Região Serrana do Rio já registra 534 mortos por causa das chuvas
O serviço de perícia da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, identificou até o início da noite desta sexta-feira (14/01) 534 mortos na Região Serrana do Rio e este número ainda pode dobrar. Foram contabilizados 242 mortos em Nova Friburgo, 228 em Teresópolis, 41 em Petrópolis, 19 em Sumidouro e quatro em São João do Vale do Rio Preto. Já a Prefeitura de Teresópolis e o Corpo de Bombeiros divulgaram que o número de mortos já chegou a 229.
A prefeitura de Nova Friburgo, na região serrana do estado, solicitou hoje ao governador Sérgio Cabral a decretação de estado de calamidade pública no município.
Pela manhã voltou a chover na região, mas os trabalhos de busca a desaparecidos e retirada dos corpos da lama e dos escombros não foi interrompido.
Nove rodovias estaduais continuam interditadas e três funcionam parcialmente na região serrana do Rio de Janeiro. Os problemas são decorrentes das fortes chuvas que caem na região desde terça-feira (11). As informações são do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio (DER-RJ), que divulgou no início da tarde de hoje (14) um novo balanço sobre a situação das rodovias estaduais afetadas pelas chuvas.
Na nota, o DER-RJ informa que vem intensificando os trabalhos nas estradas mais atingidas e que medidas emergenciais estão sendo adotadas para restabelecer o tráfego nos acessos à região.
A RJ-130, que liga os municípios de Teresópolis e Friburgo, dois dos mais afetados pelas chuvas e onde mais de quatro centenas de pessoas morreram, segue interditada, embora os trabalhos de remoção de barreiras e restauração do pavimento sigam em ritmo acelerado. O DER está abrindo desvios para permitir, ao menos, o tráfego de veículos leves.
A RJ-134, que liga Teresópolis a Petrópolis, continua interditada desde a entrada do município de São José do Vale do Rio Preto, onde as cabeceiras do viaduto que dá acesso à cidade foram destruídas, até o entroncamento com a BR-116, devido a quedas de barreiras.
Já a RJ-163, na altura do quilômetro (km) 20, entre as localidades de Capelinha e Visconde de Mauá, na região do Médio Paraíba, deverá ser liberada ainda hoje. Por medida de segurança, a rodovia está fechada na subida da serra, onde há risco de rolamento de pedras enquanto continuar chovendo na região. As vias alternativas são a RJ-151 e a RJ-161.
Nas rodovias federais, a situação também é complicada. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, do km 62 ao km 65 da BR-040 (Rio-Brasília), entre Teresópolis e Além Paraíba, a pista está interditada ao tráfego. Ainda na BR-040, o trecho entre os kms 43 e 55 está funcionando em meia pista e, na altura do município de Três Rios, entre os kms 33 e 35, a pista está interditada parcialmente por causa de uma erosão aberta pela chuva.
A Polícia Rodoviária Federal também registra problemas na BR-495, perto de Itaipava, distrito de Petrópolis, onde houve queda de barreira na altura do km 20 e a pista encontra-se totalmente interditada.
As empresas de ônibus que fazem o transporte de passageiros da capital para a região serrana do estado estão ajudando a levar as doações da população carioca para as vítimas das chuvas. A iniciativa, proposta pela Rodoviária Novo Rio, conta, além das empresas, com o apoio da Cruz Vermelha.
Desde ontem (13), segundo a Socicam, empresa que administra o terminal rodoviário, foram arrecadados cerca de 1 tonelada de doações, entre alimentos não perecíveis, água, roupas e papel higiênico. Devido à diminuição do número de passageiros interessados em viajar para as cidades mais atingidas pelas chuvas – Teresópolis, Petrópolis e Nova Friburgo – as companhias aproveitam o destinado à bagagem para armazenar as doações.
Em contrapartida, diversos ônibus procedentes da região serrana chegaram lotados hoje (14) ao Rio. O corretor de imóveis Marcelo Montenegro, que chegou de Petrópolis, contou que seu bairro foi um dos que mais sofreram com o temporal. “O maior estrago foi lá. Simplesmente o rio foi levando tudo que viu pelo caminho. E como ele levou muita árvore grande, foi destruindo muitas casas e principalmente as famílias. Teve gente que perdeu 15 pessoas.”
Deixando Itaipava, distrito de Petrópolis, para ficar na capital por algum tempo, o ex-bombeiro Carlos Germano, de 42 anos, afirmou que, perto do rio, subiu tudo. “Com a grande concentração de sujeira, estavam limpando as ruas com caminhão pipa. Um amigo meu passou perto de uma funerária e disse que estava lotada. Agora, imagina em Teresópolis e Nova Friburgo, com a quantidade imensa de gente que faleceu. Foi a maior catástrofe que aconteceu no Rio”, lamentou.
Segundo a administração da rodoviária, as doações são recebidas de 8h às 17h no local e encaminhadas, por voluntários da Cruz Vermelha, para os ônibus. Os artigos de maior necessidades são produtos de higiene pessoal e limpeza, roupas de cama e colchões.
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