Caso Eliza Samudio: Macarrão diz que Bruno é o culpado pelo sumiço de Eliza
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Mais um capítulo surpreendente no “Caso Eliza Samudio”. Na madrugada desta quinta-feira (22/11) no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, em seu depoimento no Fórum de Contagem (MG), Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão declarou que, entregou Eliza Samudio a um homem desconhecido a mando de Bruno. O ex-goleiro seria, portanto, o responsável pelo desaparecimento da amante.
Segundo sua versão, Macarrão, a mando de Bruno, levou Eliza na EcoSport prata, da mãe do goleiro, até a entrada da Toca Raposa, na Pampulha. Entregou Eliza para uma pessoa desconhecida, que estaria em um Palio preto.
No local, o homem desconhecido teria aberto o carro por trás e Eliza teria descido. A partir deste momento, ele (Macarrão) teria arrancado o carro apavorado e voltado para o sítio desesperado, chorando. Jorge, primo de Bruno, o acompanhava. O bebê de Bruno e Eliza teria ficado no sítio na ocasião.
Macarrão disse ter prevenido Bruno sobre as consequências da ação e o goleiro não demonstrou abatimento. “Fica tranquilo, eu sou p…”, teria respondido o ex-flamenguista. O braço-direito do jogador imaginou que teria que assumir a culpa pelo caso e que “a corda arrebenta para o lado mais fraco”.
“(Bruno) falou para eu levar a Eliza na Toca da Raposa, deixar lá, que teria alguém esperando por ela lá. Antes disso eu conversei com ele, e disse: ‘Bruno, deixa essa menina em paz. Olha, o Jorjão (primo de Bruno), já teve preso”. Percebi o clima estranho. ‘Bruno, deixa essa menina em paz, eu não sou bandido, não sou vagabundo e não quero entrar dentro do sistema’. Ele falou que era pra deixar com ele que sabia que estava fazendo”, relatou Macarrão.
“(Disse para ele) ‘Bruno, qualquer coisa que acontecer todo mundo vai colocar a culpa em mim. Eu não sou ninguém, a corda arrebenta para o lado mais fraco. Você sabe que eu não nasci pra isso’. Ele respondeu: ‘larga de ser bundão, deixa comigo'”, descreveu o réu.
A juíza perguntou se Macarrão sabia o que Bruno faria com Eliza. O réu respondeu: “pressentia”, dando a entender que imaginava que a garota seria assassinada.
Nesta quarta-feira (21), no Fórum de Contagem, em Minas Gerais, a juíza Marixa Fabiane decidiu adiar para o dia 04 de março de 2013, o julgamento do goleiro Bruno Fernandes. O goleiro retornou para a penitenciária Nelson Hungria onde aguardará a nova data. Bruno constituiu um novo advogado e pediu adiamento do júri por meio de sua defesa. O corpo de defesa alegou logo no início da sessão, por volta de 9h40, que o novo defensor, Lúcio Adolfo Silva, não teve acesso ao processo e precisa estudá-lo.
“Eu preciso de mais tempo para estudar esse processo”, disse Silva no plenário. É a segunda tentativa de adiamento de Bruno, que na terça-feira (20) pediu a destituição de seus advogados Rui Pimenta e Francisco Simim. Na terça, juíza Marixa Fabiane aceitou o pedido de destituição de Pimenta, após o jogador alegar que não se sentia seguro para continuar com ele, e negou o de Simim.
Detalhes da última sessão realizada
Nesta terça-feira (20/11) foi realizada a segunda sessão do julgamento dos réus do “Caso Eliza Samudio”. O dia foi marcado por mais uma confusão no Fórum de Contagem (região metropolitana de Belo Horizonte). O ex-goleiro Bruno solicitou a substituição de um dos seus advogados. A sessão de hoje foi marcada também pelo choro de Dayanne de Souza, ex-mulher do jogador, e Fernanda de Castro, ex-amante do goleiro, ambas acusadas de participação no desaparecimento de Eliza Samudio.
Fernanda chorou durante o depoimento do detento Jaílson Alves de Olveira, que disse à Justiça, em abril de 2011, que Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, tinha um plano para matar várias autoridades ligadas à investigação do caso Eliza Samudio.
