Acusados em fraude em vestibulares de medicina são ouvidos
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Aconteceu no Fórum Desembargador Faria e Souza, em Caratinga, nesta terça-feira (13/05), a primeira audiência de instrução e julgamento das 20 pessoas denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) por suposta fraude em vestibulares de medicina.
Esta primeira fase da audiência, presidida pelo juiz de direito da 1ª Vara Criminal, Júlio Ferreira de Andrade, consiste na colheita de provas. Afinal, tem a prova material e documental que já está no processo, e esta segunda etapa consiste na prova testemunhal.
Após a oitiva de todas as testemunhas, tanto da acusação como da defesa, serão interrogados os acusados.
As 20 pessoas denunciadas pelo Ministério Público foram indiciadas pela Polícia Civil após a operação Hemostase.
A audiência teve início às 09h e não tem previsão de término. Cinco acusados estavam detidos e chegaram ao Fórum sob a escolta de agentes da Suapi (Subsecretaria de Administração Prisional)
Relembre o fato
O nome escolhido para a operação, hemostase, refere-se a um procedimento médico para estancar uma hemorragia. A operação desencadeada pela Polícia Civil de Caratinga aconteceu em dezembro do ano passado. Na mira da investigação, estavam pelo menos 11 faculdades particulares de Minas e do Rio de Janeiro, que foram alvos do esquema criminoso milionário. Conforme a Polícia, cada vaga para o curso de medicina seria vendida por até R$ 150 mil.
Os candidatos receberiam as respostas das provas por meio de ponto eletrônico e de mensagens sms com o uso de um minicelular.
Também existiriam outros métodos como vaga direta, terceiros que faziam a prova no lugar do candidato ou falsificação de históricos escolares. A operação desencadeada pelos policiais civis no ano passado aconteceu em 17 cidades mineiras e fluminenses.
O jornalismo do Super Canal teve acesso, na época, a algumas escutas telefônicas flagradas pela Policia Civil e que constam no processo investigatório, ajudando na desarticulação da suposta quadrilha. Ligações de negociações, como:
CLIENTE: Você não conseguiu fazer o negócio do cheque pra mim, não?
GOLPISTA: Não tem como. É certeza, absoluta que vai entrar. Você pode ficar despreocupada.
CLIENTE: E qual que é o lugar mais garantido que você falou? É a Unig de Itaperuna e a Unig do Rio.
CLIENTE: Quanto que tá Itaperuna ?
GOLPISTA: É 120
CLIENTE: Ela quer adiantando
GOLPISTA: Tem de ser tudo adiantado pro nome sair na lista, senão não vai fazer pra ninguém.
Ligações entre golpistas e clientes explicando como participar do esquema na hora da prova:
GOLPISTA: A primeira coisa que você tem que saber. Você vai pegar o celular. Você vai colocar no silencioso, não coloca nem para vibrar não. Por que? Se a cadeira for de madeira, vai fazer o maior barulho. Você vai colocar ele dentro da calcinha, no zíper. Geralmente eles “está” com detector, mas eles só passam o detector na hora que entram.
CLIENTE: Tá!
GOLPISTA: Aí, passa bem superficial porque a fila tá grande, então eles não vão ficar passando, revirando pra baixo e pra cima. Se por acaso apitar, vai ser o zíper, vai ser o… como que chama? O botão da calça, o cinto. A resposta vai chegar com uma hora antes de terminar a prova.
Pela conversa é possível entender parte do esquema. Um falso concorrente irá fazer a prova e posteriormente passar as informações do gabarito para os clientes.
GOLPISTA: O que acontece? Quem tá fazendo não vai tá fazendo em Belo Horizonte, vai tá fazendo lá em Caratinga. Isso, você copia em menos de 5 de minutos você passa para o gabarito.
CLIENTE: Mas aí eu teria que ver o gabarito na sala mesmo?
GOLPISTA: Isso. Você coloca no meio da perna e vê.
E até de comemoração pelo dinheiro fácil.
GOLPISTA: Faz um…Faz um! Seu irmão preto acabou de pegar
OUVINTE: 10 mil… 10 mil…
GOLPISTA: Vou falar um negócio pra você
OUVINTE: Vai gastar tudo…
GOLPISTA: Até troquei pneu, transferi…fiz tudo por conta hoje. Agora é só brotar, só brotar. Vou falar com você eu nunca ganhei este dinheiro mais fácil deste jeito não. Esse foi fácil.
Inocentes ou culpados? São 20 pessoas denunciadas pelo MP após a investigação da Polícia Civil. No banco dos réus chegou o momento da defesa e da acusação. O resultado de todo este processo agora depende da Justiça. Advogados de defesa dos acusados estavam confiantes e a tese a ser trabalhada, a princípio, seria a negativa de autoria.
Os acusados são:
ACUSADOS DETIDOS DURANTE A OPERAÇÃO HEMOSTASE
Quintino Ribeiro Neto
Maria Aparecida Calazani
Rômulo de Abreu Neto
Jorge Rodrigues de Oliveira
Estudante de Medicina e fisioterapeuta Azenclever Eduardo Rogério
Gláucia Adriana de Carvalho Peixoto
Talytta Cristine da Silva
Shirlene Teixeira Reis Vieira
Lorena Rocha Marques
Antônio Camillo de Souza Neto
Evanelle Franciane de Souza
José Cláudio de Oliveira
Spencer Almeida de Oliveira
Estudante de Medicina Marcelo Alves Vasconcelos
Sergiane Rodrigues Calazani
Michela Vieira Ribeiro Pereira
Eduardo Carlos Pereira
ACUSADOS DETIDOS APÓS A OPERAÇÃO E INVESTIGADOS PELA POLÍCIA CIVIL
Edmilson de Moura Pitombeira
Lucas Azevedo de Oliveira, conhecido como Lucas Pitombeira
Augusto Avelino Cristianismo
Veja a reportagem completa da TV Supercanal
(*) Com informação da TV Supercanal
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