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Depois de 30 anos no poder, presidente do Egito renuncia ao cargo



Hosni Mubarak deixa o poder no Egito depois de 3 décadas
Hosni Mubarak deixa o poder no Egito depois de 3 décadas

Depois de 18 dias de protesto contra o governo do Egito, o presidente do país, Hosni Mubarak, de 82 anos, renunciou nesta sexta-feira (11/02) ao cargo. Ele passou quase três décadas no poder. A decisão foi anunciada em um comunicado na rede estatal de televisão.

Após o anúncio de Mubarak, os manifestantes reunidos na Praça Tahrir, que virou uma espécie de símbolo para as manifestações no Egito, e em vários locais do país comemoraram. Os manifestantes prometeram intensificar os protestos, caso Mubarak insistisse em se manter no cargo.

Autoridades egípcias confirmaram que Mubarak e a família deixaram o Cairo, pela manhã, em direção ao resort de Charm el-Cheikh, no Mar Vermelho. O resort fica a 250 quilômetros do Cairo. Helicópteros foram vistos deixando a residência oficial do presidente na manhã desta sexta-feira.

Em Brasília, a Embaixada do Egito no Brasil informou que não prestará esclarecimentos sobre a renúncia de Mubarak nem sobre como será o funcionamento do governo provisório. De acordo com a assessoria da representação diplomática, se houver algum tipo de manifestação, ela será feita por meio de comunicado enviado aos veículos de imprensa por e-mail.

Nos 18 dias de protestos contra Mubarak, a embaixada se manifestou em uma ocasião – em uma nota, na qual pediu desculpas ao governo brasileiro pelo tratamento dispensado pelas autoridades egípcias aos repórteres Corban Costa, da Rádio Nacional, e Gilvan Costa, da TV Brasil. Corban e Gilvan foram presos por 18 horas, tiveram os olhos vendados e os equipamentos apreendidos.

Depois do pedido formal de desculpas, o governo brasileiro decidiu não apresentar uma nota de protesto ao Egito. O embaixador do Brasil no país, Cesario Melantonio Neto, chegou a elaborar uma proposta de queixa formal ao governo egípcio.

Tratados internacionais serão respeitados pelos egípcios

O Comando Militar egípcio, que assumiu o poder depois da renúncia do presidente Hosni Mubarak, afirmou neste sábado (12/02) que vai respeitar todos os tratados internacionais firmados pelo país.

O anúncio foi lido por um porta-voz do militares na TV estatal egípcia. O comunicado, embora não faça referências explícitas a nenhum acordo específico, dá margem ao entendimento de que o tratado de paz entre o Egito e Israel ficará intacto.

Os militares também se disseram comprometidos a entregar o poder a um governo civil, mas não estabeleceram um prazo para isso nem fizeram referência direta às eleições presidenciais que estão, a princípio, marcadas para setembro.

O Comando Militar egípcio pediu ainda que os integrantes do governo anterior continuem nos seus cargos interinamente, até que uma solução política seja encontrada no país.

No dia seguinte à renúncia de Mubarak, a vida na capital egípcia, Cairo, começa a voltar ao normal, enquanto o futuro político do país começa a ser discutido, depois de quase 20 dias de protestos e violência.

Na Praça Tahrir, ponto principal de concentração dos protestos iniciados em 25 de janeiro, centenas de pessoas continuam acampadas. Milhares de manifestantes passaram a noite no local, comemorando a saída do presidente.

O Exército egípcio começou a retirar as barricadas dos acessos à praça, removendo carros queimados que serviam de barreiras. As Forças Armadas mantêm tanques e veículos blindados nas ruas, principalmente em frente aos prédios do governo e de outras instalações importantes.

Diversos grupos já propõem mudanças na Constituição do país, em artigos referentes ao processo político e às liberdades civis.







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