Enquanto chorava, a ex-amante de Bruno escondeu o rosto apoiada no encosto de uma cadeira na sua frente. Ela chegou a se retirar do plenário durante os momentos de choro.
Já Dayanne chorou durante um bom tempo pela manhã, no momento em que Bruno pediu a destituição do advogado Rui Pimenta, o que gerou o desmembramento do julgamento dela.
Agora, Dayanne será julgada em outra data, junto com Bola. Já Bruno escolheu um novo advogado, Tiago Lenoir, que na segunda-feira (19/11), no Twitter, comentou que “o goleiro deveria confessar a autoria do homicídio” e depois negou o conteúdo. Após a afirmação repercutir na imprensa, ele afirmou, ao final da sessão desta terça-feira (20), que ele “estava comentando o caso como uma pessoa comum e que falava de uma situação hipotética”.
Além do goleiro, responde por sequestro e cárcere, homicídio e ocultação de cadáver seu amigo de infância e braço-direito Macarrão. O ex-policial Marcos Aparecido, o Bola, é acusado pelo assassinato e por ter escondido o corpo de Eliza. As duas últimas aguardaram o julgamento em liberdade. Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro, responde pelo sequestro e cárcere do filho de Eliza. Já Fernanda Gomes, ex-namorada de Bruno, pode ser condenada pelo sequestro e cárcere de Eliza e do seu filho.
Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, e Wemerson Marques, funcionário do jogador, e também são réus no caso. Eles respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Porém, por questões administrativas, o processo precisou ser desmembrado. Segundo o Tribunal de Justiça (TJ) de Minas, eles também serão levados a júri popular, mas a data ainda não foi definida.
Quem é quem no Caso Eliza Samúdio:
Eliza Samudio
Ex-modelo com quem Bruno teve um relacionamento extraconjugal, iniciado em maio de 2009. Está desaparecida desde o início de junho de 2010. Ela lutava na Justiça para que o goleiro do Flamengo reconhecesse a paternidade de seu filho.
Em outubro de 2009, a jovem já havia registrado queixa na Delegacia de Atendimento à Mulher contra Bruno. Quando anunciou a gravidez ao goleiro, Eliza teria sido agredida pelo jogador e obrigada a tomar uma bebida abortiva. Por esse crime, Bruno foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão corporal e constrangimento ilegal.
Jorge Lisboa Rosa, primo do goleiro, na época com 17 anos, chegou a confessar em depoimento à polícia ter participado do sequestro da modelo e afirmou também que a jovem está morta. No entanto, seu corpo nunca foi encontrado.
Bruno Fernandes
Goleiro do Flamengo indiciado pela Justiça como o mandante do sequestro de Eliza Samudio. Ele se entregou à polícia na tarde do dia 7 de julho, com o amigo Luiz Henrique Ferreira Romão, mais conhecido como “Macarrão”. Segundo a polícia, Bruno teria levado Eliza, na companhia de amigos, para ser executada.
Ele era casado com Dayanne Rodrigues quando se envolveu com Eliza e também mantinha um relacionamento com Fernanda Gomes. Dayanne e Fernanda também serão julgadas neste júri. O goleiro se separou formalmente de Dayanne no final de 2011. Atualmente, ele é noivo da dentista carioca Ingrid Calheiros.
O atleta foi afastado do restante do elenco do time carioca no dia 28 de junho. Hoje tem 27 anos e segue preso na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de BH. Neste júri, ele responde por sequestro e cárcere privado (pena de um a três anos), homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima – (pena de 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (pena de um a três anos).
Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão
Amigo de infância, braço-direito e funcionário de Bruno. Foi indiciado pela Justiça como um dos executores do sequestro de Eliza. Segundo a acusação, ele levou a jovem e o filho dela do Rio para a região metropolitana de BH, onde a ex-modelo foi mantida em cárcere privado por seis dias e, depois, morta. Ele se entregou à polícia com Bruno na tarde do dia 7 de julho.
Também está preso na Penitenciária de Segurança Máxima Nelson Hungria, em Contagem. Uma tatuagem levantou suspeitas sobre a possibilidade de os dois terem um caso homossexual. É acusado por sequestro e cárcere privado (pena de um a três anos), homicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima – (pena de 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (pena de um a três).
