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Auditoria da Justiça Militar recebe prisão em flagrante de PMs no Rio de Janeiro

 
 

Auditoria da Justiça Militar recebe prisão em flagrante de PMs no Rio de Janeiro

O Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro determinou nesta terça-feira (18/03), que os autos da prisão em flagrante, por cinco dias, dos subtenentes da Polícia Militar Rodney Miguel Archanjo e Adir Serrano Machado e do 3º sargento Alex Sandro da Silva Alves fossem remetidos à Auditoria da Justiça Militar. Os PMs estariam envolvidos no resgate da auxiliar de serviços Cláudia Ferreira da Silva, que foi arrastada por um carro da PM no dia 16 de março, após ser atingida por uma bala perdida no Morro da Congonha, em Madureira, na Zona Norte do Rio.

Eles foram indiciados por infringirem o artigo 324 do Código Penal Militar, ao deixarem, no exercício de função, de observar lei, regulamento ou instrução, dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração militar.

“Ciente da prisão, constato que o flagrante encontra-se hígido, tanto formal como materialmente, não havendo razão para se cogitar de relaxamento da prisão em comento. Encaminhem-se os autos à Auditoria Militar, já que se trata de procedimento próprio previsto no Código de Processo Penal Militar”, diz a decisão.

Arrastada por carro da PM do Rio foi morta por tiro, diz atestado de óbito

Cláudia Silva Ferreira, que teve o corpo arrastado por 350 metros por um carro da Polícia Militar no domingo (16) no Morro da Congonha, em Madureira, no Subúrbio do Rio, foi morta por conta de um dos disparos pelos quais foi atingida, como noticiou a GloboNews na tarde desta terça-feira (18). A informação foi dada pela Polícia Civil.

Após ser baleada, Claudia foi colocada por PMs no porta-malas para ser levada para o Hospital Carlos Chagas, onde chegou sem vida, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. No meio do caminho, no entanto, a mala abriu, ela ficou presa por um pedaço de roupa ao carro, e teve parte do corpo dilacerada ao ser arrastada pelo asfalto.

Um cinegrafista amador registrou o momento em que ela é arrastada (o vídeo foi divulgado pelo jornal “Extra”) e, por conta disso, houve suspeita de que os ferimentos no asfalto poderiam ser a causa da morte. O atestado de óbito, no entanto, informa que ela foi morta por conta da “laceração cardíaca e pulmonar de ferimento transfixante do tórax por ação perfurocortante”, ou seja, devido ao tiro. Segundo o Instituto Médico Legal (IML), “perícias complementares” serão realizadas.

De acordo com PM, a tranca do porta-malas não tinha defeito — o que pode agravar a punição dos três policiais que participaram do “socorro” frustrado. Os subtenentes Adir Serrano Machado e Rodney Miguel Arcanjo e o sargento Alex Sandro da Silva Alves estão presos no Complexo Penitenciário de Bangu 8 e, nesta terça, tiveram o pedido de soltura negado pela Justiça Militar, onde prestaram depoimento.

Nesta quarta (19), são esperados na 29ª DP para novos depoimentos. De acordo com a Polícia Civil, eles foram presos em flagrante e dois inquéritos foram abertos para apurar o caso. O advogado Marcos Espínola, que faz a defesa do policial Alex Sandro da Silva Alves, afirmou que a morte de Claudia foi um acidente. Disse ainda que o objetivo dos PMs era tentar salvar a moradora. E que ela foi colocada na parte de trás do carro porque o carro estava com armas no banco traseiro. O G1 procurou a defesa dos outros dois PMs, mas não conseguiu contato.

‘Acharam que era bandida’, diz filha

Thaís Lima, filha de Cláudia Silva Ferreira, disse que os policiais que estavam no local acharam que Cláudia tivesse envolvimento com o tráfico de drogas. Thaís foi ao estúdio do Bom Dia Rio na manhã desta terça-feira para contar como tudo aconteceu. Ela disse que não acredita na Polícia Militar.

“Foi só virar a esquina e ela deu de frente com eles. Eles [os policiais] deram dois tiros nela, um no peito, que atravessou, e o outro, não sei se foi na cabeça ou no pescoço, que falaram. E caiu no chão. Aí falaram [os policiais] que se assustaram com o copo de café que estava na mão dela. Eles estavam achando que ela era bandida, que ela estava dando café para os bandidos”, contou.

Segundo Thaís, os moradores tentaram impedir que a polícia levasse Cláudia do local. No tumulto, policiais teriam atirado para o alto para afastar as pessoas. Ainda segundo ela, o porta-malas do carro da PM que levou Cláudia abriu uma primeira vez na Rua Buriti, logo após o socorro feito pelos PMs.

“Um pegou ela pela calça e outro pela perna e jogou dentro da Blazer, lá dentro, de qualquer jeito. Ficou toda torta lá dentro. Depois desceram com ela e a mala estava aberta. Ela ainda caiu na Buriti [rua, em Madureira], no meio do caminho, e eles pegaram e botaram ela para dentro de novo. Se eles viram que estava ruim porque eles não endireitaram (sic) e não bateram a porta de novo direito?”, questionou.

(*) Com informações do TJRJ e G1

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