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Governo do Rio informa que Bombeiros foram presos pelo crime militar


Cabo Beneveluto Daciolo e o capitão Alexandre Marquesini, dois líderes do movimento, foram presos na noite de terça-feira (13)
Cabo Beneveluto Daciolo e o capitão Alexandre Marquesini, dois líderes do movimento, foram presos na noite de terça-feira (13)

A Secretaria de Estado de Defesa Civil e Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro informou que, no início da madrugada desta quarta-feira (14/09), foram presos o Capitão BM Alexandre Machado Marchesini e o Cabo Benevenuto Daciolo Fonseca dos Santos pelo crime militar de desobediência (Artigo 163 do Código Penal Militar). A medida se deu em função da recusa de se retirarem da porta do Palácio Guanabara, sede do Governo do Estado, após diversas solicitações.

Os militares estão detidos no Grupamento Especial Prisional, em São Cristóvão. O procedimento de prisão será encaminhado à Auditoria de Justiça Militar do Estado do Rio de Janeiro, que assumirá a condução do processo, já que se trata de crime militar.

Melhorias salariais

Desde que foi criada, há três meses, a Secretaria de Estado da Defesa Civil trouxe para o Corpo de Bombeiros maior capacidade de interlocução junto ao Governo. Um importante passo foi a autorização do governador Sérgio Cabral para a concessão da gratificação no valor de R$ 350 mensais.

O benefício já contempla, desde agosto de 2011, 10.143 bombeiros. O governador também antecipou de dezembro para julho os seis meses de reajustes salariais, chegando a 5,58%. Somados aos reajustes de janeiro a junho deste ano, as categorias passaram a acumular 11,5% de aumento salarial em 2011. Com isso, a faixa salarial de um soldado que completar o triênio (em outubro) chegará a R$ 1.935,00.

Também foi concedido o benefício do auxílio-transporte, por meio do Riocard, no valor de R$ 100 mensais, concedido a 11.512 bombeiros militares a partir de 1 de setembro de 2011. O Riocard leva em conta a escala de trabalho dos bombeiros-militares – 24h por 72h – o que consiste numa média de 8 serviços diários por mês.

Bombeiros consideram prisão de colegas ato de covardia

Bombeiros que se reúnem nesta quarta-feira (14/09) na escadaria da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) consideram um ato de covardia a prisão do cabo Benevenuto Daciolo e o capitão Alexandre Machado Marchesini. Segundo a assessoria da Defesa Civil, os bombeiros foram detidos por desobediência na noite de terça-feira (13), na frente do Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na zona sul.

Bombeiros acampados consideram prisão de colegas ato de covardia
Bombeiros acampados consideram prisão de colegas ato de covardia

Os dois presos são líderes dos movimentos por melhores condições de trabalho para a categoria. Eles responderam por crime militar. Para o cabo Baltar, a prisão foi uma emboscada por parte do governo do Estado.

– Foi uma covardia. O governo prendeu os dois depois que concordamos em tirar a manifestação da frente do palácio para que fosse possível a negociação com os líderes. No entanto, eles deram voz de prisão. Não faz sentido, a questão da desobediência. Ninguém pode dizer que não podemos ficar na calçada.

A corporação disse que tentou negociar com os dois líderes a saída de manifestantes da entrada da sede do Governo, mas eles não acataram o pedido e foram presos.

Daciolo e Marchesini estão detidos no Grupamento Especial Prisional dos Bombeiros, em São Cristovão, zona norte da cidade.

Reivindicações

Os manifestantes reunidos na Alerj pretendem realizar uma marcha da Alerj, no centro do Rio, até o Palácio Guanabara nesta manhã. Caso o protesto seja feito, o trânsito ficará complicado no trajeto.

Bombeiros ocupam escadarias e se manifestam contra a prisão dos dois colegas
Bombeiros ocupam escadarias e se manifestam contra a prisão dos dois colegas

As reivindicações dos bombeiros são as mesmas desde abril, quando mais de 400 homens da corporação invadiram o Quartel Central. Eles querem piso salarial de R$ 2.000 líquidos, fim das gratificações e auxílio transporte em valor que atenda a real necessidade de deslocamento e para todos os militares.

Em entrevista, o cabo Pedro Ivo, acampado há duas semanas na escadaria da Alerj, diz que espera respeito para categoria pelo governo. Ele afirma que quer continuar a trabalhar como bombeiro, mas também precisa sustentar a sua família.

– Como eu vou salvar a vida de terceiros, se eu não salvo a minha família? Estamos passando por uma vergonha, estamos sendo humilhados. Nosso movimento é pacífico.

Segundo a Defesa Civil, em relação ao aumento salarial, o governo já ofereceu o máximo dentro da responsabilidade orçamentária. A gratificação de R$ 350 mensais foi concedida a partir de agosto para 10.143 bombeiros. O governo também antecipou de dezembro para julho os seis meses de reajustes salariais, chegando a 5,58%. Somados aos reajustes de janeiro a junho deste ano, a faixa salarial de um soldado que completar o triênio (em outubro) chegará a R$ 1.935,00.

A partir de 1º de setembro, passou a valer para 11.512 bombeiros o benefício do auxílio-transporte, por meio do Riocard, no valor de R$ 100 mensais. O Riocard leva em conta a escala de trabalho dos bombeiros-militares – 24h por 72h – o que consiste numa média de 8 serviços diários por mês.

Relembre: Invasão do Quartel

Cerca de 2.000 bombeiros acompanhados de mulheres e crianças iniciaram uma manifestação na tarde de 3 de junho, em frente à Alerj, por melhores salários e condições de trabalho. Por volta das 20h, eles ocuparam o Quartel Central e passaram toda a madrugada lá.

Às 6h do dia 4 de junho, a Polícia Militar invadiu o local. Algumas pessoas tiveram ferimentos leves. Mais de 400 bombeiros foram presos.

Visivelmente irritado, o governador Sérgio Cabral exonerou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros e disse que não negocia com “vândalos” e “irresponsáveis”.

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado aprovou, no dia 22 de junho, projeto de lei que anistia os bombeiros do Rio punidos pelo governo do Estado.









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