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Santa Maria homenageia vítimas da boate Kiss no dia que a tragédia completa 30 dias

 
 

Um mês após o incêndio na Boate Kiss em Santa Maria (RS), que deixou 239 mortos e mais de 100 feridos, a cidade faz hoje (27) uma série de homenagens às vítimas da tragédia. Às 8h, as igrejas da cidade vão tocar os sinos por um minuto.
Parentes e amigos vão se reunir na praça principal da cidade, Saldanha Marinho, durante a homenagem. É esperada a presença de parentes das vítimas do incêndio em uma boate de Buenos Aires, na Argentina, ocorrido em 2004, quando morreram mais de 190 pessoas.
Em Porto Alegre, será entregue ao Ministério Público um documento com 27 mil assinaturas pedindo justiça. “É mais um clamor por justiça, que os fatos sejam apurados. Mais ou menos 10% da população de Santa Maria assinaram. É para mostrar que a gente está mobilizada e acordar nossas autoridades”, disse Leo Becker, consultor de vendas, pai de Erika, de 22 anos, morta no incêndio.
Parte das homenagens faz parte das primeiras ações da Associação das Vítimas e Familiares da Tragédia de Santa Maria, criada recentemente, que conta com 197 parentes de primeiro grau de pessoas mortas no incêndio e com 58 sobreviventes. No último sábado (23), a entidade teve o estatuto aprovado.
Além de organizar as homenagens, a associação pretende fiscalizar os órgãos públicos para evitar tragédias similares. “Estamos analisando os documentos das investigações para decidir qual vai ser o próximo passo, que provavelmente será direcionado a uma ação coletiva destinada a buscar indenização tanto por danos morais quanto materiais”, destaca o defensor público Andrey Melo, que ajudou a criar a associação. “O polo passivo dessa ação pode ser integrado por algum ente público, no caso o município ou o estado”.
No início da noite, às 19h, está prevista uma passeata que sairá da Praça Saldanha Marinho até a Igreja de Fátima, onde será celebrada, às 20h, missa em homenagem às vítimas. No mesmo horário, na Arquidiocese de Santa Maria, outra celebração será feita para lembrar os mortos no incêndio. Está programada ainda a distribuição de 239 faixas brancas pelas ruas Vale Machado, dos Andradas (onde fica a Boate Kiss) e a Avenida Rio Branco.

Universidade de Santa Maria ainda lida com luto de alunos e professores após tragédia

Um mês após a tragédia que matou 239 pessoas na Boate Kiss, a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) se prepara para entrar em recesso e encontrar formas de lidar com o luto. Pelo menos 117 jovens, alunos da instituição, morreram no incêndio ou em consequência dele. Desses, 65 pertenciam ao Centro de Ciências Rurais, que inclui os cursos de agronomia – que organizou a festa do dia 27 de janeiro –, zootecnia e veterinária.

Apesar de numericamente ter perdido mais alunos, o diretor do Centro de Ciências Rurais da UFSM, professor Thomé Lovatto, diz que as mortes foram sentidas igualmente por toda a comunidade acadêmica. “O sentimento é o mesmo. Não dá para dizer que, porque nós perdemos numericamente mais, os outros perderam menos. A integração era muito grande entre os cursos. Os alunos se conheciam e conviviam” explicou.

Segundo ele, apesar de a universidade ter retomado as aulas na segunda semana após a tragédia, ainda é preciso um monitoramento constante de alunos e professores e o apoio de psicólogos durante as atividades. Entre 5% e 10% dos alunos têm crises de choro e depressão durante as aulas e, muitas vezes, precisam interromper os trabalhos. Nesses casos, o diretor conta que eles não deverão passar pelas avaliações do fim do semestre letivo. “Estamos em atenção aos alunos que ficaram com sequelas psicológicas. Os professores vão deixar as avaliações em aberto e, no próximo semestre, eles retornam para fazer as disciplinas novas e concluir as que ficaram incompletas”.

