Caso Matsunaga: novo inquérito policial vai apurar se houve presença de duas ou mais pessoas na cena do assassinato do empresário Marcos Matsunaga

A história envolvendo a morte do empresário Marcos Matsunaga pode tomar novo rumo nos próximos dias. É que o promotor do caso, José Carlos Cosenzo pediu, nesta quarta-feira (17/10), a instauração de um novo inquérito policial que irá apurar se houve a presença de duas ou mais pessoas na cena do assassinato do empresário. O que motivou o pedido foi um laudo necroscópico que apontou cortes distintos durante o esquartejamento da vítima.
No laudo, o perito conclui que os cortes feitos na região abdominal e nos membros inferiores do corpo do empresário apresentavam “características praticadas por pessoas ou pessoa com noções de anatomia”, enquanto “as secções em raízes de membros superiores apresentavam retalhos de pele, indicando dificuldade ou desconhecimento anatômico da região”.
Para o representante do Ministério Público, a avaliação da perícia sugere que Elize Matsunaga, que confessou ter matado o empresário, com quem era casada, teve ajuda para esquartejar o corpo da vítima.
— O legista me dá uma condição absolutamente técnica da presença de duas ou mais pessoas durante o esquartejamento em razão das técnicas utilizadas. Durante o interrogatório, Elize disse que começou a cortar o corpo primeiro pelo joelho, depois os membros superiores, em seguida, o abdômen e a cabeça. Não é possível que uma pessoa detenha uma técnica em um corte e esqueça a técnica num segundo corte, detenha novamente a técnica no terceiro corte e esqueça a técnica no quarto corte.
Outro indício de que haveria a presença de mais pessoas na cena do crime surgiu a partir da reconstituição do assassinato. Durante o procedimento, foram feitas perícias em objetos e análises de amostras de material biológico coletados no local. O laudo, assinado pela perita Roberta Casemiro da Rocha Hirschfeld, indicou a existência de material genético de Marcos e de outras duas pessoas dos sexos masculino e feminino.
— A perícia diz que não há elemento que possa estabelecer cronologicamente se o material biológico estava antes, se foi depositado durante o esquartejamento ou se poderia ter sido depositado após o fato. Feito isso, a única saída que nos ofereceu foi buscar a abertura de um novo inquérito para apurar a possibilidade de uma terceira pessoa na cena do crime.
O promotor informou que questionou se o material genético colhido poderia ser confrontado com outros materiais.
— A resposta que tivemos da perícia é que o material que o Instituto de Criminalística coletou dá para ser confrontado com milhares de outros materiais que poderão ser colhidos posteriormente. Vamos colher ainda material biológico da Elize para saber se o material genético referente à pessoa do sexo feminino é dela. Se for, teríamos a investigação apenas quanto à outra pessoa.
Motivação delineada
Consenzo esclareceu que não se trata de uma nova investigação em relação à Elize Matsunaga.
— Os fatos relacionados à autoria, à materialidade e, principalmente, à motivação do crime estão perfeitamente delineados e estão se desenvolvendo no processo principal. Quanto menos tumultuar o processo que está em tramitação, pedindo novas diligências, melhor.
Ele explicou porque só fez a requisição de um novo inquérito meses após a confissão da acusada.
— Quando o primeiro inquérito foi encerrado, ela estava presa. A prisão temporária estava quase esgotando. Em razão disso, o delegado de polícia juntou o que tinha em mãos e encaminhou. Nós não tínhamos o laudo da reprodução simulada, o laudo de balística e inúmeras perícias que estavam em andamento. Depois disso é que se verificou a possibilidade de se encontrar outra ou outras pessoas na cena do crime. Para evitar achismos, aguardei a conclusão dos laudos.
A segunda investigação também será conduzida pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) .O inquérito, em grande parte, deverá correr em sigilo.
Entenda o caso
O empresário, herdeiro da Yoki Alimentos, foi encontrado morto e esquartejado na Estrada dos Pires, numa região rural, em Cotia, na Grande São Paulo, no dia 27 de maio. O corpo foi encontrado, cerca de uma semana após o desaparecimento, cortado em pedaços e colocado em sacolas plásticas.
A mulher do empresário, Elize Matsunaga, 30, confessou o crime e o esquartejamento no dia 6 de junho. A Polícia Civil afirmou que o assassinato pode ter tido motivação passional. De acordo com as investigações, Elize suspeitava que o marido estivesse tendo um caso e contratou um detetive particular para segui-lo. O profissional confirmou a traição.
De acordo com a versão da mulher, Matsunaga foi morto com um tiro após uma discussão entre o casal, em que ela teria sido agredida. Depois, ela esquartejou sozinha o corpo e guardou os pedaços em sacolas plásticas. A câmera de segurança do elevador do prédio onde ela vivia com o marido mostrou Elize saindo de casa com três malas. Ela confirmou à polícia que o corpo do marido estava nas malas.
(*) Com informações do Uol
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