Marcos Aparecido dos Santos, o Bola
Ex-policial civil de Minas Gerais, também conhecido como Neném e Paulista. Ele é apontado pela polícia como o homem que foi contratado para matar Eliza. Ele teria asfixiado a ex-modelo. O crime teria acontecido em sua casa, no município de Vespasiano, região metropolitana de BH. Segundo as investigações, após o assassinato, Bola teria esquartejado o corpo de Eliza e jogado algumas partes para seus cães da raça rotweiller.
Aos 49 anos, o ex-policial e ex-segurança do Bruno está preso na Penitenciária Jason Soares Albergaria, em São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de BH. No último dia 7, Bola passou por outro júri popular e foi absolvido . O júri, que durou três dias, julgava o assassinato de um carcereiro ocorrido em 2000.
Apesar da absolvição, ele permaneceu preso e volta ao banco dos réus no Caso Bruno. No novo júri, Marcos Aparecido é acusado por homicídio duplamente qualificado – meio cruel e por impedir defesa da vítima – (pena de 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (pena de um a três anos).
Fernanda Gomes de Castro
Ex-namorada do goleiro Bruno, Fernanda foi mais um dos acusados a mudar sua versão durante os depoimentos. No seu primeiro encontro com a polícia, Fernanda disse não conhecia Eliza Samudio. Porém, em seu último depoimento, ela pediu desculpas e confirmou ter encontrado com a ex-modelo na casa do goleiro, no Rio.
Segundo a polícia, Fernanda também estaria presente no sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG), como contam testemunhas ouvidas pela polícia durante as investigações. A ex-namorada de Bruno aguarda julgamento em liberdade.
Segundo sua defesa, Fernanda trabalha como recepcionista em um escritório de advocacia em Campo Grande (RJ) e estaria se preparando para prestar vestibular para direito. Ela acusada por sequestro e cárcere privado (pena de um a três anos) de Eliza e do bebê Bruno.
Dayanne Rodrigues do Carmo Souza
Namorada da adolescência e ex-mulher do goleiro Bruno, com quem tem duas filhas. Foi presa no dia 7 de julho, em Belo Horizonte. Dayanne teria entregado o filho de quatro meses de Eliza para funcionários do goleiro, no dia 24 de junho, quando a polícia de Minas Gerais recebeu a denúncia de que Eliza Samudio teria sido assassinada.
A mulher de Bruno disse que entregou a criança para conhecidos a pedido de Macarrão. Aguarda o julgamento em liberdade sob a acusação de sequestro e cárcere privado (pena de um a três anos) do Bruninho. No final de 2011, Dayanne e Bruno decidiram se separar oficialmente. Segundo sua defesa, atualmente, ela vende roupa e atua como professora particular.
Sérgio Rosa Sales
Primo e funcionário do sítio de Bruno. Teve a prisão decretada pela Justiça de Minas Gerais no dia 7 de julho. De acordo com o depoimento do adolescente de 17 anos, também primo do goleiro, Sérgio vigiou Eliza quando ela chegou ao sítio do atleta em Esmeraldas (MG). Sérgio também teria obrigado a jovem a ligar para uma amiga de São Paulo e dizer que estava tudo bem, caso contrário, morreria.
Ele seria o sexto réu neste júri de Contagem, porém foi assassinado no dia 22 de agosto por motivos passionais. Sales havia sido solto da prisão em agosto do ano passado, após mais de um ano atrás das grades.
Segundo a polícia, ele teria se envolvido com uma mulher casada e sofrido retaliações. Neste júri, responderia por sequestro e cárcere privado (pena de um a três), homicídio qualificado (pena de 12 a 30 anos) e ocultação de cadáver (pena de um a três anos).
Outros acusados:
Wemerson Marques
Funcionário do sítio de Bruno, mais conhecido como “Coxinha”. Teve a prisão decretada pela Justiça de Minas Gerais no dia 7 de julho. Ele recebeu o filho de Eliza das mãos de Dayanne na rodovia BR-040 (Belo Horizonte-Sete Lagoas) e o repassou a um terceiro. Aguarda o julgamento em liberdade. É acusado de sequestro e cárcere privado do Bruninho (pena de um a três anos). Seu julgamento será realizado em data ainda não confirmada.
