Ator é preso confundido como criminoso por causa de fotos feitas durante um filme que atuou

O ator William Preciliano Bezerra da Silva foi preso no início do mês, após ter sido identificado por fotografias como um dos 40 criminosos que em novembro do ano passado cercaram e mantiveram reféns policiais da UPP do Morro dos Prazeres. Na fotografias, William aparece armado com fuzil. Mas segundo moradores, que fizeram um abaixo assinado pedindo a liberdade do jovem, as imagens utilizadas para que a justiça decretasse sua prisão junto com outros 12 acusados são, na verdade, fotografias tiradas durante as gravações do filme “Justified”, que está sendo produzido pelo diretor norte-americano Paxton Winters e produzido pela empresa Reagent Media. A PM informou que “a investigação do caso e a prisão relatada não foram feitas pela Polícia Militar”. Procurada, a Polícia Civil ainda não respondeu à solicitação.
Antes de ver sua vida se transformar em roteiro de filme policial, William também cursava o terceiro ano do ensino médio, em uma escola Monteiro, que fica ao lado da própria UPP. Ele se formou em julho com a média máxima, e ganhou de presente do pai orgulhoso, a carteira de habilitação. Na quinta-feira, dia 9 de agosto, ele foi ao Detran do Largo do Machado para dar entrada no processo de habilitação. Neste momento descobriu que tinha um mandado de prisão expedido contra ele.
— O que mais impressiona na história é que o ataque à UPP ocorreu em novembro do ano passado. Ele estudava até o mês passado ao lado da UPP. No entanto, cinco meses depois do caso, estes policiais o reconheceram nas fotos em que ele aparece segurando uma réplica de arma, durante as gravações do filme. E em algumas da fotos ele posa inclusive com o ator José Moreto, que participa com a mulher, a atriz Débora Nascimento, do filme — explicou o advogado Vinícius Saldanha.

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Além do abaixo-assinado com cerca de 500 assinaturas, o advogado juntou como provas, uma declaração da produtora do filme e documentos da escola que mostram que o rapaz se formou com 95% de frequência.
— O reconhecimento por foto é uma prova muito discutível para a justiça. É uma prova muito frágil. Queremos pelo menos que ele possa responder a esta acusação em liberdade. Ele e sua família estão vivendo um enorme pesadelo. Imagine. Tinha acabado de concluir o ensino médio, participava de um filme americano e ia tirar sua carteira de habilitação. E, de forma injusta, sua vida virou do avesso — afirmou Vinícius Saldanha.

A mãe de de William, Gorete, contou que desde a prisão, passa o dia rezando para que a Justiça liberte seu filho o mais rápido possível;
— Ele é um ótimo menino. Excelente aluno, ajuda em casa e está me fazendo muita falta. O pai tinha dado de presente para ele o curso de habilitação, para que ele pudesse depois trabalhar como motorista de aplicativo. Ele nunca entrou em qualquer tipo de confusão. Só peço a Deus que o proteja — afirmou a mãe.
O ativista Charles Siqueira, presidente do Instituto Pólen de projetos educativos, culturais, esportivos, sociais, ambientais e turísticos, vem ajudando a família de William na busca por justiça para o caso do rapaz:
— Sou coordenador de um projeto de esporte e prática cidadã que William participou por 5 anos. Isso mostra seu caráter e o comprometimento dele com sua formação de maneira correta — garantiu Charles.
O ataque à UPP dos Prazeres ocorreu em 20 de novembro. As informações do RJTV mostraram que um grupo com cerca de 40 criminosos renderam quatro dos PMs em uma quadra da comunidade, há 50 metros da base da UPP. Os policiais foram levados para um local onde outros policiais já estavam sob domínio dos criminosos. Eles sofreram tortura psicológica durante uma hora e foram liberados em seguida. No depoimento, o policial relatou que ele e mais seis PMs foram levados até uma quadra na comunidade, e deixados desarmados. Os suspeitos, então, pediam que os policiais deixassem a localidade conhecida como “Doce Mel”, além do fim do patrulhamento dos PMs em um local conhecido como o “Beco do Agnaldo”.

(*) Com informações do Extra
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