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Estudantes decidem manter ocupação do prédio da reitoria da USP, contrariando decisão da Justiça


Estudantes decidem manter ocupação do prédio da reitoria da USP, contrariando decisão da Justiça
Estudantes decidem manter ocupação do prédio da reitoria da USP, contrariando decisão da Justiça

Estudantes da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciência Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP) decidiram em assembleia que terminou às 22h40 de segunda-feira (07/11) manter a ocupação do prédio da reitoria, iniciada na última terça-feira (01/11). O grupo de cerca de 400 universitários recusou, por unanimidade, a proposta apresentada pela reitoria durante negociação esta tarde.

A decisão foi tomada minutos antes do prazo dado pela Justiça para a desocupação do prédio sem o uso de força policial. De acordo com a determinação judicial, os estudantes que pedem a saída da Polícia Militar (PM) do campus devem deixar o prédio até as 23h de hoje. Com o descumprimento da decisão, a reintegração de posse pode ocorrer com a ajuda da polícia.

Segundo Rafael Alves, estudante que participou das discussões com os representantes da reitoria, os termos são insuficientes e pouco avançaram em relação ao proposto na negociação de sábado (12). O único ponto novo, de acordo com ele, é a promessa de que nenhum aluno será processado administrativamente, mas os responsáveis por depredação do patrimônio da instituição, entretanto, poderão ser responsabilizados.

Além disso, a administração da USP se comprometeu a incluir os alunos nos debates para aperfeiçoamento do convênio com a Polícia Militar e rever os processos administrativos envolvendo os estudantes e funcionários. A polícia passou a fazer a segurança da universidade após a morte de um aluno em uma tentativa de assalto dentro do campus.

Jornalistas são agredidos pelos estudantes

No final da noite desta segunda-feira (07/11), alguns dos estudantes que mantêm a ocupação da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP), na zona oeste da capital, agrediram os profissionais da imprensa que acompanham a invasão do prédio, ocorrida na madrugada do último dia 2.

Uma pedra foi arremessada contra a câmera do cinegrafista Marcos Vinícius, do SBT, e atingiu de raspão a cabeça de Fábio Fernandes, cinegrafista da TV Record. Ainda no empurra-empurra, o cinegrafista Alexandre Borba, também da TV Record, teve a alça da câmera puxada, causando a queda do equipamento.

O fotógrafo Cristiano Novaes, da agência CPN, foi agredido a chutes e teve a máquina tomada pelos invasores, que resolveram devolvê-la posteriormente ao repórter fotográfico. A confusão teve início durante uma discussão entre os jornalistas e os invasores do prédio. Um dos alunos abordou a repórter Maria Paula, do SBT, e deu várias tapas contra o microfone da jornalista.

Assim que a poeira abaixou um pouco, um dos estudantes, que se identificou como “Eduardo”, disse que repudiava a atitude dos agressores e que aquilo não representava o posicionamento do movimento em relação à imprensa. Em nota divulgada no início desta madrugada, o Diretório Central dos Estudantes (DCE) afirmou que “a presença da PM não garante a segurança na universidade”.

No comunicado, o DCE também afirma: “Não é de hoje que temos propostas para um outro plano de segurança dos campi da USP: aumento da circulação de pessoas e integração da universidade com a sociedade (contra a “catracalização”), maior iluminação, aumento dos ônibus circulares, uma Guarda Universitária preventiva, gerenciada pela comunidade, com treinamento voltado para os Direitos Humanos e aumento do seu efetivo, principalmente feminino”.

Os estudantes, segundo ainda nota do DCE, devem realizar um ato às 12h de hoje em frente à Reitoria, quando será protocolado um ofício pedindo a revogação imediata do convênio USP/PM e a implantação de medidas de curto e médio prazos de segurança nos campi. No mesmo ofício, será requisitada a presença do reitor João Grandino Rodas na audiência pública convocada pelo DCE para o dia 16, quando devem ser debatidas as medidas de segurança tomadas pela Reitoria e as propostas do movimento estudantil.









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