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Simplesmente eu, Clarice Lispector – 20 e 21 de março no Teatro SESI

A trajetória desta grande mulher interpretada por Beth Goulart

Beth Goulart interpreta em Encontro com Clarice Lispector
Beth Goulart interpreta em Encontro com Clarice Lispector

O que me levou a fazer Clarice Lispector no teatro foi o mistério do espelho, a identificação que sinto por ela.  A vontade de trazer mais luz sobre esta mulher que revolucionou a literatura brasileira, redimensionou a linguagem falando do indizível com a delicadeza da música, usando a escrita como uma revelação, buscando o som do silêncio ou fotografar o perfume. “A arte é o vazio que a gente entendeu”, diz Clarice.

Quero atingir o vazio de mim mesma para refletir a profundidade desta mulher que conhece o segredo das palavras e suas dimensões. O questionamento é a busca constante do artista diante de sua escolha, como ela, eu gosto de intensidades.

Há dois anos mergulhei num processo de pesquisa para escrever este roteiro lendo tudo o que podia de sua obra e livros biográficos. Fiz dois workshops com Daisy Justus, psicanalista, especializada em Clarice Lispector, que analisa sua obra sob a ótica da psicanálise. Vi e ouvi tudo o que podia sobre ela, suas entrevistas, fotos, o depoimento no MIS, a entrevista póstuma na TV Cultura, enfim, me tornei uma esponja de tudo o que se referia a ela.

Neste olhar apaixonado escolhi sua obra para recontá-la. Construí um corpo narrativo com trechos de entrevistas, depoimentos e correspondências que preparam os personagens que irão se apresentar ao público como desdobramentos dela mesma. Os temas abordados são reflexões sobre criação, vida e morte, Deus, cotidiano, palavra, silêncio, solidão, arte, loucura, amor, inspiração, aceitação e entendimento.

Clarice é muito pessoal em seus escritos e todos os seus personagens tem algo de si mesma. Acho que Joana de “Perto do coração selvagem” talvez seja a mais parecida com sua essência criativa e indomável. Ana do conto “Amor” é a dona de casa e mãe dedicada que Clarice certamente foi. Lori de “Uma Aprendizagem” ou “O livro dos prazeres” vive em cena as descobertas do amor e A Mulher do conto “Perdoando Deus” é uma bem humorada auto-critica.

Parceiros

Beth Goulart escolheu parceiros de peso para a criação do espetáculo. Maneco Quinderé aceitou o desafio de elaborar a luz. A supervisão de direção é do mestre Amir Haddad que irá questionar as escolhas da atriz e diretora para atingir melhor o público e compartilhar a alegria do ato teatral. A trilha foi criada por Beth e especialmente composta por Alfredo Sertã inspirado em Eric Satie, Arvo Part, Debussy e Lalo Schifrin. A direção de movimento de Márcia Rubin é fundamental para a sutileza das transmutações e a precisão de gestos e coreografias. Rose Gonçalves ajuda a visualização de cada palavra em sua preparação vocal dando maior noção de tempo à narrativa. O cenário de Ronald Teixeira remete a idéia de um útero de folhas que abraça todo o espaço cênico dando a neutralidade do vazio e a magia do onírico. O figurino de Beth Filipecki com elegância e simplicidade aproxima Beth de Clarice. As fotos são da italiana radicada no Brasil Fabian. O visagismo das fotos é de Rose Verçosa. O visagismo do espetáculo é de Westerley Dornellas. A programação visual de João Gabriel Carneiro e a direção de produção são de Pierina Morais.

Ingressos no SESI:

Simplesmente eu, Clarisse Lispector, sábado e domingo, dias 20 e 21 de março, às 20h: R$ 15,00 (inteira) e R$ 7,50 (meia – Clientes SESI Clube, Terceira Idade e Estudantes)

Classificação: 12 anos

Realização: Circuito Cultural SESI-RJ – Sistema FIRJAN

Apoio: Faculdade Redentor

Mais informações: 3811-9200






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