Um dia para demonstrar a superação. Assim foi a madrugada deste domingo (01/02) para o brasileiro Anderson Silva. Depois de passar por uma grave contusão que lhe tirou do octógono por exatos 398 dias ele voltou e mostrou confiança e habilidade para vencer o seu oponente, Nick Diaz nos cinco rounds.

Dúvidas e questionamentos não deixaram Anderson Silva em paz desde a fratura na perna esquerda na revanche contra Chris Weidman, em 28 de dezembro de 2013. Mas tudo isso se transformou em energia e força para o esperado retorno ao octógono. Os fãs de MMA aguardaram um bom tempo e agora podem desfrutar: a lenda está de volta. O Spider teve pela frente o americano Nick Diaz na noite deste sábado em Las Vegas (madrugada no Brasil), na luta principal do UFC 183, e cumpriu seu papel com êxito.

O brasileiro jogou as provocações exageradas do rival para escanteio, não teve medo de chutar com a tal perna esquerda e saiu vencedor por decisão unânime dos jurados ao fim de cinco rounds (49 a 46, 50 a 45 e 50 a 45). Na comemoração, o alívio, e Anderson caiu no choro. Foi o fim de capítulo emocionante para a volta do maior nome das artes marciais mistas na atualidade.

Thales Leites apagou Boetsch com um Katagatame

Thales Leites não sabe o que é perder desde agosto de 2010. Seu retorno ao Ultimate aconteceu em agosto de 2013, quando já vinha de três triunfos seguidos. Na madrugada deste sábado para domingo, na abertura do card principal do UFC 183, enfrentou Tim Boetsch, número 13 do ranking do peso-médio (até 84kg), e conquistou sua quinta vitória em cinco lutas desde a sua volta à organização, com um belo katagatame aos 3m45s do segundo assalto. Antes disso, já havia batido Tom Watson, Ed Herman, Trevor Smith e Francis Carmont. Com o resultado positivo, provavelmente o brasileiro vai entrar no top 10 da divisão, já que atualmente é o 11º colocado.

Thales começou andando para a frente e acertando um chute baixo. Boetsch disputou o centro do octógono e acabou sendo atingido por um dedo no olho. Luta interrompida e rapidamente retomada. Na volta, eles foram para a trocação franca, ambos conectaram cruzados, e o brasileiro entrou com joelhada voadora de encontro. Thales encurtou, travou a nuca do rival para ir para o clinche do muay thai, mas desistiu após receber dois uppercuts. O americano foi para cima, e Thales, andando para trás, esquivou dos golpes e combinou dois cruzados no oponente. O brasileiro encurtou a distância mais uma vez, encaixou bons golpes, encurralou o rival na grade e aplicou a queda, mas Boetsch bateu no chão e voltou. O americano se afastou e depois acertou uma sequência de cruzados que derrubaram Thales. Ele foi para cima para tentar liquidar a luta, mas o brasileiro travou o rival no chão nos segundos finais.

No segundo round, Thales pareceu estar recuperado e um cruzado de esquerda balançou o americano, mas Boetsch aplicou uma bomba de esquerda que também balançou o rival. Novo cruzado de direita obrigou o brasileiro a clinchar para tentar se recuperar. Thales entrou com chute baixo e dois bons cruzados, mas foi contragolpeado e novamente acusou os golpes sofridos pela mão pesada de seu oponente. Mostrando boa absorção, Thales foi para o clinche e conseguiu uma boa queda. Ele passou a guarda com muita facilidade e encaixou o katagatame. Boetsch explodiu e se livrou por muito pouco. Thales se manteve por cima, trocou de lado, encaixou outro katagatame e, desta vez, fez o adversário “dormir”.

Pitbull nocauteia Jordan Mein

A vitória no ano passado não foi um fato isolado: Thiago “Pitbull” Alves voltou com tudo ao peso meio-médio. Após perder o primeiro round da luta contra Jordan Mein, no UFC 183, este sábado, em Las Vegas, o brasileiro entrou com outra postura e conseguiu nocautear o canadense aos 39s do segundo assalto ao abrir caminho com um forte chute nas costelas.

Sem vencer dois combates consecutivos desde 2008 – quando acumulou sete triunfos -, o cearense, enfim, espanta as lesões e a irregularidade, tônica de seus últimos anos. Ele ainda interrompeu a sequência de dois resultados positivos do adversário.
Combinando chutes e socos, Jordan Mein deu os movimentos iniciais no combate. O canadense controlava a distância, mantenho Thiago Pitbull afastado – o brasileiro arriscava chutes baixos para responder. “Young Gun” arriscou cotoveladas e overhands e, de volta, recebeu um uppercut. Entretanto, utilizou as cotoveladas novamente e, sem dificuldade, dominou a disputa.

Logo no começo do segundo round, Mein deu uma inusitada cambalhota para fugir do raio de ação do brasileiro. Na sequência, um chute violento nas costelas levou o canadense a ficar agachado, com uma expressiva e nítida cara de dor. Implacável, Pitbull correu, aplicou uma forte joelhada no corpo do oponente e, através de diversos socos, fez o árbitro Herb Dean interromper o duelo aos 39s.

– Ele é muito elusivo e tem uma vantagem de envergadura. Tive que combinar os socos e chutes para acertá-lo. Quero ser o melhor do mundo – afirmou Pitbull, ainda no octógono.

Brasileiros dominam card preliminar do UFC 183

Das seis lutas do card preliminar, quatro possuiam brasileiros. Thiago Marreta deu o pontapé inicial no octógono e precisou de apenas um minuto para nocautear o americano Andy Lenz. Na sequência, Rick Monstro e Ildemar Marajó fizeram um confronto nacional. Sem empolgar, Marajó saiu como vencedor por decisão dividia. Depois foi a vez de Rafael Sapo atropelar o britânico Tom Watson, sendo declarado vencedor por uma contagem de 30-27, 30-27, 30-26.

