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Documentos provam que Dirceu operou o mensalão às vistas do governo


Documentos provam que Dirceu operou o mensalão às vistas do governo
Documentos provam que Dirceu operou o mensalão às vistas do governo

Documentos oficiais do Palácio do Planalto obtidos pelo jornal O Estado de S.Paulo comprovam a denúncia do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de que o mensalão era operado no coração do governo. Reportagem publicada no domingo (19/08) tem base em correspondências confidenciais, bilhetes e ofícios cedidos com base na Lei de Acesso à Informação. Neles, fica clara a troca de favores entre governo e aliados, negociações de cargos por indicados políticos e ações que mostram o poder do então ministro.

O material desmonta um dos argumentos da defesa de Dirceu no processo do mensalão do PT no Supremo Tribunal Federal, de que ele não cuidava mais de temas partidários. Uma centena de ofícios dos primeiros anos do governo Lula, agora tornados públicos, trata quase exclusivamente da ocupação dos cargos públicos por partidos aliados. Sob a “incumbência” de Dirceu, Marcelo Sereno, seu chefe de gabinete e braço direito, despachava indicações de bancadas, nomeações e currículos para os mais variados cargos federais.

A troca de ofícios com o então presidente do PL (hoje PR), deputado Valdemar Costa Neto, não esconde os interesses de cada um. O assunto é a negociação de cargos-chave na Radiobrás. Em ofício arquivado na Presidência com o número 345/Gab-C.Civil/PR, Valdemar indica nomes à estatal federal de comunicação e acrescenta: “Certo de que V.Exa. poderá contar com apoio integral desta Presidência e da Bancada do Partido Liberal no Congresso.”Em 27 de fevereiro de 2003, Dirceu ordena que a demanda seja encaminhada ao então presidente da Radiobrás, Eugênio Bucci.

Os registros mostram ainda que Dirceu mantinha uma rede de informações que extrapolava os órgãos federais de investigação. O serviço era tocado pela Secretaria de Controle Interno. Vinculado à Casa Civil, era comandado à época por José Aparecido Nunes Pires. Em 2008, Pires foi apontado como um dos autores do dossiê com dados sigilosos sobre os gastos com cartões corporativos no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Os documentos indicam, por exemplo, que Dirceu teve acesso – antes do ministro da Justiça da época, Márcio Thomaz Bastos, às gravações de um encontro entre o assessor da Casa Civil Waldomiro Diniz e o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no Aeroporto Internacional de Brasília. Fitas e documentos relacionados ao assunto chegaram ao ex-ministro pelo então chefe da Polícia Civil do Distrito Federal, Laerte Bessa.

As imagens foram gravadas pela segurança da Infraero atendendo a uma solicitação da polícia de Brasília, em uma investigação sigilosa. Só após passar pelo crivo de Dirceu é que a investigação foi remetida a Thomaz Bastos, hoje advogado de um dos réus do mensalão, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado, e ex-defensor de Cachoeira. Questionada pela reportagem, a Casa Civil confirmou que dois agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) faziam na época parte da estrutura da Casa Civil e estavam subordinados ao então ministro.

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