No gramado pesado com a chuva que caiu neste domingo em São Paulo, o Santos perdeu para o Paulista que aproveitou a situação do gramado e venceu pelo placar de 3 x 1 na estreia de Marcos Assunção no Peixe. Mais de 18 mil pessoas no Pacaembu para a estreia de Marcos Assunção, o primeiro jogo de Edu Dracena após mais de seis meses e o retorno de Neymar. Só que a chuva da capital atrapalhou.

O revés inesperado tira a chance do Santos de assumir a liderança isolada do Campeonato Estadual. Agora, a equipe ocupa a segunda colocação, ainda com 14 pontos. O Paulista, por sua vez, vai a nove e se afasta da zona do rebaixamento.

Para Neymar, o resultado deve ter sido especialmente desagradável. O atacante, muito festejado pelo público, teve uma atuação abaixo de sua média pessoal e não deve ter impressionado uma torcedora em especial: affair do jogador, a atriz Bruna Marquezine viu a partida da tribuna de honra do Pacaembu, e só sorriu quando o craque marcou o gol de honra do Santos, já nos acréscimos.

O camisa 11, no entanto, esteve longe de ser o maior destaque em campo. Estrela maior da companhia, ele dividia os holofotes antes mesmo do jogo começar com Marcos Assunção e Edu Dracena. O primeiro fez sua reestreia pelo Santos, time que o projetou para o futebol internacional nos anos 1990. Já o zagueiro, capitão do time, voltou a atuar depois de seis meses parado em tratamento de uma lesão no joelho.

Quando o jogo começou, no entanto, a chuva roubou a cena. Foram 20 minutos de uma chuva pesada, que praticamente alagou o gramado do Pacaembu e mudou a dinâmica da partida, especialmente no primeiro tempo, tempo suficiente para desorientar o Santos e dar chances ao Paulista, que soube aproveitar.

Armado com Arouca, Cícero e Marcos Assunção na contenção e Neymar e Montillo livres para criar, o time de Muricy Ramalho sofreu. Acostumada a jogar com tabelas rápidas, a equipe praiana demorou a perceber que pelo meio não teria vida fácil.

O Paulista, relativamente seguro na defesa, aproveitava para assustar Rafael. Na ponta direita, Cassiano deu muito trabalho ao lateral Guilherme Santos, que além de demonstrar dificuldade na marcação ainda cometeu erros bobos na saída de bola, irritando a torcida santista.

Foi naquele setor que o Paulista levou mais perigo. Aos 11 minutos, Cassiano foi ao fundo e encontrou Marcelo Macedo livre. O atacante bateu e exigiu uma grande defesa de Rafael no canto esquerdo.

O Santos só foi descobrir o caminho no ataque perto do fim do primeiro tempo. Até lá, só chegou com mais perigo quando teve a seu favor a bola parada e os cruzamentos de Marcos Assunção. Neymar e Montillo abusavam das jogadas individuais pelo meio e invariavelmente pararam na marcação.

O camisa 11 chegou a trocar de chuteiras para tentar conseguir mais estabilidade em campo, mas melhorou mesmo quando achou seu espaço na ponta esquerda. Por ali, Neymar deu mais trabalho à defesa rival, confundiu a marcação do Paulista e abriu espaço para Miralles e Montillo arriscarem mais.

Só que o Santos acabaria pagando pelos erros na defesa. No início do segundo tempo, Guilherme Santos errou novamente. Depois de levar uma bola nas costas, ele tentou parar Cassiano e acabou fazendo pênalti. Na cobrança, Marcelo Macedo bateu no meio e abriu o placar para o time do interior.

Foi o suficiente para o público perder a paciência. Muricy agiu rápido, deslocou Cícero para a lateral e colocou Felipe Anderson para ajudar na criação, tirando o Guilherme de campo. O jovem não foi perdoado e ouviu uma sonora vaia ao deixar o gramado cabisbaixo.

O Santos se equilibrou na defesa e passou a contar com o recuo prematuro do Paulista e a melhora do gramado do Pacaembu. Com mais espaço, Neymar tentou chamar a responsabilidade e passou a ser caçado pelos rivais em campo. Inteligente, ele aproveitou para cavar faltas próximas à área.

A expectativa, dele, dos colegas e de Muricy era de que Marcos Assunção apareceria para decidir, mas o volante pareceu sentir a falta de ritmo. A torcida perdeu a paciência e chegou a vaiar o time. Neymar respondeu tentando. Em uma cobrança de falta, ele acertou a trave do goleiro Richard.

A pressão ficou ainda maior quando Matheus foi expulso depois de receber o segundo cartão amarelo. O Santos se lançou ao ataque, mas de novo seria surpreendido. De falta, aos 41 minutos, o estreante Rodolfo acertou um belo chute no ângulo de Rafael e fez 2 a 0. Pouco depois, foi a vez de Cassiano, o melhor em campo, definir o placar.

Agora, o Santos tem uma semana para esfriar a cabeça e volta a jogar só no próximo fim de semana, contra a Ponte Preta, em Campinas. Já o Paulista vai até São Bernardo encarar a equipe do ABC de mesmo nome.

(*) Com informações do Uol

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