Batalhão do Choque invade antigo Museu e índios deixam prédio
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A ocupação do prédio do antigo Museu do Índio, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, foi encerrada no início da tarde desta sexta-feira (22/03). Cerca de 20 índios que moravam no imóvel aceitaram a oferta do governo do estado e serão transferidos para Jacarepaguá, na zona oeste. Eles deixam o local em vans da Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos.
Com apoio de dezenas de manifestantes, os índios saíram do local pacificamente. Levaram seus pertences e acenderam uma fogueira que chega a dois metros na entrada do prédio. Eles serão transferidos para a Colônia de Curupaiti, em Jacarepaguá, onde deverá funcionar o Centro de Referência da Cultura dos Povos Indígenas, prometido pelo governo estadual.

Porém alguns resistiam e o homens do Batalhão de Choque invadiram o local depois de um incêndio nos arredores do imóvel. O tumultuo foi generalizado e bombas de gás e spray de pimenta foi disparados em manifestantes atingindo inclusive jornalistas que estavam fazendo cobertura da desocupação.
Em nota distribuída na noite de quinta-feira (21), além da transferência do índios para Curupaiti, com a promessa de preservar a cultura indígena, a Secretaria de Assistência Social também se comprometeu a criar um Conselho Estadual de Direitos Indígenas, que funcionará como órgão consultivo do estado para a formulação de políticas públicas para essa população.
O prédio estava cercado desde às 3h por policiais do Batalhão de Choque. Por ordem da Justiça Federal, o imóvel deveria ser desocupado nesta sexta-feira (22), a pedido do governo do estado do Rio de Janeiro, que deseja reformar o local para receber o Museu Olímpico e área para estacionamento para a Copa de 2014.
Durante os protestos contra a desocupação nesta manhã várias pessoas foram detidas por policias militares. O Batalhão de Choque, chamado para intervir, respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e jogou spray de pimenta nos manifestantes que protestavam Avenida Radial Oeste – um das principais da cidade – ao lado do museu. Eles foram retirados à força.

Uma jovem, que vem sempre manifestando sobre tudo, que se disse representante do grupo ucraniano Femen no Rio tirou a blusa e correu para o meio da pista, mas foi contida por pelos policiais, sob protestos.
O Corpo de Bombeiros foi chamado para apagar a fogueira dos índios e evitar acidentes.
Construído no século 19, o prédio abrigou o Serviço de Proteção ao Índio, comandado pelo Marechal Candido Rondon. Já como museu, o local teve entre seus diretores o antropólogo Darcy Ribeiro.
Entenda o caso
A polêmica sobre o destino do espaço começou em outubro de 2012, quando o governo do estado anunciou mudanças no entorno do Maracanã, para que o estádio pudesse receber a Copa das Confederações, em 2013, a Copa do Mundo, em 2014, e a Olimpíada, em 2016.
Pelo projeto da Casa Civil, o Maracanã seria transferido para a iniciativa privada, que deveria construir um estacionamento, um centro comercial e áreas para saída do público. Para isso, alguns prédios ao redor do estádio deveriam ser demolidos, entre eles o casarão do antigo Museu do Índio, que funcionou no local de 1910 até 1978.
O edifício com área de cerca de 1600 m² está desativado há 34 anos. O grupo de indígenas que ocupa o prédio – e deu ao museu o nome de Aldeia Maracanã – está no local desde 2006.
Esse ano, no entanto, a 8ª Vara Federal Cível do Rio de Janeiro concedeu imissão de posse em favor do governo estadual. Os índios foram notificados em 15 de março.
(*) Com informações da Agência Brasil e Agências
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