Nos confrontos sem brasileiros, Derek Brunson precisou de apenas 30 segundos para nocautear Ed Herman e Miesha Tate, “queridinha” dos torcedores presentes, conseguiu fazer uma boa luta, apesar de sofrer um “knockdown” logo no começo, e venceu Sara McMann por decisão majoritária (29-28, 29-27 e 28-28).

Antes do início do evento, o combate entre o brasileiro Diego Brandão e Jimmy Hettes foi cancelado. Segundo o UFC, o lutador americano se sentiu mal enquanto se aquecia e colocava as bandagens nas mãos.

Thiago “Marreta” Santos vs. Andy Enz (peso-médio)
Nocaute técnico com 1m56s de primeiro round

O Brasil começou com o pé direito o UFC 183. No primeiro combate da noite, Thiago Marreta não deu chances ao americano Andy Enz, vencendo por nocaute técnico com apenas 1m56s do primeiro round.

A luta começou bem movimentada, com os dois lutadores arriscando muitos golpes. O brasileiro encontrou a distância e começou a castigar seu adversário com chutes certeiros na linha de cintura, que fizeram Enz sentir e recuar. Marreta então encurralou o rival na grade e com um belo cruzado de esquerda o derrubou. Mais alguns gopes na cabeça e o árbitro central fez a intervenção, decretando o triunfo do brasileiro.

“Estou muito feliz. Esta é minha segunda luta em Las Vegas, sendo que a primeira não fui muito bem. Estava devendo isso para os braisleiros. Adoro lutar aqui e estava devendo esse nocaute”, disse, lembrando de sua derrota para Uriah Hall em julho do ano passado”.

Rick Monstro vs. Ildemar “Marajó” Alcântara (peso-médio)
Decisão dividida (29-28, 28-29 e 29-28)

Os lutadores não empolgaram nem mesmo a torcida brasileira presente em peso no MGM. Após rounds parados, sem muita ação, eles foram vaiados ao final de cada uma das três parciais. No fim, Marajó foi declarado vencedor por decisão dividida dos juízes. A vitória é a quarta do brasileiro no UFC, se recuperando, assim, da seu último revés, quando foi derrotado para o americano Kenny Robertson. Já Rick Monstro fica em situação delicada na organização, somando agora duas derrotas em dois combates feitos no UFC.

Rafael “Sapo” Natal vs. Tom “Kong” Watson (peso-médio)
Decisão unânime (30-27, 30-27, 30-26)

Tom “Kong” Watson não assustou Rafael Sapo com sua máscara de gorila durante a caminhada ao octógono. Ao som do hino nacional, o brasileiro mostrou superioridade e dominou o britânico nos três rounds. Ao final, foi declarado vencedor por decisão unânime dos juízes.

Além de ser muito mais efetivo que Kong, Sapo fez uma luta inteligente, alternando muito bem chutes, socos e quedas. O brasileiro ainda teve algumas oportunidades de nocautear o britânico no terceiro round, mas preferiu derrubá-lo e manter a luta sob controle até o segundo final. Agora, Rafael soma duas vitórias seguidas no UFC, já que havia derrotado Chris Camozzi em setembro do ano passado.

Ian McCall vs. John Lineker (peso-mosca)
Decisão unânime (triplo 29-28)

John Lineker e Ian McCall fizeram uma das melhores lutas do card preliminar do UFC 183. O americano começou melhor, mas o brasileiro reagiu e fez jus ao seu apelido para sair com a vitória por decisão unânime dos juízes. A vitória devolta um pouco da moral ao atleta nacional, que perdeu 30% da sua bolsa por não ter batido o peso da categoria (57kg).

Conhecido por “mãos de pedra”, Lineker perdeu o primeiro round, mas se recuperou e bateu forte em McCall para garantir a vitória na segunda e terceira parcial. No segundo round, o brasileiro ainda teve duas chances para finalizar, mas o americano escapou das guilhotinas já encaixadas. No último assalto, Lineker foi para a trocação franca e castigou McCall para sacramentar seu triunfo.

Ed Herman vs. Derek Brunson (peso-médio)
Nocaute técnico aos 36s do primeiro round

Derek Brunson atropoleu Ed Herman na primeira luta sem brasileiro do UFC 183. O americano precisou de apenas 36 segundos para acertar um overhand de esquerda e um cruzado para derrubar o canadense e finalizar com uma série de “marretadas” no chão.

“Ed está no UFC há oito anos, ele foi um oponente muito duro. Tenho trabalhado muito com minha equipe, o Greg Jackson é o melhor técnico do mundo. Quero dedicar esta vitória à minha namorada”, disse ainda no octógono.

Miesha Tate vs. Sara McMann (peso-galo)
Decisão majoritária (29-28, 29-27 e 28-28)

Miesha Tate e Sara McMann fizeram uma luta muito técnica no MGM. Enquanto Sara se mostrava melhor na trocação, Miesha apostou no jogo de chão para sair com a vitória por decisão marjotirária.

Miesha começou sofrendo e, logo no começo do primeiro round, viu Sara acertar uma sequência de socos e derrubá-la. A derrota parecia próxima, mas a favorita dos torcedores locais conseguiu segurar a rival no chão e, na troca de pegadas, quase conseguiu finalizar a luta. Os outros dois assaltos seguiram a mesma ordem, Sara melhor no jogo em pé, mas levando muita desvantagem no chão.

(*) Com informações do Terra, MSN, GE e Combate

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