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Tentativa de desqualificar blogueira afronta liberdade de expressão

 
 

Tentativa de desqualificar blogueira afronta liberdade de expressão

Militantes do PT, o governo cubano e um funcionário do Palácio do Planalto estão envolvidos numa conspiração para tentar desqualificar – por meio de um dossiê – Yoani Sánchez, a blogueira conhecida por denunciar a ditadura dos irmãos Fidel e Raúl Castro, que chegou ao Brasil nesta segunda-feira (18). A informação é da revista “Veja” desta semana. A tentativa de difamar a blogueira é vista pelo deputado Dudimar Paxiúba (PSDB/PA) como uma afronta à liberdade de expressão.

“É lamentável essa postura do governo brasileiro. É um desserviço à democracia e à liberdade de imprensa. Não se pode mais tolerar esse tipo de comportamento de um governo que se diz democrata e preocupado com a imprensa livre. É triste que isso ocorra no momento em que se clama por liberdade em todos os sentidos”, avaliou o tucano.

Após cinco anos e 20 negativas do regime cubano de viajar para o exterior, a blogueira chegou na madrugada desta segunda-feira ao Brasil, primeira parada de uma viagem de 80 dias que a levará a uma dezena de países da América e da Europa. Depois de pegar um voo na cidade do Panamá, Yoani desembarcou em Recife.

A jornalista vai divulgar o livro “De Cuba, com Carinho”, uma coletânea de seus textos sobre o triste cotidiano do povo cubano. O trabalho rendeu à dissidente uma perseguição implacável. Ela foi sequestrada, torturada e, durante anos, impedida de deixar o país. Para os sete dias em que permanecerá no Brasil, o governo cubano escalou um grupo de agentes para vigiá-la e recrutou outro com a missão de desqualificá-la a partir de um dossiê.

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), cobrou explicações do PT sobre o envolvimento no caso. “O governo federal tem que esclarecer sua participação em um monitoramento inadmissível como esse contra Yoani Sánchez”, afirmou o líder da bancada ao site da revista Veja.

Da tribuna, o deputado Jutahy Junior (BA) exaltou o gesto da cubana de sempre lutar pelos direitos sociais da população daquele país. “É uma guerreira da liberdade, que defende em Cuba os direitos humanos e conseguiu, depois de 20 tentativas, o direito de poder sair do seu país. Somos solidários à luta dessa guerreira, conhecida internacionalmente na defesa dos valores universais da democracia”, afirmou. “Não podemos aceitar que em pleno século XXI, 50 anos de ditadura sejam preservados de forma violenta”, completou.

O senador Alvaro Dias (PR) anunciou que irá apresentar requerimento convocando os ministros de Relações Exteriores, Antonio Patriota, e da Secretaria-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para que expliquem a participação do corpo diplomático, de dirigentes partidários e de funcionários do governo na distribuição do dossiê contra a blogueira.

Segundo o senador, é necessário que os ministros e o embaixador detalhem a reunião que aconteceu no dia 6 de fevereiro com militantes de partidos de esquerda brasileiros na tentativa de montar uma estratégia para denegrir a imagem da blogueira.

Plano de espionagem

O plano para espionar e constranger Yoani Sánchez foi elaborado pelo governo cubano, mas será executado com o conhecimento e o apoio do PT, de militantes do partido e de pelo menos um funcionário da Presidência da República.

A oposição também vai protocolar um pedido de informações para que o embaixador cubano no Brasil, Carlos Zamora Rodríguez, esclareça a perseguição que emissários do governo de Raúl Castro pretendem fazer à ativista.

Reportagem da Veja mostra as articulações da Embaixada de Cuba no Brasil para monitorar a passagem de Yoani Sánchez pelo país. A proposta de desqualificação da cubana inclui a distribuição de um dossiê com informações distorcidas sobre o que seria uma vida de luxo dela. Em meio a montagens com fotos da ativista estão insinuações de que ela teria se rendido ao dinheiro porque bebe cerveja, come banana e vai à praia.

O pedido para a distribuição do dossiê e a estratégia de desqualificação de Yoani foram orquestradas no dia 6 de fevereiro em uma reunião organizada pelo conselheiro político da embaixada de Cuba em Brasília, Rafael Hidalgo. Conforme revelou VEJA, um grupo de militantes de esquerda, incluindo filiados do PT e PCdoB e integrantes da CUT, se reuniu com o embaixador cubano Carlos Zamora Rodríguez para ouvir o projeto de desqualificação da blogueira. Entre os presentes no encontro estava Ricardo Poppi Martins, coordenador-geral de Novas Mídias da Secretaria-geral da Presidência e subordinado ao ministro Gilberto Carvalho.

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