O líder líbio, Muamar Kadafi, afirmou nesta terça-feira (22/02) que não deixará o poder apesar dos protestos espalhados pelo país contra o governo dele, e desafiou os manifestantes ao afirmar que vai permanecer na Líbia e morrer como um “mártir”.

“Eu não vou deixar essa terra. Eu vou morrer aqui como um mártir”, disse Kadafi, que está há mais de quatro décadas no poder, em pronunciamento em rede de TV.

“Muamar Kadafi é o líder da revolução. Não sou um presidente para renunciar… Este é o meu país. Muamar não é um presidente para deixar o cargo, Muamar é o líder da revolução até o final dos tempos.”

Em um pronunciamento exaltado mas inconstante, aparentemente feito diante de um prédio bombardeado por aviões norte-americanos em 1986, ele disse que os responsáveis pelos distúrbios são os jovens e chamou os manifestantes de “ratos e mercenários” que querem transformar a Líbia em um Estado islâmico.

Com os punhos apoiados em um púlpito, Kadafi pediu ao povo que saia às ruas na quarta-feira numa demonstração de apoio a ele. O líder afirmou que vai “limpar casa a casa da Líbia” se os manifestantes não se renderem.

Apesar das informações de testemunhas e entidades de defesa dos direitos humanos sobre a violência indiscriminada pelo país, Kadafi disse que ainda não usou a força contra os manifestantes, mas que o fará se for necessário.

“Protestos pacíficos são uma coisa, mas rebelião armada é outra”, disse Gaddafi.

Soldados do leste da Líbia, onde começaram os protestos, disseram à Reuters que a região não está mais sob comando de kadafi, e testemunhas contaram que tanques, aviões de guerra e homens armados estavam sendo usados para combater os protestos, principalmente na capital Trípoli.