Gil Rugai é condenado em São Paulo a 33 anos pelas mortes do pai e da madrasta
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O ex-seminarista Gil Rugai, de 29 anos, foi condenado nesta sexta-feira (22/02) no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo, a pena de 33 anos e 9 meses em ação criminal em que era acusado pelos assassinatos do seu próprio pai Luiz Carlos Rugai, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, ocorridos há quase nove anos, em 28 de março de 2004.
Segundo o promotor do caso, Rogério Zagallo, quatro jurados votaram pela condenação por duplo homicídio e três pela absolvição –os votos param de ser lidos quando já há maioria–, já o agravante de motivo torpe (supostamente por ter sido demitido da empresa do pai após desfalques) ficou em quatro a um. Quanto à pergunta sobre se Luiz Carlos Rugai sofreu disparos, o placar do júri ficou em quatro a zero; a questão se o acusado disparou contra as vítimas ficou em quatro a um.
“Missão dada é missão cumprida”, disse o membro do Ministério Público.
Logo após o Conselho de Sentença decidir sobre o caso, o promotor e o assistente de acusação, Ubirajara Mangini, saíram da sala, se abraçaram e comemoraram a condenação. “Saiu a condenação merecida, justa e adequada. Foi feita justiça”, disse Zagallo aos jornalistas já fora do plenário.
A mãe do réu, Maristela Grego, e o irmão, Léo Rugai, que foi testemunha de defesa durante o julgamento que durou uma semana, deixaram o plenário chorando junto ao advogado Thiago Anastácio e se abraçaram sob aplausos do lado de fora do Fórum Criminal da Barra Funda.
Para a antropóloga Ana Lúcia Pastore Scheitzmeyer, que também foi testemunha arrolada pela defesa, a comemoração do promotor e do assistente de acusação logo após saírem da sala do Conselho de Sentença foi uma quebra de ritos. “Se eu fosse juíza, entraria com uma ação no Ministério Público”.
Para a cientista, a atitude do promotor e do assistente, e das pessoas que aplaudiram, foi um desrespeito com todos da família. “Como se decide a vida de uma pessoa como se fosse um circo?”, disse.
Debates
Durante a fase de debates, que antecede a decisão do Conselho de Sentença, o promotor Rogério Zagallo surpreendeu o plenário ao anunciar que não faria a réplica a que tinha direito. Ele não informou os motivos de ter abdicado da medida –que o daria uma hora a mais de discurso para tentar convencer os jurados da culpa do réu.
Os debates entre acusação e defesa começaram na manhã de hoje. Cada uma das partes teve 1 hora e meia para falar diretamente com os jurados.
Em sua fala, Zagallo descreveu Gil Rugai como uma pessoa agressiva e de personalidade dupla, a ponto de beirar a psicopatia.
Já a defesa tentou dissociar a imagem do réu à da estudante Suzane Von Richthofen. “O caso Richthofen não é o caso do Gil”, disse o advogado Thiago Anastácio.
Em 2006, Suzane foi condenada a 39 anos e seis meses de prisão pelo assassinato dos pais, Manfred e Marísia von Richthofen, ocorrido em 31 de outubro de 2002.
Interrogatório do réu
O réu foi interrogado por cerca de quatro horas e meia na quinta-feira (21) e negou que esteve na casa do pai no fim de semana do crime, ou que estava brigado com o empresário na época das mortes, no entanto, admitiu que gosta de munições e que chegou a fazer um curso de tiro, cuja arma usada foi uma pistola 380 –mesmo modelo usado nos assassinatos. Ele também não confirmou que teria desfalcado a empresa do pai, principal motivo apontado pela acusação para os assassinatos.
O réu também contou, durante o interrogatório, que não foi tratado de maneira “muito gentil” pelo delegado que investigou os homicídios, Rodolfo Chiareli. Além disso, uma das principais provas usadas pela promotoria para acusá-lo, a marca de pé na porta do cômodo onde supostamente Luiz Carlos Rugai tentou se esconder, e que uma lesão no pé de Gil Rugai seria compatível com um trauma deste tipo não foi explicada pelo réu. “Eu sei que eu não chutei aquela porta. Eu não estava lá. Como chegou a esta conclusão, eu não sei”, disse.
Após 35 minutos de inquirição da promotoria, a defesa do réu o orientou a não mais responder as perguntas da acusação. No momento da interrupção, o réu era questionado se conhecia uma lista de pessoas colocada pelo promotor –entre elas, algumas testemunhas–, bem como se tinha algo contra ou a favor delas. “Não é o momento adequado de fazer seu discurso”, disse o advogado Marcelo Feller ao promotor Rogério Zagallo.
O advogado de defesa Marcelo Feller, disse após o fim do interrogatório do réu, durante conversa com jornalistas, que o “verdadeiro suspeito” pela morte do pai e da madrasta do estudante é, na realidade, um assistente pessoal do empresário, Agnaldo Souza Silva. Ele havia sido demitido por Luiz Carlos cerca de um ano antes do assassinato.
(*) Com informações do Uol
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