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Justiça Federal concede liminar interditando ciclovia Tim Maia

Justiça Federal concede liminar interditando ciclovia Tim Maia no Rio de Janeiro
Justiça Federal concede liminar interditando ciclovia Tim Maia no Rio de Janeiro

A pedido do Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro, Justiça Federal concedeu liminar determinando que o município do Rio interdite a ciclovia Tim Maia e interrompa imediatamente as obras de reconstrução do trecho entre os pilares 48 e 49, local onde se deu o colapso, até que o licenciamento ambiental corretivo seja realizado, sob pena de multa de R$ 100 mil por dia de descumprimento. (Processo nº 0085381-45.2016.4.02.5101)

A ação do MPF pede que o licenciamento ambiental corretivo seja realizado com intervenção da União e do Iphan, com apresentação de estudo de impacto ambiental que deve observar, no mínimo, as recomendações técnicas do relatório da Coppetec elaborado após a queda do trecho da ciclovia em 21 de abril. O MPF justifica a intervenção da União pelo fato de a ciclovia estar em Zona Costeira, patrimônio da União cujo bioma é de interesse nacional. Além do município, respondem à ação movida pelo MPF o consórcio Contemat-Concrejato e o Instituto Estadual do Meio Ambiente (Inea).

De acordo com a ação, a obra foi objeto de licenciamento simplificado e os projetos básico e executivo não levaram em conta o eventual impacto das ondas além de 2,5 metros de altura. Em reunião realizada em maio com o MPF, representantes da Coppe ressaltaram a necessidade de que a ciclovia seja reavaliada em sua totalidade para analisar a ação das ondas na estrutura. O licenciamento ambiental realizado não avaliou a questão e enfatizou apenas a supressão de vegetação e a retirada de entulho no curso das obras.

O relatório da Coppe ainda aponta que a mureta da Gruta da Imprensa potencializou o efeito da onda que derrubou o trecho da ciclovia. “Ocorre que não apenas o trecho entre os pilares 48 e 49 são de potencial formação de tais jatos. Há outros trechos onde o costão da Niemeyer foi alterado pelo homem. Muretas foram construídas ao longo de tal costão, a fim de conter a queda de pedras e a erosão”, alerta a procuradora da República Zani Cajueiro, autora da ação.




A ciclovia Tim Maia tem 3,9km de extensão e liga os bairros do Leblon e de São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, seguindo o costão rochoso ao longo da Avenida Niemeyer. Em 21 de abril, uma ressaca fez com que o trecho sobre a Gruta da Imprensa desabasse, causando a morte de duas pessoas. Próximo da ciclovia está o Morro Dois Irmãos, tombado pelo Iphan em 1973 como patrimônio natural.

O MPF considera o licenciamento ambiental necessário porque qualquer intervenção, mesmo que não seja feita diretamente sobre o morro, pode afetar sua visibilidade e ambiência. “A beleza cênica daquela área é reverenciada no mundo todo e foi reconhecida, para além da questão do entorno do Morro Dois Irmãos (Iphan), também pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio Cultural”, afirma a procuradora. O próprio Conselho condicionou a obra à construção de estruturas que se integrassem à paisagem, o que não foi observado pela prefeitura.

O MPF também considera necessário definir o protocolo de uso da ciclovia, já que há o risco de que as pessoas sejam arrastadas pelas ondas mesmo que a estrutura permaneça intacta. Por isso, pede que a reabertura da via seja condicionada à criação de um sistema de monitoramento do mar. Além disso, o MPF pede indenização por danos morais coletivos pelos danos ambientais e patrimoniais causados, bem como pela perda pública representada pela impossibilidade de utilizar a via.

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