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Ética pastoral: tratando os outros como gostaria de ser tratado

 
 

Pastor

“E também faço esta oração: que o vosso amor aumente mais e mais em pleno conhecimento e toda a percepção, para aprovardes as coisas excelentes e serdes sinceros e inculpáveis para o Dia de
Cristo” (Fp 1.9-10).

Estamos vivendo tempos difíceis em todos os aspectos, mas um assunto tem merecido reflexão nos dias de hoje: a ética pastoral. Temos visto muitos comportamentos estranhos, principalmente em relação à nossa liderança cristã. Por isso, torna-se relevante fazer as seguintes perguntas: as igrejas evangélicas estão vivendo uma crise de ética? Os pastores e líderes preservam as Escrituras ou repetem nos púlpitos a famosa “cultura do jeitinho”?

Para iniciar a exposição, temos que saber a diferença entre ética e ética cristã. A definição no dicionário caracteriza-a como: “Um conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade”. Pelo que temos observado as pessoas decidem o que fazer de acordo com a situação, não pensando o que é certo ou errado e, sim, definindo conforme o interesse pessoal.

O pastor Lourenço Stélio Rega define a ética cristã como: “A visão é a partir da interpretação dos textos bíblicos, mas é um tema pouco presente na agenda de prioridades das igrejas”. O cristão deve evitar uma abordagem baseada em teologismo, determinando o certo e o errado com base nos resultados esperados. Também devem fugir de uma análise e contextual, como fazem alguns liberais, estabelecendo uma ética do tipo “você decide”. A proposta básica da ética evangélica deve ser a deontológica, ou seja, a igreja determina o certo e o errado a partir de diretrizes éticas estabelecidas na Bíblia e de conduta moral previamente exigida por Deus em sua Palavra.

A Bíblia está recheada de histórias sobre a nossa responsabilidade de manter a ética ministerial como igreja e pastores sem mácula. O apóstolo Paulo escreve: “Sede meus imitadores, como eu o sou de Cristo” (I Co 11.1). Uma igreja ou pastor que busca ser um imitador de Cristo desenvolverá uma postura ética acima de qualquer acusação.

Não podemos tapar o sol com a peneira e dizer que a caminhada de todos é um mar de rosas. Existem alguns sem ética, imorais e vergonhosos que agem na surdina, na calada da noite, que sem piedade ao ministério de outro age de maneira a tirar vantagens de alguma forma. Como aqueles que vestidos de uma capa de falsa piedade utilizam-se de oportunidades para pescar no aquário alheio, roubando com palavras doces as ovelhas de outro. Que acolhe aqueles que levados por satanás buscam denegrir a imagem de homens honestos e com eles compactuam, comem na mesma mesa e juntos tramam a perversidade.

O escritor John Maxwell, em seu livro “Ética é o Melhor Negócio”, da Editora Mundo Cristão, escreve que as pessoas fazem uma opção antiética por três razões. A primeira é porque agem com conveniência. Se uma mentira favorece, a tendência é optar por esse caminho. A segunda é que nunca jogam para perder. Poucas pessoas querem sair perdendo de alguma situação, afirma o autor.

Por último, as pessoas relativizam as escolhas. Escolhem fazer aquilo que é certo conforme as circunstâncias. Maxwell (2006) afirma: “Cada um segue seu próprio padrão ético. Enquanto, no passado, nossas decisões eram baseadas na ética, hoje é nossa ética que se baseia nas decisões que tomamos. Se é bom para mim, então é bom”.

O interessante é que nem sempre o ser humano age de acordo com a integridade que exige de outras pessoas. Um estudo citado na obra de Maxwel revela que no ambiente de trabalho, por exemplo, 43% das pessoas admitem ter se envolvido em pelo menos uma situação antiética no ano anterior e, 75% já passaram por situação parecida sem fazer nada a respeito. O escritor Maxwel registra que a mesma pessoa que sonega impostos ou rouba material de escritório exige honestidade e integridade na empresa de quem compra ações, no político no qual vota e no cliente com o qual negocia.

No livro “A Busca da Moral”, da Editora Vida, Stanley Grenz afirma que o mundo vive no meio de uma crise de moralidade e que há um declínio da influência da igreja na sociedade. Tal discussão merece atenção em algumas situações, tais como: utilizar o púlpito para ofender os membros, o autoritarismo, a falta de sigilo pastoral, uso excessivo de benefícios da igreja e enriquecimento ilícito são atitudes praticadas por alguns.

O pastor e escritor Lourenço Stélio Rega, colaborador inclusive deste conceituado Jornal, diz que a crise ética é reflexo da visão incorreta do que seja a missão da igreja e do cristianismo. A igreja deve oferecer satisfação garantida aos clientes (cristãos) que são exigentes cada vez mais. Com isso, existem, muitas das vezes, a quebra das regras éticas.

Destacamos também a importância da ética na formação pastoral. Temos que reforçar o estudo da ética na educação teológica para não termos um evangelho antiético, anti-histórico e escravizador. Mas o grande desafio da liderança é fazer com que os cristãos entendam que alguns assuntos como: virgindade, honestidade, fidelidade, dentre outros, não são opções comportamentais, mas referenciais éticos. Como ministros de Deus devemos insistir na pregação destes referenciais bíblicos para mantermos uma geração organizada e sem desvios de condutas e doutrinários.

A falta de ética também é vista nos conteúdos das pregações, quando os pastores prometem “mundos e fundos” para suas ovelhas, induzindo o povo a uma falsa esperança porque miséria e desemprego não se resolvem com correntes e campanhas de oração, mas com uma boa política econômica e distribuição da riqueza da nação. A liderança não exerce seu papel profético de ser sal da terra e nem convocam o povo para mudar a realidade social, mas o induz a esperar por “milagres” que não passam de enganações.

Outro problema é o despreparo emocional dos pastores. A maioria não foi treinada para lidar com riqueza, com poder e com fama. Muitos pastores vieram das classes menos privilegiadas e, quando veem muito dinheiro, acabam ficando soberbos e sem escrúpulos. O orgulho e o egoísmo são dois elementos que levam os pastores a terem falta de ética. O egoísmo é uma das doenças ligadas ao ego. Já o orgulho, o causador da queda de Lúcifer, caracteriza-se no espiritual, no intelectual e no material.

A Bíblia revela todo o conselho de Deus e seu plano para a salvação do homem, visando também moldar o seu caráter e transformar vidas. Ser cristão ético significa viver corretamente como seguidor de Jesus.

Confesso que este texto é um desabafo, muito mais que um texto para instrução geral, pois há tempo venho observando estes desvios em nossas igrejas. Pessoas sem piedade, sem ética, sem sentido de respeito e cooperação que buscam de toda forma engordar seus rebanhos à custa do trabalho de outro.

Meu desejo é que Deus nos abençoe a cada dia para termos pastores segundo o coração de Deus e com comportamentos éticos e cristãos.

(*) Elias Gomes de Oliveira é pastor da Primeira Igreja Batista Missionária Parque das Missões – Duque de Caxias–RJ

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