E, nesse momento, ela pegou a arma e executou o tiro.

De acordo com Carrasco, a arma usada era a de calibre 380 e foi dada a Elize pelo próprio marido. Após o tiro, ainda segundo o delegado, ela disse que arrastou o corpo do marido até o quarto, onde o deixou por dez horas. Depois, ele foi levado para o banheiro da empregada para ser cortado.

O diretor do DHPP ressaltou que a confissão dela foi espontânea e que a versão apresentada — de que ninguém ajudou no crime —é coerente. No depoimento, Elize alegou que apenas ela, o marido e a filha estavam no apartamento na hora do crime. De qualquer forma, outras pessoas ainda serão ouvidas, como as duas babás do casal.

Perícia

A polícia fez uma nova perícia no apartamento do empresário, que fica na Vila Leopoldina, zona oeste da capital paulista. Técnicos do Instituto de Criminalística já fizeram, no início da semana, uma varredura no imóvel à procura de provas que ajudassem a esclarecer o crime.

Carrasco explicou que o imóvel é muito grande e, por isso, as equipes voltariam ao apartamento. Ele também admitiu que o quarto citado poe Elize no depoimento não tinha sido analisado.

Na noite desta terça-feira (5), Elize foi transferida do 97º Distrito Policial, na zona sul de São Paulo, para o presídio feminino de Itapevi.

Prisão

O advogado dos pais do empresário Marcos Kitano Matsunaga já havia adiantado ao R7, no final da manhã desta quarta-feira, que a prisão temporária de Elize foi prorrogada. Nesta tarde, Carrasco confirmou a informação e disse que o novo prazo para que ela fique na cadeia é de 15 dias. Ela está detida desde a noite da segunda-feira (4). Inicialmente, a Justiça havia autorizado a prisão por cinco dias.

(*) Com informação do R7

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