Até o fim do ano, mais 1,5 mil soldados estarão prontos para atuar no policiamento ostensivo no Estado do Rio. Os futuros policiais militares estão sendo preparados no Centro de Formação de Praças (Cfap), em Sulacap, onde têm aulas teóricas e práticas. A grade de disciplinas do curso foi reformulada para atender às demandas da política de polícia de proximidade. Cerca de 3,5 mil PMs já se formaram em 2014. Em 2015, a meta será preparar 6 mil profissionais.

O conteúdo do curso tem passado por constantes avaliações com o objetivo de aprimorar cada vez mais a formação dos novos integrantes da Polícia Militar do Rio. Atualmente, a capacitação dura 27 semanas e engloba 32 disciplinas, que incluem aulas como Polícia Cidadã, Direitos Humanos, Tipos de Policiamento, Sociologia Criminal e Uso de Armas Não-Letais.

– Temos hoje uma grade ajustada à matriz curricular da Secretaria Nacional de Segurança Pública, que privilegia uma abordagem do policial mais pautada em técnicas de mediação e resolução pacífica de conflitos. O policial deve ser capaz de compatibilizar o respeito aos direitos civis com a efetividade da atuação policial – explicou o coronel Antônio Carlos Carballo Blanco, diretor-geral de Ensino e Instrução da Polícia Militar.

Soldado em formação, Michele de Carvalho Ferreira, de 31 anos, acredita que a preparação baseada em uma polícia de proximidade é o grande diferencial da PM do Rio.

– Estamos inseridos em um contexto de transformação da Polícia Militar. Uma das aulas mais interessantes é a de Sociologia Criminal. Nela, tentamos entender porque um criminoso seguiu este caminho. Outra que gosto muito é a de Direitos Humanos – disse a aluna.

Estudando no CFAP há cerca de cinco meses, Erivelton Lima Silva, de 34 anos, está empenhado em absorver todo o conteúdo dado em sala de aula para levar às ruas.

– É um intenso aprendizado. Aqui, nos transformamos em técnicos de segurança pública, estamos lidando com pessoas – afirmou o futuro PM.

Banco de Talentos: processo seletivo estimula professores

Desde 2012, a Polícia Militar tem selecionado professores para dar aulas para os alunos do Cfap com base no seu Banco de Talentos. Policiais militares e civis ativos e inativos, e profissionais de outras áreas de conhecimento se inscrevem no sistema on-line para passar por processo seletivo. Um ranking é feito com base em informações curriculares, titulação, entre outros critérios.

A remuneração tem sido um atrativo para policiais e civis graduados. O salário-base dos profissionais é de R$ 65 hora/aula. Professores com pós-graduação lato senso recebem R$ 71,50 hora/aula. Já os profissionais com mestrado e doutorado têm remuneração de R$ 78 e R$ 84,50 hora/aula, respectivamente.

Para o major da PM Ricardo de Oliveira, de 41 anos, o Banco de Talentos melhora a qualidade do profissional que dá aula no Cfap e o motiva a se dedicar à função. A ferramenta de seleção, segundo ele, valorizou o policial, que antigamente não era remunerado para formar os novos PMs.

– Tenho 16 anos de polícia e dou aula no Cfap há dois anos. O Banco de Talentos foi a porta de entrada para que eu pudesse dar aula. Recebo uma remuneração justa e posso passar meus conhecimentos, o que é bastante gratificante – explicou o professor da disciplina de Policiamento Ostensivo.

(*) Com informações da ASCOM/RJ – Fotos: Marcelo Horn

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