Elenilson Vítor da Silva
Administrador do sítio de Bruno, em Esmeraldas (MG). Teve a prisão decretada pela Justiça de Minas Gerais no dia 7 de julho. Elenilson disse à polícia no dia 27 de junho, quando foram realizadas buscas na propriedade do goleiro, que não tinha visto Eliza Samudio por lá.
Dias depois, ele voltou atrás e confirmou que a jovem e o filho de quatro meses eram mantidos em um quarto praticamente durante o dia inteiro. Elenilson disse ainda que ele era a pessoa que levava comida para Eliza e o bebê. Ele aguarda julgamento em liberdade e é acusado por sequestro e cárcere privado do Bruninho (pena de um a três anos). Seu julgamento será realizado em data ainda não confirmada.
Envolvidos no caso
Conheça também a versão de outros personagens que participaram, cumpriram pena ou foram absolvidos do júri popular pela juíza Marixa Fabiane Rodrigues.
Flávio Caetano de Araújo
Acusado de levar o filho de Eliza, de quatro meses, para uma senhora em Ribeirão das Neves (MG), onde o bebê foi encontrado no dia 26 de junho. Flávio teve a prisão decretada pela Justiça de Minas Gerais no dia 7 de julho. Por decisão da juíza, o motorista não será levado a júri popular. Ele era o único dos envolvidos no caso que já estava em liberdade após conseguir um habeas corpus no dia 26 de novembro.
Jorge Lisboa Rosa
Jovem de 19 anos, também primo de Bruno. A partir de seu depoimento, no dia 6 de julho, as investigações tomaram novo rumo. Na época, era menor foi encontradoa pela polícia após uma denúncia feita por seu tio à Rádio Tupi. O menor de idade confessou em seu depoimento que participou do sequestro, junto com Macarrão.
No carro, durante uma confusão, teria dado três coronhadas com uma pistola na cabeça de Eliza, deixando-a desacordada. Por agredir Eliza e participar de seu sequestro, Rosa cumpriu medida socioeducativa no Centro de Internação Provisória do Horto, na região leste de Belo Horizonte. Ele já não deve mais nada a Justiça.
J.C
Tio do adolescente Jorge Lisboa Rosa, o motorista de ônibus concedeu uma entrevista à rádio Tupi revelando que seu sobrinho estava envolvido no desaparecimento de Eliza. Deu detalhes sobre o sequestro e a morte de Eliza, causando uma reviravolta no caso.
Luiz Carlos Samudio
Pai de Eliza. Viajou para Belo Horizonte quando o desaparecimento da filha passou a ser divulgado na mídia. Lá, conseguiu a guarda do neto, de quatro meses, quando o bebê foi encontrado, no dia 26 de junho. Da capital mineira, seguiu para Foz do Iguaçu (PR), onde mora. No dia 8 de julho, Luiz Carlos perdeu a guarda para a ex-mulher, Sônia Fátima Moura. Teve a prisão decretada pela Justiça do Paraná. Ele é acusado de atentado violento ao pudor contra a filha mais nova dele, M.S., quando ela tinha dez anos de idade.
Sônia Fátima Moura
Mãe de Eliza Samudio. Conseguiu no dia 8 de julho a guarda provisória do neto de quatro meses. Sônia diz que deixou Foz de Iguaçu, em 1994, anos depois de se separar de Luiz Carlos. Sônia mora atualmente em um sítio em Mato Grosso, junto com Bruninho, o marido e o filho.
Ingrid Oliveira
Outra ligação amorosa de Bruno reapareceu com dentista Ingrid Oliveira, 24 anos, que compareceu ao Fórum de Contagem durante audiência no fim de 2010 afirmando ser “noiva” do jogador. Ela também compareceu a alguns julgamentos de pedidos de liberdade do goleiro.
Em Contagem (MG), Ingrid foi proibida de entrar na sala de audiência, mas através de uma porta de vidro fez com as mãos um sinal de coração para o goleiro. Perguntado pelo advogado como deveria ser classificado seu relacionamento com a dentista, Bruno respondeu que ela era sua “noiva”, segundo um dos defensores de Bruno. “Ele disse que ela é a mulher da vida dele”.
(*) Com informações do IG, Terra e Agências
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