O Governo do Estado ganhou um tempo maior para preparar a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio, e para a execução de outras ações importantes de segurança pública. Por solicitação do governador Sérgio Cabral, o ministro da Defesa, Celso Amorim, decidiu, na segunda-feira (29/08), no Rio, estender de outubro deste ano para junho de 2012 a permanência do Exército naquelas comunidades.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, revelou nesta terça-feira (30/8) que pediu a intermediação do governador junto ao ministro baseado na disposição do governo federal de continuar colaborando com a política de segurança do Estado. Na penúltima troca de unidades, em maio passado, o comandante-geral do Exército, general Enzo Peri, admitiu a possibilidade de prorrogação da permanência das tropas, desde que o governo estadual solicitasse.

– Eu não podia perder a oportunidade de continuar contando com o apoio e a parceria do Ministério da Defesa no processo de pacificação no Estado do Rio. Isso permitirá à Secretaria de Segurança trabalhar com mais tempo o planejamento das próximas UPPs, a formação de novos policiais, o envio de novo efetivo para repor as perdas dos batalhões do interior e a preparação do Batalhão de Choque para a atuação na Conferência Rio + 20 – justificou o secretário.

Por estratégia do Exército, em média a cada três meses, as tropas são renovadas. No dia 12 de agosto, a 11ª Brigada de Infantaria Leve, composta por unidades de São Paulo, Paraná e Santa Catarina, foi substituída pela 9ª Brigada de Infantaria Motorizada do Rio de Janeiro. Era a terceira troca de comando desde a ocupação dos dois complexos, em novembro do ano passado. Na primeira vez, a Brigada Paraquedista foi trocada pela 9ª Brigada de Infantaria Motorizada que, depois, foi substituída em maio pela 11ª Brigada de Infantaria Leve.

O comandante do Exército considera que a experiência no Rio, ao lado da vivida no Haiti, em 2005, pode ajudar o governo federal na formulação de um novo modelo de segurança pública no país, com a presença das Forças Armadas no combate direto à violência nas grandes cidades, em determinadas circunstâncias.

O governo estadual planeja implantar oito UPPs nos dois complexos, quatro em cada comunidade. Mais de dois mil dos policiais que estão sendo preparados pela Academia de Formação de Praças, em Sulacap, na Zona Oeste do Rio, deverão ir para essas unidades. As UPPs do Alemão e da Penha deverão ser as primeiras a ganhar uma sede padronizada de acordo com o projeto criado pela Secretaria de Segurança.

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