Um dia memorável para os chilenos que lotaram o Estádio Nacional, em Santiago na grande final da Copa América, com a histórica vitória do Chile sobre a Argentina, nos pênaltis, por 4 a 1, após empate em 0 a 0 no tempo regulamentar e na prorrogação. Com o triunfo deste sábado (04/07), o Chile conquista, pela primeira vez, o título da competição continental depois de bater na trave em quatro oportunidades (1955, 1956, 1979 e 1987), quando ficou com o vice-campeonato.

No entanto, apesar do título inédito da seleção chilena, vale ressaltar que, no tempo regulamentar, eles seguem sem vencer os argentinos na Copa América. Em 25 partidas, são 18 derrotas e sete empates. Não que isso vá estragar a festa de Valdivia, Alexis Sánchez, Vidal e companhia.

O Chile impôs seu jogo tático no primeiro tempo e conseguiu sufocar a criação dos argentinos com uma forte marcação, marcação esta que acabou rendendo três cartões amarelos apenas nos 45 minutos iniciais, mas sofreu nas finalizações.

Do outro lado, a Argentina tentava furar o bloqueio chileno com jogadas individuais de Messi, Di María e Pastore, mas foi em jogadas isoladas que quase abriu o placar, primeiro com Agüero, depois com Lavezzi, que entrou no lugar de Dí Maria, lesionado.

No segundo tempo, o Chile permaneceu fiel ao seu esquema tático e foi melhor. Alexis Sánchez quase marcou ao arrematar um belo lançamento de Aránguiz de primeira, mas acabou chutando para fora. Com dois minutos de acréscimos, a final teve emoção até o último lance, literalmente. Em rápido contra-ataque, Messi arrancou, tocou para Lavezzi, que cruzou para Higuain, mas viu o atacante desperdiçar o que seria o gol do título.

A prorrogação foi uma repetição dos 90 minutos de jogo. Um Chile disciplinado, uma Argentina levando perigo em momentos isolados. Como nenhum dos lados conseguiu abrir o placar, a decisão foi para cobrança alternada de pênaltis.

Nas cobranças alternadas, apenas Messi fez a lição de casa. Higuaín e Banega desperdiçaram, e o Chile, que converteu todos os seus quatro pênaltis, com direito a uma deixadinha na última, conquistou o inédito título em casa.

Como foi o primeiro tempo

Apoiado por quase todo o Estádio Nacional – só 4% dos ingressos foram destinados aos torcedores argentinos -, a seleção chilena iniciou o jogo com forte marcação e chegou com perigo à área de Sergio Romero aos 10 do primeiro tempo, após bom chute de Vidal e ótima defesa de Romero.

A Argentina respondia com Messi e Di María, mas parava na dura, às vezes dura até demais, marcação dos donos da casa. E foi de uma falta dura de Beausejour em Zabaleta na linha de fundo que quase nasceu o gol argentino. Messi alçou a bola na área e Agüero, em cabeçada à queima-roupa, só não inaugurou o placar aos 19 minutos porque o goleiro paraguaio Claudio Bravo impediu.

Mesmo sem balançar as redes adversárias, o Chile anotou um “gol” aos 28 da primeira etapa. Após um pique, Di María sentiu uma lesão e deixou a partida, dando lugar a Lavezzi.

Com a entrada do atacante do PSG, a Argentina equilibrou a posse de bola, mas enfrentava dificuldades para impor seu jogo de toque de bola. No entanto, em um lance isolado de Pastore e Lavezzi, os comandados de Tata Martino obrigaram Bravo, novamente bem colocado, a fazer mais uma bela defesa para manter o placar igualado.

Como foi o segundo tempo

Na volta dos vestiários, o Chile mantinha a Argentina sem criação, de forma que nem mesmo Messi conseguia resolver, mas também não levava perigo ao gol de Romero. Aos 21, Vidal, livre, recebeu bom cruzamento, mas seu chute acabou travado pela zaga.

Aos 27, nova oportunidade para o Chile, agora com Vargas, mas, novamente, o chute acabou travado e a bola rolou lentamente para as mãos de Armero.

Restando menos de 20 minutos para o final do tempo regulamentar, as duas equipes realizaram substituições. Na Argentina, Higuain entrou no lugar de Agüero; no Chile, Valdivia deu lugar para Matias Fernández. Aos 35, Tata Martino voltou a mexer no time e tirou Pastore, que fazia uma boa partida, para colocar Banega.

Aos 37, o torcedor chileno levou os braços aos céus com uma ótima enfiada de bola de Aránguiz para Sánchez. O craque do Arsenal pegou de primeira e chutou cruzado, mas para fora.

Seis minutos depois, o desespero passou para o lado argentino. Após cobrança de falta de Messi para o meio da área chilena, Rojo é claramente agarrado por Francisco Silva e vai ao chão, mas o árbitro nada marca. Nos acréscimos, o Chile foi para cima, mas quase viu o sonho do título inédito acabar no rápido contra-ataque argentino, desperdiçado por Higuaín.

Prorrogação

Com uma pequena cooperação de Mascherano, que furou uma bola fácil, Sánchez arrancou sozinho e por pouco não deixou o Chile com uma mão na taça. A bola foi por cima do gol de Romero.

Com Messi sumido, a Argentina pouco produziu no segundo tempo da prorrogação, levando perigo apenas no último minutos. Sem gol em nenhum dos lados, a decisão da Copa América 2015 foi para os pênaltis.

Cobranças de pênaltis

Fernández (C): chute no ângulo direito – Chile 1 x 0 Argentina.
Messi (A): chute rasteiro no canto esquerdo – Chile 1 x 1 Argentina
Vidal (C): chute no canto direito, Romero quase pega – Chile 2 x 1 Argentina
Higuaín (A): chute para o alto, fora – Chile 2 x 1 Argentina
Aránguiz (C): chute forte no canto esquerdo – Chile 3 x 1 Argentina
Banega (A): chute fraco no canto esquerdo, Bravo defende – Chile 3 x 1 Argentina
Sánchez (C): deixadinha no meio do gol – Chile 4 x 1 Argentina

Relembre a campanha do Chile na Copa América:

Fase de grupos: Chile 2 x 0 Equador
Fase de grupos: Chile 3 x 3 México
Fase de grupos: Chile 5 x 0 Bolívia
Quartas de final: Chile 1 x 0 Uruguai
Semifinal: Chile 2 x 1 Peru
Final: Chile 0 (4) x 0 (1) Argentina

(*) Com informações do IG

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