O semestre letivo será encerrado no próximo dia 6, em função de um atraso provocado pela greve no ano passado. As aulas serão retomadas no dia 1º de abril. Os professores e coordenadores dos cursos preparam uma “recepção diferenciada” para os alunos, segundo Lovatto. “Perdemos calouros na tragédia, que deveriam começar a vida acadêmica no semestre que será iniciado. Vamos ter de preparar uma recepção para quem perdeu esses colegas”, acrescentou.

O diretor conta que os professores também precisaram de acompanhamento. De acordo com ele, na semana depois do incêndio, foram feitas reuniões com o corpo docente para prepará-lo para lidar com os alunos e com o próprio luto. A universidade recebeu o apoio de centros de psicologia de outras instituições, como a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Na segunda semana, os alunos começaram a voltar para o campus e foram oferecidos espaços para manifestações e desabafos. Somente a partir da terceira semana após a tragédia é que as atividades normais foram retomadas, já em ritmo de encerramento de semestre.

Nos próximos meses, o professor Lovatto diz que novos desafios devem ser enfrentados, como a ajuda às famílias que perderam, por exemplo, quem as sustentava financeiramente. “Nós temos 34 famílias que perderam seus mantenedores. É o caso de um segurança da boate. Ele mantinha a mãe e as duas irmãs, que também já tinham filhos. Agora vamos ter que pensar nessas situações, no sentido de garantir um sustento para essas famílias. Vamos ver como a universidade pode ajudar”.

O incêndio na Boate Kiss ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro, matando imediatamente 233 pessoas. Centenas ficaram feridas ou foram intoxicadas pela fumaça tóxica provocada pela queima da espuma de isolamento acústico da boate. Mais seis pessoas morreram posteriormente em consequência de queimaduras ou de problemas respiratórios causados pela fumaça. A tragédia começou quando um artefato pirotécnico foi aceso durante show da banda Gurizada Fandangueira. Dois integrantes da banda e dois sócios da boate ainda estão presos. A polícia deve concluir as investigações nesta semana.

Um mês após a tragédia de Santa Maria, três pessoas permanecem em UTI

Um mês após a tragédia que matou 239 pessoas na Boate Kiss em Santa Maria (RS), 22 pessoas seguem internadas em decorrência de ferimentos provocados pelo acidente. Segundo informações do Ministério da Saúde, três desses pacientes permanecem em unidades de terapia intensiva e necessitam de ventilação mecânica.

No dia do incêndio, em 27 de janeiro, 239 pessoas morreram imediatamente ou logo depois de chegar aos hospitais da cidade. Nas semanas seguintes, mais quatro pacientes não resistiram às queimaduras ou à intoxicação provocada pela fumaça tóxica produzida pela queima da espuma de isolamento acústico da boate.

A intoxicação pela fumaça foi a principal causa de mortes. A espuma, inapropriada para esse tipo de ambiente, produziu um gás letal quando queimada. Segundo relatos de sobreviventes, uma fumaça preta tomou conta de toda a boate em poucos minutos, antes mesmo que as pessoas pudessem perceber que havia fogo. A inalação dessa fumaça provocou o que os médicos chamam de pneumonite química. Os sintomas da intoxicação foram sentidos por diversas pessoas até cinco dias depois do episódio. Algumas delas foram internadas e precisaram de ventilação mecânica. Além dos intoxicados, 20 pessoas também tiveram queimaduras graves por causa do incêndio.

O atendimento psicológico às vítimas e suas famílias também permanece como medida prioritária no Rio Grande do Sul. O Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Santa Maria continua funcionando 24 horas para acolher as pessoas que apresentem sintomas de depressão, traumas ou outros problemas psicológicos decorrentes da tragédia. Um acordo foi firmado entre as secretarias Estadual e Municipal de Saúde, o ministério e a Universidade Federal de Santa Maria para garantir acompanhamento clínico e psicossocial aos atingidos.

O Ministério da Saúde também deve inaugurar em março um site no qual todas as pessoas que estiveram na boate na madrugada de 27 de janeiro serão cadastradas. O objetivo é fazer o monitoramento da saúde delas nos próximos meses de modo a identificar possíveis sequelas da exposição à fumaça e ao trauma.

(*) Com informações da Agência Brasil

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