Juri condena Sandro Dota a 31 anos de prisão pela morte da cunhada
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No fim da tarde desta terça-feira (17/09) terminou no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, o julgamento do motoboy Sandro Dota. Ele foi condenado a 31 anos de prisão pela morte e estupro de sua cunhada, a universitária Bianca Consoli, de 19 anos, em setembro de 2011. A sentença foi lida pela juíza Fernanda Afonso de Almeida, da 4ª Vara do Júri. Os sete jurados consideraram Dota culpado pelos crimes de homicídio qualificado e estupro.
De maneira rápida, todo o júri – quatro homens e três mulheres – votou pela condenação de Dota, após responder a dez perguntas (sete relativas ao assassinato e três acerca do estupro). A juíza disse, durante a leitura da sentença, que o réu mostrou ser “dissimulado e manipulador” ao longo de todo o caso, tendo transformado o caso em um “circo” com suas declarações em entrevistas para televisão, nas quais declarava inocência.
Inicialmente, a magistrada fixou a pena de 26 anos para o homicídio qualificado e oito para o estupro, mas concedeu uma redução de três anos no primeiro em razão da confissão do acusado, feita em uma carta divulgada no mês passado e confirmada em plenário. Assim, o somatório das duas penas – que incidem nos artigos 121 e 213 do Código Penal – ficou em 31 anos, em regime fechado.
Algemado e com a roupa da prisão, Sandro Dota ouviu toda a leitura da sentença de cabeça erguida, sem demonstrar emoção. Ao final da leitura, o réu foi retirado pelos policiais militares, embaixo de gritos de “assassino”, “nojento” e outras ofensas, vindas da plateia formada por familiares e amigos da família Consoli.
A pena deverá ser cumprida no presídio de Tremembé, no interior paulista, onde o réu está preso desde dezembro de 2011. A defesa informou que já recorreu da decisão. Já a Promotoria ainda avalia se pedirá a revisão da sentença, elevando-a para 34 anos (retirando o benefício concedido pela juíza).
Julgamento correu mais rápido do que o previsto
Previsto para durar até cinco dias, o julgamento ocupou menos da metade do período. A acusação, feita pelo promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior e o seu assistente, Cristiano Medina, pedia desde o início a condenação por homicídio triplamente qualificado (meio cruel, motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima) e estupro. Já a defesa, formada por Aryldo de Paula e outros cinco advogados, pedia a condenação apenas pelo assassinato, mas com atenuantes.
Durante a tréplica, a defesa de Dota se baseou em questionar o depoimento da perita do caso, que disse que não podia afirmar com precisão se as lesões na região perianal da vítima eram decorrentes de um estupro. O advogado Mauro Nacif sugeriu que os ferimentos podem ter sido causados durante a queda. A defesa chegou a mostrar aos jurados fotos das lesões.
Os advogados de Dota ainda ressaltaram que não pedem a absolvição dele, que confessou o crime dias depois de dispensar o defensor anterior, durante o primeiro julgamento, em julho. Eles querem apenas que o acusado seja inocentado do crime de estupro.
O promotor Nelson dos Santos Pereira Júnior argumentou que houve estupro e que a vítima se preparava para ir à academia quando foi atacada. Segundo ele, a jovem não teria condições de malhar se tivesse com aqueles ferimentos.
“Eu matei”: Sandro Dota e outros réus confessam a autoria de crimes bárbaros em São Paulo
O julgamento
Das oito testemunhas arroladas pela acusação, duas foram dispensadas. Já a defesa dispensou seis das nove previstas. A primeira testemunha a ser ouvida foi Marta Ribeiro, mãe de Bianca. Em seu depoimento ela respondeu apenas questões do promotor, os advogados de defesa abriram mão das perguntas.
Marta contou sobre a rotina de sua filha e sobre Sandro ter uma cópia da chave de sua residência. Daiana Consoli, irmã da vítima e ex-mulher de Sandro, foi a segunda a depor. Ela falou sobre o comportamento de Sandro e disse que ele era possessivo e ciumento.
O terceiro e último a depor, antes do intervalo, foi Bruno Barranco, namorado de Bianca na época dos fatos. Bruno disse que começou a desconfiar de Sandro Dota alguns dias depois do crime e disse que nada que o réu tenha falado o deixou mais aliviado.
Maurício Vestyik, policial responsável pela investigação do caso, e Gisele Capello, delegada, foram ouvidos e disseram ter certeza de que Sandro Dota era responsável pela morte e também pelo estupro de Bianca.
As peritas Angélica de Almeida, Ana Cláudia Pacheco e Alaide do Nascimento Mariano depuseram de maneira breve, reafirmando as informações que prestaram no julgamento anterior.
Em seu interrogatório, o Sandro Dota afirmou que o medo de morrer e de perder a mulher foram os motivos que o levaram a assassinar a universitária. O réu no caso voltou a negar que tenha estuprado a jovem.
Relembre o caso
O corpo da universitária Bianca Consoli, 19 anos, foi achado pela mãe dela, caído próximo à porta de saída de casa, na zona leste de São Paulo, no dia 13 de setembro de 2011. Segundo a polícia, a jovem foi atacada quando havia acabado de tomar banho e se preparava para ir à academia.
Na cama, os investigadores encontraram a toalha usada pela estudante, ainda molhada. A garota teria reagido à presença do criminoso e começado uma luta escada abaixo. Foram localizadas mechas de cabelo pelos degraus. Dentro da garganta da vítima, a polícia encontrou uma sacola plástica, usada pelo autor para asfixiar a universitária.
(*) Com informações do R7
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